capítulo 5: atitude impensada

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Zachary

— Porra! — praguejando, tentei dormir, mas minha mente insistia em voltar para a garota tímida que se envolveu naquela droga de verdade ou desafio.

Seus lábios inexperientes eram macios pra caralho e...

— É melhor não pensar nisso. — murmurei para mim mesmo, encarando o teto.

De qualquer forma, não consegui evitar.

A garota parecia inexperiente e insegura enquanto era beijada por mim. Consegui perceber isso. E estava trêmula enquanto nossos lábios estavam colados. Logo depois me surpreendeu ao se soltar e aceitar o beijo.

Por pouco, eu não prolonguei aquilo, mas então me dei conta da realidade e me freei a tempo.

Recebi o olhar matador da Kayla, mas ignorei. Acabei rejeitando seu pedido para transar naquela noite. Apenas queria ir para casa e dormir.

Meu celular vibrou perto de mim e eu o peguei sem ânimo.

Era Kayla, enviando-me uma mensagem tarde da noite.

— Você sentiu tesão por aquela branquela?

Franzi o cenho.

— Do que você tá falando?

— Você sabe muito bem do que estou falando, Zachary. Nem quis transar comigo. Ficou estranho depois daquele desafio de beijo.

— Você só pode tá de brincadeira. Por que não vai dormir agora?

— Não muda de assunto. No fundo sinto que você curtiu aquele beijo. Como pôde? A garota parecia uma mosca morta quando você a beijou.

— Uma mosca gostosa. — digitei para irritá-la e sorri da mensagem seguinte.

— Você é um cretino, Murphy.

— Hm, legal. Agora vá dormir e me deixa em paz. E não fique me cobrando como se fosse minha namorada. Já deixei isso claro antes.

Guardei o celular.

Porra! Ela nem era minha namorada, então não tinha o direto de me cobrar.

Decidindo não pensar muito naquilo, acabei pegando no sono minutos depois.




#*#





Na manhã seguinte, eu fiz uma besteira das grandes.

Aceitei o pedido do meu amigo Jordan e acabei em uma corrida idiota na estrada íngreme do meu bairro. Estudávamos juntos na mesma escola e tínhamos alguma parceria, mas fui idiota em apenas confiar naquela ideia maluca.

O carro não era meu. Na verdade pertencia ao Jordan e já tinha muitos anos de uso. Ele estava no carro de seu pai e tentei ultrapassá-lo, acelerando o motor.

Quase consegui fazer isso, mas na pressa pra desviar de um veículo que vinha no sentindo contrário, eu acabei lançando o carro para a lateral da rua.

Naquele momento de distração, enfiei o maldito carro em um dos muros que cercava uma igreja.

— Merda! — bati no volante, descendo do veículo em seguida.

Por um milagre não me feri e o carro não ficou uma merda total.

Olhei para a frente com desgosto.

Pela danificação no muro, cogitei que fosse bem antigo. Ele quebrou com facilidade e soltei um suspiro de irritação.

— Esse idiota fugiu. — resmunguei, vendo Jordan se afastar em alta velocidade.

Com um olhar de frustação, eu vi o estrago naquele muro e então desviei meu olhar ao ouvir um barulho.

Um homem que aparentava ter uns cinquenta e poucos anos me encarava com descrença. Depois o olhar se tornou aborrecido.

Não precisei de muito para perceber que ele era o proprietário daquela construção.





#*#







Após devolver o carro para Jordan, voltei para casa com um sentimento de profunda frustração.

Pelo menos mamãe estava em casa e isso não piorou meu dia que já estava ruim.

Ela estava alheia ao meu estado e me cumprimentou quando adentrei a casa. Para minha surpresa, estava de banho tomado e sentada no sofá enquanto assistia TV.

— Preparei frango ao molho, filho. Espero que goste. — disse com animação e apreciei seu estado.

— Tenho certeza que vou. Obrigado. — eu disse seguindo para a cozinha.

Durante a refeição, fiquei pensando no trabalho que teria nos próximos dias.

Porra! Por que diabos eu tive que quebrar aquele muro?

Pelo menos o pastor, que também era o prioritário do lugar, não acionou a polícia. Ele decidiu apenas me fazer reconstruir seu muro destruído. Isso era melhor do que parar no reformatório, mas eu ainda me sentia frustrado.

— Cara, foi mal. Eu não devia ter dado a ideia da corrida. — essa foi a mensagem arrependida de Jordan.

Só não o xinguei porque ele não exigiu que eu pagasse o conserto do carro.

Culpa minha também que aceitei. Porra, agora vou ter que reconstruir aquele muro! Pelo menos o pastor deu os materiais.

— Sinto muito por você, cara, mas pelo menos não foi preso.

E é claro que Jordan não ofereceu nenhuma ajuda, então eu teria que fazer tudo sozinho.

De qualquer forma, eu tentaria ser rápido.














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