capítulo 12: irreprimível

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Esther

Eu me surpreendi ao ver Zachary no domingo seguinte.

Pelo jeito, seus serviços por ali não acabaram, porque o vi ajudando o pastor com a pintura da parte exterior da igreja. Na verdade, a pintura antiga já estava degastada e precisaria ser renovada.

O pastor também colocou a mão na massa e ambos pareciam se divertir durante a tarefa.

Bom, eu também me sentia animada.

Revigorada.

E isso justamente por saber que veria Zach outra vez.

Para minha sorte, mamãe teve que sair com o meu pai para o mercado e eu fiquei na igreja para auxiliar as crianças no ensaio.

Segui para uma sala e ensaiei uma coreografia animada. Era para o evento próximo.

Enquanto me movia com as crianças, esbocei um sorriso animado.

Era divertido estar ali.

Eu gostava daquele ambiente leve e inocente que só as crianças conseguiam criar.







#*#


Zachary

Após finalizar parte da pintura, eu me despedi do senhor Wayne e segui para a parte de trás da igreja, onde depositei as ferramentas de trabalho e lavei meu rosto. Em casa, poderia tomar um banho demorado.

Após encerrar por ali, passei pela porta dos fundos e pelo corredor em direção à saída.

No momento que estava caminhando, ouvi um barulho próximo.

Parei, apenas detectando os ruídos de crianças e de uma canção infantil.

Desviei meu olhar para a origem do barulho.

Uma porta entreaberta.

Segui em direção a ela e me posicionei ali de modo que pudesse ver o que estava acontecendo.

No momento seguinte meus olhos se tornaram surpresos.

Esther estava ali, rodeada pelas crianças. E o mais impressionante era sua atitude atual.

Ela estava dançando. Não de maneira vulgar. De maneira bem contida, na verdade, e auxiliava as crianças nos movimentos animados.

Sorri brevemente, observando-as.

Elas pareciam animadas em torno de Esther e a garota se movia com um doce sorriso nos lábios.

Um sentimento estranho povoou meu peito e apenas decidi ignorar aquilo. Mesmo assim, a sensação continuava ali.

Cravei meus olhos nela e, pelo jeito, ela não fazia ideia de que eu estava ali.

Quando seus olhos se voltaram para mim, seu sorriso desapareceu.

O rubor tomou conta de suas bochechas.

Ao invés de me ignorar, Esther deixou que outra moca auxiliasse as crianças e se aproximou de mim.

Seus passos eram contidos e seu semblante estava tímido.

— Olá, Zach.

— Olá. — eu disse. — Já terminei minha tarefa de hoje com o senhor Wayne. Precisa de alguma coisa? Alguma ajuda? — ofereci.

Bom, eu poderia apenas ir para casa descansar, mas por que estava oferecendo ajuda? De qualquer forma, continuei ali, esperando.

— Oh, sim. Lembrei-me que preciso buscar o restante dos materiais da decoração do próximo evento da igreja. Foram comprados recentemente e ainda hoje preciso fazer algumas colagens e recortes. Ficará mais fácil se eu tiver esses materiais à mão.

— Ok. Posso te ajudar.

— Muito obrigada. — esboçou um sorriso sincero e disfarcei a satisfação.

Em seguida, eu a acompanhei até a sala.

O local na verdade era um pequeno depósito e encontramos os materiais dos quais ela falou.

— Aqui estão. Há alguns materiais ali em cima. Você poderia pegar para mim, por favor?

— Claro.

— Obrigada.

Como era alto, não precisei de esforço para pegar o material na parte superior da estante. Desse modo, eu os peguei sem problemas, mas algo aconteceu.

Havia um pequeno pote de tinta destampado que acabou escapando das minhas mãos e sujando a parte da frente da minha camiseta antes de cair sobre o piso.

— Porra!

Esther corou com o palavrão, mas logo se apressou para me ajudar.

— Céus! Você se sujou. Lamento. — disse, encarando a mancha branca na camiseta azul e ignorando o estrago no piso. Seus olhos avaliaram a mancha e estávamos bem próximos para que ela pudesse observar bem.

Bom, a camisa já estava manchada pela pintura recente, então aquilo não fez grande diferença. Mas apreciei a preocupação da garota comigo.

Enquanto Esther me analisava e tocava minha camiseta, meus olhos estavam em outro lugar.

Seus lábios.

Inconscientemente ela os mordeu e isso foi como um gatilho.

Minha respiração se tornou ofegante e Esther ergueu seu rosto assim que percebeu.

Ela olhou para o meu rosto e entreabriu os lábios no momento que notou meu olhar apreciativo.

Sem pensar muito, levei minha mão até sua bochecha.

Sua pele era macia.

Muito macia.

— O que você está fazendo comigo? — eu disse sem poder me conter e Esther soltou um suspiro admirado. — Você me deixa completamente louco!

E então, antes que ela pudesse dizer qualquer coisa...

Eu me inclinei e beijei sua boca macia.



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