· Fifteen.

386 32 57
                                    

Fui Capturada.

Já era para eu estar dormindo, mas nada me tirava da cabeça “ no que Edmundo está passando? ”
Quero que essa tal profecia dos quatro tronos dê certo, e sem um filho de Adão não vai, acabei tendo uma ideia louca, provavelmente a pior de minha vida.
Busquei minhas coisas e troquei a camisola pela blusa e a calça que usei o dia todo, eu sei onde é a casa de Jadis, ela está fraca, o castelo é gigante provavelmente não tenham como ficar de guarda em todos os lados, e eu sou só uma não vou chamar atenção, tenho chances de conseguir entrar e possivelmente libertar Edmundo de lá, eu realmente não devia fazer isso, mas, o que custa tentar?
Arrumei uma bolsa, nela coloquei um mapa, um pouco de comida, um cantil com água, uma bússola e só, de resto era só eu, minha espada e a luneta que o Noel me deu.
Fui até a entrada do bosque olhando para que ninguém me seguisse, andei bastante, quando cheguei numa clareira, já devia ser umas 3:00AM por aí, já estava cansada, puxei a luneta, destampei e apontei para a direção do castelo de Jadis.

– Ok... leste, acho que uns 10 km... — murmurei para mim marcando no mapa. – pela juba do leão, não é nada perto.

Continuei sem parar, estava exausta e mal tinha dormido, mas cheguei até o castelo, já estava ficando claro, tinha dois lobos no portão, não eram tão grandes quanto Maugrim, mas também não eram cachorrinhos, me escondi atrás de um amontoado de árvores.

– Ah ótimo, como eu tiro eles dali... — sussurei.

Olhei para o chão, peguei uma pedra razoavelmente grande e arremessei em um arbusto, que gritou, era uma árvore de ninfa.

– Desculpe! — disse baixo.

Um dos lobos foi ver o que era, o outro cintinuou no mesmo lugar, e agora?! antes que pudesse pensar em algo senti uma garra em meu ombro, puxei a espada e me virei num pulo, uma harpia, tinha penas vermelhas e laranja por todo o corpo, que era parecido com o de uma mulher, mas seus pés eram de pássaro e tinha um tipo de asa em seus braços, as mãos envés de unhas tinham garras enormes.
Investi num ataque por cima, ela segurou a lamina, cortou a mão mas não pareceu se importar, puxou minha espada e cravou as unhas no meu braço, que antes segurava a espada, e fui arrastada até dentro do castelo.

“ bem, pelo menos eu entrei. ”

Dentro dos muros vi várias estátuas, mas não pareciam ter sido esculpidas e sim narnianos transformados em pedra, como os Castores disseram, suas expressões eram horrorizadas, a harpia chamou um gnomo, ele tomou minha mochila e minha espada.

– Vocês vão se arrepender. — falei tentando me soltar das garras da harpia.

– Porque? Alteza — o gnomo respondeu caçoando.

– você foi tola em achar que entraria aqui sozinha. — a harpia falou, tinha uma voz esganiçada.

Realmente, não deveria ter vindo mas esse era meu objetivo desde que Edmundo fugiu: tira-lo de perto de Jadis, se não tivesse ao menos tentado provavelmente teria enlouquecido, o gnomo puxou meu braço e pediu para a harpia levar minhas coisas e avisar a Jadis que eu estava lá, ele estava me puxando até um lugar escuro e ainda gelado, tinha celas congeladas por toda parte, em uma estava Edmundo.

“ Que maravilha, estamos nas masmorras ”

Ele abriu a mesma cela onde Edmundo estava.

– O rei traídor e a princesinha burra, qual vai ser o próximo? — zombou me jogando lá dentro.

Trancou a porta e balançou a chave na frente caçoando de nós novamente, me levantei e fui até a grade da porta.

– Aslam voltou! Pensa que não sabemos que sua senhora está fraca?! Aslam vai nos tirar daqui! — gritei quando ele estava saindo.

Ele voltou a fechar a porta e eu bati com toda força nas grades, com toda a raiva que tinha.
Me virei para Edmundo que estava chorando abraçado aos joelhos, me olhou de cima a baixo, como fez na primeira vez que nós nos vimos, mas sem o jeito julgador, estava surpreso como se eu fosse a última pessoa que achava que viria resgata-lo, ou tentar.

– Por que veio? — perguntou limpando as lágrimas.

– Porque acha? Não podia deixar nenhum para trás — disse me sentando ao seu lado. – por mais irritante que fosse. — dei uma cotovelada fraca para mostrar que estava apenas brincando.

– Mesmo depois de todas as idiotices que fiz? mesmo depois do que lhe disse? — falou e se apertou mais contra os joelhos.

Balancei a cabeça em afirmação.

– Você tinha pedido desculpas, e, parte disso foram aqueles manjares bobos, nem tudo foi você. — respondi.

– Mesmo assim, mesmo enfeitiçado eu tinha uma noção do que estava fazendo o tempo todo, e em partes foi a ganância também, desde quando eu séria Rei?

Dei uma risadinha.

– Você não sabe nem da metade! — afirmei endireitando a coluna.

Ele me olhou confuso franzindo o cenho.

– Olhe, sabe o tal Aslam que falei? — ele assentiu. – ele é um leão, verdadeiro Rei de Nárnia, e, tem uma profecia e Susana, Pedro, Lúcia e você! São Reis e Rainhas também, então, sim, você séria sim Rei. — expliquei.

– E você? Ele te chamou de Princesa, ele nunca me ouviu lhe chamando desse jeito. — Edmundo falou.

– Ah, eu também tenho uma profecia... — fiz suspense. – eu sou uma Princesa, literalmente. — me gabei.– ou seja, não é de tão errado você me chamar de Princesinha agora.

– Ui ui! A Princesa Meredith de Nárnia... — brincou.

– É, mas fica estranho quando alguém, especialmente você, fala. — digo levemente envergonhada. – fora que eu não sou a maior fã desse apelido que você pôs e que agora não é só um apelido.

– Bobagem Meredith Amare-Kirke, bobagem. — falou virando o rosto para o outro lado.

Por alguns momentos pudemos nós esquecer de onde estávamos, continuamos conversando sobre Aslam e Nárnia, contei que tudo estava quase totalmente descongelado e o quão lindo estava.
Ouvimos um barulho alto das portas sendo escancaradas, peguei a mão dele e o puxei até as grades para vermos o que era, o gnomo vinha até nós.

– O Reizinho e a Princesa vão dar uma volta. — falou zombando de nós novamente.

Logo dois ogros que estavam sendo escoltados por quatro lobos entraram e nós amarraram, nossos braços, pés e colocaram uma mordaça em nós.

— — — — — — — — — — — — — — — — —

• Notas da autora •

Nas histórias convencionais: O Principe do cavalo branco salva a princesa.
Meri: nananananão! EU quem salvo o Rei, pq aqui é girl power💪🏻
Galerinha, fiz tanto marketing desse cap p agr achar ele fraquinho dms, mas juro q mais para frente, na segunda fase vocês vão gostar mais, inclusive já terminei o tão esperado capítulo que Meri e Edmundo ficam juntos, agr é só passar para o cll (passei três aulas seguidas de história escrevendo ele Kkkkk)
Meu povo clica na estrelinha please <3

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora