Capítulo 13

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- Não entendi nada disse Camila. Estávamos em seu quarto, e eu a assistia arrumado suas roupas no armário. Primeiro você agiu como se aquele General fosse alguém importante. Depois, ele te deu um beijo antes de ir embora,

Sorri. Apesar de seus protestos, chamei Léo para subir na cama, o que ele fez com a maior alegria, esparramando-se no colchão imenso.

- Ele é alguém importante - respondi. - É o responsável pelo Exército e tem muito mais autoridade do que eu. A continência é uma forma de respeito pelo cargo dele. Como investigadora, minha posição é inferior à dele, por isso eu o cumprimento primeiro, ou seja, demonstro meu respeito primeiro. Quanto ao beijo, Austin é meu padrinho de batismo.

- Mas, se ele é seu padrinho, porque aquela frescura toda?

- Porque havia outros oficiais por perto. E quando estamos trabalhando, a familia não deve interferir- respondi. - Sendo assim, naquela hora ele era primeiro meu General, depois meu padrinho.

- E foi por essa relação de vocês que você conseguiu todos aqueles soldados? - perguntou ela, cruzando os braços e me olhando séria.

Encolhi os ombros,

- Fazemos o que podemos.

Camila lutou até encontrar espaço entre Léo e eu e se deitou ao meu lado. Ela mexia distraída em meus cabelos e seu olhar distante me intrigou.

- Desembucha - falei. Ela me olhou ligeiramente espantada.

- O quê? - perguntou ela.

Quando você fica encarando o teto, é porque tem algo em mente. Uma pergunta, uma observação, uma piada idiota. Qualquer coisa. Mas eu sei que há algo aí.

Camila riu e beijou minha testa.

Fico pensando em quantas leis seu padrinho passou por cima para conseguir aquela proteção toda aqui na fazenda.

Nenhuma - falei encolhendo os ombros.

- E não abusou nem um pouquinho do poder dele?

- Minha querida, acredite, a maioria daqueles jovens jamais veria a cara do perigo se não fosse pela situação que passaram aqui - respondi. - Não é fácil treinar bons militares num país que não se mete em confusão. Meu padrinho faz o que pode para transformar esses meninos em verdadeiros oficiais. Alguns são enviados em missões de resgate como aquelas que acontecem em países atingidos por catástrofes naturais, tipo o Haiti, mas não há como mandar um exército inteiro para um lugar tão pequeno e que já está recebendo ajuda de outras nações. Não posso dizer que é algo que o Governo realmente aprove, até porque eles nem ficam sabendo. Mas garanto que meu padrinho não causou nenhum dano mental ou fisico a esses soldados, muito pelo contrário. Se um dia o problema for realmente grande, eles vão ter ao menos uma ideia de como agir.

Ela não parecia estar muito convencida de que aquela proteção toda tinha sido dentro das leis ou de que as chances dos soldados morrerem eram menores do que as nossas. Sentei-me na cama de frente para ela e respirei fundo.

Eles não estavam desamparados - continuei. - Alguns oficiais eram veteranos, como geralmente são os que o Exército oferece a OTAN em caso de situações calamitosas. Nem todos nesses grupos são novos ou velhos. Eles estão misturados, assim os recém-admitidos aprendem com seus antecessores. Uma troca justa de experiências e ideias.

- Então está tudo em paz? - perguntou ela. - Ninguém morreu, não vão expulsar ninguém do Exército nem nada do tipo?

Não! - respondi, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia.

- Ninguém aprontou nada, não se preocupe. Está tudo na mais santa e boa paz.

E isso não é mesmo abuso de poder?

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