NIKOLAI GOGOL
❝Quer ver um truque de verdade?❞
Pedido da nanayipe (espero que goste <3)
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Do topo daquele penhasco, longe da beira, a visão que rodeava você e seu companheiro Nikolai era a da grama verde, sonoramente acompanhados pelo distante mas harmonioso canto de pássaros.
Você levou uma das mãos até o estômago, dolorido de tanto rir. Secou as lágrimas formadas no canto dos olhos com as costas da mão, puxando uma respiração profunda, tentando suprir a carência dos seus pulmões.
— Ah Kolya, só você mesmo.— Suspirou.
— Mas eu aposto que você não consegue adivinhar qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha.— Ele continuou falando, criando um sorriso em você perante a clara referência à Alice No País das Maravilhas, um dos seus livros favoritos.
— Não, qual é?— Arqueou a sobrancelha.
— [Nome], por que você acha que uma mesa e um pássaro tem semelhanças?— A seriedade repentina dele foi o que te fez rir.
— Se você perguntou é porque também acha isso.— Rebateu.
— Que pensamento limitante, querida.— Você arqueou uma sobrancelha.— Espere, o que é isso aqui?— Estreitou os olhos, parecendo olhar algo atrás de você.
— Isso o quê?!— Exclamou já preocupada.
Ao contrário de você, Nikolai se inclinou na sua direção de forma despreocupada, alcançando com a canhota sua orelha direita. Você congelou com a possibilidade de ter algum bicho ali, mas quando ele se afastou, começou a rir; tinha caído no truque mais barato existente no mundo da mágica, o da moeda atrás da orelha.
— Não acredito que caí nesse truque besta.— Negou com a cabeça.
— De onde veio essa, posso fazer vir milhares e te tornar a mulher mais rica do mundo. A mágica não é realmente um espetáculo?!— Falava com tanta empolgação que te contagiava. Assentiu, batendo palmas.
— E o lugar do qual você fala, é a minha orelha?
— A sua orelha? Não, querida. Falo daqui.— Abriu seu casaco, seus olhos se fecharam por um momento com o brilho do que parecia ser um portal.
Um brilho de fascínio acendeu no seu olhar, seu corpo instintivamente se moveu para frente, guiado pela curiosidade. Já fazia tempo que conhecia Nikolai, mas não conhecia a habilidade dele. Não a que fazia dele um paranormal, porque ele tinha uma habilidade que você conhecia bem.
A de te fazer sorrir.
A mão que ele passou pelo portal desapareceu no vácuo antes de retornar, por alguns instantes que atiçaram sua curiosidade; Nikolai poderia mesmo fazer mais dinheiro sair dali? Ou qualquer coisa que ele quisesse?
Mais uma vez seus lábios formaram um sorriso, não era dinheiro ou algo valioso que surgia do portal aberto naquele casaco, e sim suas flores favoritas. Várias delas, amarradas juntas por uma fita colorida.
— Essas são para você.— Estendeu o buquê na sua direção. Você o pegou e abraçou, com carinho.
A mão dele atravessou o portal novamente, dessa vez voltando com um baralho de cartas. Ele baixou o casaco, fechando o portal.
— Quer ver outra mágica?— Você assentiu, ainda abraçada com as flores. Ele te revelou algumas cartas.— Escolha uma.
Pensou por um momento antes de escolher o às de copas, vendo-o embaralhá-la junto com as outras cartas. Observou atentamente o movimento das mãos dele, em busca da verdade por trás daquele truque, também já conhecido e barato. Entretanto, ele era rápido demais para que pudesse de fato acompanhar. Quase ficou zonza tentando.
Nikolai parou de remexer as cartas, pegando uma e colocando na altura do rosto, com a costa do baralho para você.
— Por um acaso, foi essa carta que escolheu?— Girou a carta, revelando o mesmo às que havia apontado antes.
— Foi sim.— Pegou da mão dele, analisando-a em busca de algo que indicasse a ele qual carta deveria ser tirada após ser embaralhada tantas vezes. Não encontrou.— Como fez isso?
— Um bom mágico nunca revela seus segredos.— Falou orgulhoso, você o olhou desapontada.
— Hm, mas e os truques de verdade?— Ele te olhou com dúvida.— Esses são truques batatos que todos conhecem. Você está me enrolando, Kolya?
Nikolai te encarou em silêncio por alguns segundos, você não conseguia decifrar os pensamentos por trás daquele olhar que, inconscientemente, sustentava. Ficou apreensiva por um momento, até ele abrir um sorriso largo do qual já conhecia bem.
— Então é isso!— Parecia ter tido uma grande ideia, se inclinando levemente na sua direção.— Quer ver um truque de verdade?
— Mas é claro!
— Então feche os olhos.— Sua voz, apesar de animada, tinha um fundo de seriedade. Lançou-o um olhar desconfiado.— Vamos, o que está esperando, [Nome]?
— Se eu fechar os olhos, não vou ver nada.— Rebateu, ele deu de ombros.— Qual o sentido disso?
— Quer ver esse truque ou não?
— Se eu fechar os olhos, não vou ver o que vai fazer.— Repetiu.— Mas eu vou confiar em você.
Abraçou com mais firmeza o buquê em mãos antes de fechar os olhos, tendo como última imagem o sorriso de Nikolai. Não ouviu nada de início, nem sentiu nenhum tipo de movimento. Apenas a escuridão provocada pelas próprias pálpebras.
Seu corpo se sobressaltou quando sentiu o contato direto da mão de Nikolai sobre seus olhos, nem fria e nem quente. Estava sem a luva.
— Ei, eu já estou de olhos fechados, não estou?— Protestou.
— Estou apenas garantindo que não vai espiar.
O silêncio retornou, sua pele se arrepiou ao sentir o corpo do platinado cada vez mais próximo do seu. Um nervosismo que você já conhecia bem invadiu seu peito e desregulou seus batimentos cardíacos.
— Eu acho que está demorando, hein?— Riu nervosa.— O que está fazendo? Tirando mil coelhinhos da cartola?— Seu tom era de piada, tentando ocultar seu nervoso.
Para sua surpresa, o que sentiu foi um par de lábios suavemente dispostos sobre os seus, dando início a um beijo terno e lento. Seu coração disparou de vez e seu corpo relaxou. Não sabia dizer há quanto tempo esperava por isso, mas sabia o que aquilo provocava em você.
Gostava de Nikolai muito mais do que como um amigo.
O beijo durou muito menos do que você gostaria, mas mais do que esperava. O bastante para te surpreender e te fazer derreter como um sorvete no sol.
Quando os dedos dele se afastaram do seu rosto, seus olhos instantaneamente se abriram, um tanto arregalados, sentindo-se um pouco desapontada, ao mesmo tempo que sentia seu coração flutuar no seu peito. Estava nas nuvens. Como uma garotinha apaixonada, sorriu abertamente.
— Esse truque foi bom o bastante para você, [Nome]?— Pegou sua mão.— Ou preciso fazer de novo até te convencer?
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Tentei ser o mais fofa e romântica que pude, espero que tenham gostado!
Nos vemos no próximo imagine, cerejas <3
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Bungou Stray Dogs Imagines
FanfictionIlusão gratuita para as sofredoras fãs de BSD - Imagines - Headcanons - Cenários [Pronome feminino] A ARTE NA CAPA NÃO ME PERTENCE, TODOS OS CRÉDITOS AO AUTOR DELA!