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O filme começa e eu presto atenção. Sempre adorei animações, e a temática desse em específico deixava ainda mais interessante de assistir pra mim.
-Pode levantar? -Escuto o sussurro de Chris ao meu lado, apontando pro braço das cadeiras que nos separavam.
-Pode. -Dou um sorriso.
O vejo chegar mais perto e passar seu braço ao meu redor, enquanto segurava o copo com seu refrigerante na outra mão. Apoio minha cabeça em seu ombro e ele aproveita pra fazer carinho em meu cabelo. Depois de alguns minutos, o garoto me solta pra pedir um Twix pra Nick. Com o chocolate já aberto, ele entrelaça nossas mãos, as deixando apoiadas em minha coxa até o fim do filme.
-Eu amei tanto, esse filme foi lindo. -Nick diz, quando saímos da sala.
-Foi incrível. -Madi fala e seca algumas lágrimas.
-Também gostei. E o casal, o que acharam? -Matt joga o pote de pipoca já vazio no lixo.
-Eles só ficaram abraçados o filme todo. Vocês sabem que não dá pra ver ninguém na sala de cinema, né? Não precisam ficar de mãos dadas lá. -Nick nos olha sugestivo.
Ele tinha um ponto. Acho que agora tinha se tornado tão comum que eu esquecia às vezes que estávamos fingindo. Não que eu pense que namoramos de verdade, mas as mãos dadas, o carinho e tudo mais não são coisas que eu recusaria de toda forma.
-Cala boca, Nick. -Chris diz, sem responder nada a respeito da provocação do irmão.
Deixo de lado também e voltamos a andar até o estacionamento. O trajeto até a casa dos meninos foi menos barulhento, o som das músicas era meu foco e eu tentei não dar atenção pros meus pensamentos confusos. Assim que chegamos, deixei minha mochila no quarto de Chris.
-Sabe o que eu estava pensando? -Puxo assunto, sentando em sua cama.
-Seria estranho se eu soubesse. -Ele responde, me fazendo dar uma risadinha.
Tiro meus tênis, os colocando ao lado da mochila e tiro o pijama de dentro, junto com a bolsinha que tinha trazido.
-Nick estava certo. -Digo.
-Sobre o que? -O garoto se senta ao meu lado, me olhando confuso.
-Nós dois ficamos muito juntos mesmo quando não tem necessidade.
-Você acha isso ruim? -Seus olhos me focam.
-Não. Mas tenho um pouco de medo. -Dou um sorriso sem graça, meio tímida sobre esse assunto.
Não tínhamos conversado sobre nada disso direito até hoje, só deixamos rolar e eu tinha receio que isso no fim viesse a trazer mais complicações.
-Medo de que? -O moreno tenta entender, tirando o boné e o jogando perto do armário.
