capítulo 8: abordagem inesperada

854 104 98
                                    

Em casa, eu não parava de pensar na situação recente.

Céus!

Zachary agora estava tão perto!

E eu me sentia nervosa.

Na escola, acabei revelando meu dilema para Michi.

Ela me encarou com espanto.

— Logo na sua igreja? — disse divertida e assenti. — Você é tão sortuda!

— Não, na verdade estarei encrencada se meus pais descobrirem que beijei Zach naquela festa.

Aliás, eu nem tinha mencionado a surra que levei de mamãe quando fui descoberta. Não queria que Michi se sentisse culpada, então omiti a situação terrível.

— Não vão. Não se você guardar segredo. De qualquer forma, acho legal o fato de Zach está tão perto de você. Isso parece interessante. — sorriu, acompanhando-me pelo corredor até a sala de aula.

Naquele dia, levei algumas tarefas para casa e as terminei em meu quarto.

Com a janela aberta, senti a brisa noturna me envolver enquanto escrevia.

Eram por volta das 19h40min e eu estava atenta às atividades.

Naquele momento, mamãe adentrou meu quarto, fisgando minha atenção.

— Preciso de um favor seu. — disse com a animação de sempre.

— O que seria?

— Preciso que leve a roupa de Nancy. Ela me ligou recentemente e tem pressa.

Nancy era um das amigas de mamãe e deixou sua roupa com ela dias atrás. Na verdade, mamãe costurava no tempo livre e a roupa obviamente já estava consertada.

— Sim, senhora. — eu me ergui e segui para o seu quarto.

Ela me entregou a roupa enfiada em uma sacola e me apressei em direção à saída.

— Não demore. — disse e me afastei.

Caminhei pela rua com pouca iluminação, sentindo-me apreensiva.

Eu tinha ideia de que a criminalidade era alta em meu bairro. Pelo jeito mamãe não se preocupou com isso, mas eu sim. De qualquer forma, eu tinha que obedecê-la.

Com a sacola nas mãos, apressei meus passos.

O clima noturno estava ameno e apreciei a brisa que me envolveu.

Em algum momento, avistei um grupo de homens a alguns metros.

Estavam reunidos e riam alto de alguma coisa.

Meu olhar se ampliou no momento que cruzou com uma metralhadora. Um jovem a segurava e eu desviei o olhar rapidamente, um pouco aflita.

Eu não tinha qualquer atalho, então teria que passar por ali de qualquer jeito.

Com os passos apressados, passei por ali e percebi quando se calaram.

— Uma delícia.

— Sim. Delícia gospel. — um cara disse, fazendo os outros rirem.

Eu me assustei ainda mais no momento que ouvi passos atrás de mim.

— Ei! Espere aí, branquinha.

Passos próximos de mim.

— Ei!

Um rapaz interceptou meu caminho e eu o encarei, assustada.

Ele parecia ser bem jovem, mas seu olhar era assustador.

Irresistível Encanto Onde histórias criam vida. Descubra agora