· Sixteen.

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Salvos por Aslam

Os ogros nos jogaram na parte de trás do trenó da Feiticeira, minhas armas estavam lá ao meu lado, o trenó começou a andar nós mau conseguíamos nos aguentar sentados, não havia nada para se segurar — e amarrados então —, a neve estava quase totalmente derretida então o trenó estava praticamente obsoleto, a cada pedra, raiz ou buraco — por menor que fosse — eramos jogados e caiamos com tudo.
Paramos no meio do nada, uma clareira, a própria Jadis nos jogou do trenó,e fazendo conseguir uns arranhões nos braços, me sacudi a fim de tentar me libertar das cordas que prendiam meus pés e correr para o acampamento, foi em vão, ela deu um soco em minha barriga, puxou Edmundo pelo colarinho da camisa e o deu um tapa no rosto, o gnomo puxou a mim e a Edmundo.
Nós deixou encostados numa árvore enquanto nós prendia ao tronco dela, pedi a Aslam mentalmente que aquela fosse uma árvore de alguma Ninfa que estivesse do nosso lado, estava a pouco tempo mas já sabia que ele me ouviria mesmo que em pensamento, mas, infelizmente dessa vez falhou.

– Sem um dos quatro Reis e Rainhas vivos, sem profecia, sem Princesa, sem ninguém para salva-lo, sem Nárnia livre...— murmurou repassando a si mesma, sua voz me passava uma sensação de loucura de sua parte.

Voltei a me debater, Edmundo ao meu lado, esticou as mãos até as minhas segurando-as e olhando para mim, olhei para ele, seu olhar aparentemente dizia:
“ Não adianta. ”
Meus olhos marejaram, pensei em meu avô, em meus pais, em minha vó; não tirei o relicário em momento nenhum, olhei para o colar imaginando eu junto a eles finalmente, séria assim? assim que eu iria terminar? o pior disso era: a profecia estava certa, eu quem falhei.
Meu coração estava a mil, o barulho do sangue sendo bombeado ao corpo passava em meus ouvidos, estava ficando zonza, a Feiticeira Branca estava tirando um facão do trenó.
“ Não! ” — queria gritar.
Gritei o mais alto que pude, mesmo amordaçada, Edmundo apertou minha mão, eu também apertei a dele mais ainda.

– Não vai adiantar pequena filha de Eva! — o gnomo disse em meio a pulinhos.

Ouvi um barulho de cascos batendo, um galope.
“ Centauros! ” — pensei.
Diana apareceu com uma flecha apontada para a Feiticeira, Maugrim surgiu de um arbusto junto a uma de suas tropas de lobos.
“ Maldito seja esse cachorro pulguento! ” — o xinguei mentalmente.
Soldados Narnianos vinham aparecendo a cada milésimo de segundos, mau notei quando o caos já estava instaurado, um fauno veio nos soltar, corri para buscar minhas coisas que estavam no trenó, Edmundo estava nas costas de um centauro jovem, um corcel negro da cintura para baixo, um garoto de pele escura e cabelo preto como carvão da cintura para cima, Edmundo me puxou para subir com ele e corremos até o acampamento.
Me agarrei na cintura de Edmundo, ele riu e apertou meus braços, nunca tinha andado a cavalo, muito menos em um centauro, tínhamos cavalos na mansão de vovô, mas, nunca tive a coragem de subir em um, num geral eu ficava só nos estábulos escovando o pelo deles, era totalmente diferente.
Estava mais aliviada, nunca mais eu sairia daquele acampamento sem alguém comigo, isso era fato, a minha felicidade logo acaba pois Maugrim — o pulguento — estava atacando Susana e Lúcia, que subiram numa árvore mas o pé de Susana estava pendendo, Pedro chamou sua atenção, desci de supetão e empunhei a espada.

– Não! Essa é a luta de Pedro, Meri. — falou Aslam autoritário.

Olhei para o Leão assustada, queria ir mesmo assim, e se ele se machucasse? E se o lobo fosse mais forte que Pedro?
Mas não fui, tudo que poderia fazer era: ficar e observar.
Pedro e o lobo começaram a lutar entre si, Maugrim deu um pulo e caiu sobre Pedro, o lobo foi jogado, já morto, Pedro se levantou com a espada cheia de sangue do Polícia Secreta.

– Esqueceu de limpar a espada. — anúnciou Aslam.

Pedro a limpou na relva.

– Se ajoelhe. — pediu o leão, assim o loiro fez. – nunca se esqueça de limpar sua espada.

– sim senhor. — disse e assentiu.

Após isso, fui até minha tenda, minutos depois Susana e Pedro correram até lá logo atrás de mim, Ivy estava limpando meus arranhões quando chegaram.

– Sabe o que fez?! — urrou Pedro.

– Nós matou de preocupação! Não bastava termos perdido Ed, você também? Amanheceu e você não estava lá, nem, sua espada! — gritava Susana.

Olhei para Ivy que estava assustada.

– Poço me retirar? — perguntou a ninfa.

– Pode! — falamos em unissono, Su e Pedro gritando e eu mais calmamente, os olhos dos dois não sairam de mim.

Ivy saiu e Pedro correu para amarrar uma entrada da tenda, de modo que ninguém entraria.

– Meredith, porque fugiu? — Pedro perguntou bravo.

– Queria tirar Edmundo de lá, eu não iria o deixar para trás, e se ela tivesse feito uma atrocidade antes de eu chegar? — eu disse.

– Até onde nos contaram, você foi capturada antes mesmo de entrar na fortaleza e mais! Quase mataram os dois! — Susana gritou.

– Eu iria adivinhar? Su! Eu tinha que fazer alguma coisa, ele é irmão dos dois! não estavam preocupados? — comecei a gritar também.

Os dois estavam de olhos arregalados.

– Meri! Estávamos sim, é claro, mas quando perdermos os dois ficamos ainda mais! Aslam iria tira-lo de lá sim! nós disse isso. — Pedro falou.

– Basta! — disse Lúcia aparecendo pela outra entrada. – o que importa é que eles voltaram sãos e salvos! — ela disse.

Olhamos para a menininha.

– Lu vá para fora ... — pedi.

– Não mesmo! Os três, comigo, vamos comer, eles estão aqui agora, não importa mais. — ela falou e foi puxar Susana pelo braço.

Quando saimos vi Edmundo e Aslam conversando, mas afastados de todos, o menino mantinha a cabeça baixa, como se estivesse envergonhado, logo ele olhou para nós, esboçou um leve sorriso e se juntou a nós num lanche da tarde, devorando as torradas.
Diana apareceu.

– Princesa Meri, Aslam chama a vossa Alteza.

Olhei para todos, Edmundo assentiu como se soubesse o que Aslam falaria comigo.
Eu estava nervosa, nunca tinha falado com Aslam a sós, minhas mãos estavam suando, Aslam estava num tipo de abismo virado ao mar, me aproximei devagar, não sabia como agir, acho que ninguém saberia.
Ele se virou para mim e deu um sorriso leve.

– Boa tarde pequena Meri. — disse em um aceno.

– Boa tarde Aslam. — respondi sorrindo fraco.

– Sabe que correu perigo indo atrás do menino Edmundo, não?

– Sim senhor, desculpe por deixá-los preocupados. — baixei a cabeça.

Ele pôs a pata em meu ombro, quase me fazendo desequilibrar com o peso.

– Está tudo bem, o que importa é que ambos estão a salvo, é necessário muita coragem para fazer o que você fez, eu tenho certeza que seu avô estaria muito orgulhoso de você se a tivesse visto. — dei um sorriso largo quando ouvi isso.

– Aslam...

– Sim? — respondeu baixando a pata.

Toquei o relicário.

– Meus pais e minha vó, eles estão em algum lugar de Nárnia? — perguntei.

Ele assentiu em afirmação.

– Sim, em meu pais, todos os meus filhos vão para lá. — explicou. – eles podem te ver de lá, estão orgulhosos da garota que está sendo, mas peço que não se preocupe com os mortos e sim com os vivos, eles sim precisam de você.

Meu coração palpitou em alegria só em saber sobre minha família, a última parte por sua vez me causou nervosismo, aparentemente minha profecia estava cada vez mais próxima de se cumprir.

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• Notas da autora •

Tô tão feliz que a fanfic está com novos leitores :) obg por lerem!!
Hoje tem capítulo cedo pois acordei mais cedo doq precisava KKKKK.
Clica na estrelinha por favor ♡

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora