capítulo 16: questionamento

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No sábado de manhã, parti para a igreja.

Meus pais decidiram conversar com o pastor enquanto eu seguia para a salinha das crianças. Tirei aquele momento a sós para organizar tudo por ali e não foi cansativo para mim. Isso até conseguia me distrair positivamente.

Após organizar o pequeno armário, eu me virei.

Meus olhos quase saltaram do rosto quando me deparei com a figura máscula e intimidante de Zachary.

Seu semblante estava neutro.

Eu me endireitei.

— O que... o que está fazendo aqui?

— Nada de trabalho hoje. Eu só atendi um chamado e estava conversando com o pastor quando seus pais apareceram. Imaginei que tivesse vindo com eles, então vim te procurar.

Bom, Zach conquistou a amizade do senhor Wayne, então sua aparição ali não deveria ser uma surpresa. Mesmo assim, eu me surpreendi.

— Ah sim... — quase não disfarcei a satisfação em vê-lo.

— Perdão pelo susto recente.

— Bom, você realmente me assustou um pouco, mas já me recuperei. — Eu disse, respirando fundo e ele sorriu ligeiramente, os olhos presos em meu rosto.

Ficamos algum tempo ali, parados e sem dizer nada. De qualquer forma, os olhos de Zach pareciam dizer uma série de coisas. Seu sorriso tinha desaparecido.

— Ele te beijou?

Ampliei meus olhos, pega de surpresa com a pergunta.

Nossa, isso foi inusitado.

— Como?

— Quero saber se o Roy te beijou. — disse. — Depois do encontro.

— Ah... — corei, sendo alvo do seu olhar analítico.

Por que ele queria saber algo assim?





#*#





Zachary

Merda! Por que decidi fazer aquela pergunta?

Justamente aquela?

Mas foi mais forte do que eu.

Essa dúvida estava martelando em minha cabeça desde o domingo passado.

Quando me dei conta, já tinha perguntado.

E o olhar de Esther se tornou surpreso.

Esperei que ela não fosse dizer anda, mas ela respondeu:

— Sim. Ele me beijou.

Fechei a cara, sentindo uma espécie de garra envolver meu peito e apertar lenta e dolorosamente.

Naquele momento, consegui me vislumbrar estrangulando o pateta do Roy.

Sim!

Como ele ousou beijar a Esther?

Porra! Não!

Isso não poderia ser real, mas Esther admitiu, então...

— Ele te beijou mesmo? — estreitei os olhos.

Esther me encarou com confusão.

— Sim, meio que beijou.

Franzi o cenho.

— Como assim "meio que beijou"? Ou ele te beijou ou não. Não existe meio termo pra isso.

— É que... — estava indecisa e então revelou: — Ele me beijou na bochecha antes de ir embora.

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