· Thirty-five.

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Inimigos e o Cativeiro

Edmundo

Acordei em um quarto vazio, parecia estar em algum lugar subterrâneo já que a única janela ficava praticamente no teto, minha cabeça estava enfaixada e meu colete não estava mais em mim, estava jogado em uma cadeira, meus braços também estavam enfaixados onde antes as garras das harpias estavam e para isso as mangas de minha camisa em algum momento foram arrancadas.
O quarto era praticamente vazio, havia uma cama, uma cadeira, uma mesinha com um jarro cheio de água e uma toalha e um copo vazio no pé da cama.
Fui até a porta e tentei abri-la, sem sucesso estava trancada, fui até a janela, tinha grades de metal enferrujadas, mal pude ver alguma coisa pois as plantas impediram.
Ouvi a porta ser aberta e me virei imensamente, Âmbar, mas não usava um vestido, usava uma túnica de bruxa, olhei confuso, a ruiva esboçou um sorriso tímido, consigo trazia uma bandeja de prata com uma taça e um prato.

– Que bom que acordou. — disse. – mamãe está ansiosa para vê-lo!

– Sua mãe? — perguntei.

– Sim! Ela está com saudades suas. — falou se aproximando de mim. – sabe, pensei que você não fosse mais acordar a tempo... — ela pegou minha mão.

– Espere, eu conheço sua mãe?! — perguntei novamente e puxei minha mão da dela.

Ela revirou os olhos e sorriu.

– Claro. — respondeu.

– Então teria como refrescar minha memória? Aliás, a tempo de quê?

– Logo irá saber. — respondeu. – só, vamos, coma.

Ela me levou até a cama onde tinha deixado a bandeja, olhei para ela e em seguida para o prato, não, eu não vou comer isso.

– Manjar... — engoli em seco. – manjar turco?!

– Sim, soube que era seu doce preferido, e chá, para beber. — disse sorrindo.

– Âmbar... — disse. – eu não sei quem lhe disse isso mas...

– Ah, foi mamãe, ela quem me disse. — me cortou.

– Sua mãe é a...? — não tive coragem de falar seu nome.

– A própria, Jadis. — falou com orgulho.

Minhas mãos começaram a suar, minha cabeça estava doendo mais, meu coração a mil por minuto, não, ela não pode ser filha dela, é impossível, senti que iria chorar de desespero, mas tentei me segurar, um nó na garganta surgiu, aquela mulher de novo não.

Meredith

Eu estava com as mãos e pés amarrados, em algum lugar escuro, minha blusa estava rasgada, como se alguém tivesse arrancado as mangas, meus braços cortados, minha cabeça latejando, estava toda suada, até porque estava um calor infernal, vi um conjunto de seres horríveis como os que estavam na Mesa de Pedra anos atrás, observando Aslam ser morto, todos estavam confeccionado armas, estavam em muito menor número do quê antes, não deviam ter nem duzentos do que antes costumavam ser mais de dois mil.
Havia uma pilastra de gelo azul a alguns muitos metros a minha frente, o que era estranho demais por conta do calor causado especialmente pelas forjas dos seres que estavam lá, vi uma figura familiar, Atlas, ele veio em minha direção, não conti a cara de repulsa e nem queria isso.

– Acordou bela adormecida. — se agachou a minha frente. – agora está mais mansinha do que hoje pela manhã não é?

– Saia de perto de mim seu verme. — falei rangendo os dentes.

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora