Capítulo 5

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Laur, a questão não é mais querer - Troy repetiu pela enésima vez. - Se a sua amiga jornalista disse que o ideal é o mundo saber quem você é e o que você faz, não tem por que discutir.

Eu estava em meu quarto me arrumando para mais uma das intermináveis festas que Camila tinha em sua agenda. Parecia que eu tinha sido contratada para festejar em vez de investigar.

- Ah, ótimo! - gritei em resposta. - Já pensou em fazer uma conta em cada um destes sites que a Ally propôs? Vão descobrir até a cor da sua cueca! Não basta eu sair toda santa noite, aguentar gente chata e fingir que amo aquela Camila? Ah, sim, podemos colocar na lista o fato de eu ser constantemente olhada com curiosidade, como se eu fosse um animal exótico de algum zoológico e maltratada em mercearias também.

Troy suspirou. Estava sentado no sofá, na sala do meu apartamento. Ele tinha ido até lá para pegar o relatório de outro caso que ele tinha me passado, e que agora seria de responsabilidade de Lucy. "Chego em meia hora", disse Camila ao telefone, ao que eu me limitei apenas em soltar um resmungo irritado. Mais uma festa. Já tínhamos ido a uma na segunda, outra na terça, mais uma na quarta. Por que seria diferente na quinta-feira, certo?

- O problema de tudo - eu disse, levando as sandálias para a sala e calçando-as - é que o infeliz do assassino não mandou nem um sinalzinho sequer. Ja se passaram dois meses, Troy. Uma das meninas, aquela estudante, sobreviveu a apenas quatro.

Eu me referia à Ariana Grande, uma jovem de apenas 20 anos. Ela e Camila se conheceram em um evento beneficente, e foi sua primeira namorada oficial depois de sua entrada no mundo das celebridades. Segundo as investigações de Louis, Ariana teve contato direto com algumas fãs por um site de relacionamentos e por e-mail. A garota foi assassinada quatro meses após terem sido fotografados aos beijos pela primeira vez, em uma boate.

A campainha interrompeu nossas reflexões. Espantei-me ao vê-la parada ali. Eu tinha total certeza de que o interfone não havia tocado.

Como você veio parar aqui? - perguntei.

Pelo elevador, oras! - ela respondeu como se fosse óbvio. Bem, ela podia ter usado as escadas.

- Mas o porteiro não avisou - fui até a cozinha e olhei o aparelho. Ele estava na base, como deveria.

Quando eu cheguei, falei que era sua namorada - respondeu Camila entrando no apartamento, e ele disse que sabia. Me mandou subir direto. Acho que tenho moral com o seu porteiro. Ah, oi, Troy.

- Boa noite - meu chefe se levantou e a cumprimentou com um abraço. - Que bom que você chegou. Alguma coisa de diferente na sua vida? Que tenha ligação com os crimes, eu digo.

Camila pareceu pensar por alguns segundos antes de responder com ar divertido e sorrindo.

Além de carregar a chatinha ali para todos os lugares que vou? Não, nada de diferente.

Bufei e fui para o meu quarto. Precisava me organizar cada vez que saía com ela. Nova bolsa, novas armas. Escutei uma breve despedida de, Troy, à qual respondi emburrada.

- Estou entrando - disse Camila

- Nunca te disseram que a frase não é essa? - resmunguei. - Você tem de perguntar se pode entrar, e não simplesmente anunciar sua chegada.

- Tá bom, senhora-eu-sou-brava. Pegue seu convite.

Camila me entregou um papel roxo com desenhos prateados. No verso, para meu espanto e horror, li...

- Senhora Cabello e Senhorita Jauregui? Mas por que um convite só para nós duas?

- Estão aderindo à nossa campanha - brincou ela.

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