Capítulo 3 🥀

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— Desculpe-me. Vou para outro lugar.

Simone suspirou, desejando virar e fitá-la nos olhos.

— Não quero que sinta que precisa afastar-se de onde estou.

— Mas é exatamente o que quer. Preferia que eu não estivesse aqui, não é mesmo? - Ela viu que os ombros dela enrijeciam. — O mínimo que podemos fazer é sermos honestas uma com a outra.

Simone apertou os lábios, suspirando mais uma vez.

— É verdade. Mas posso garantir que não me importo de não ter mais a casa só para mim.

— Não precisa se esconder.

— Eu não me escondo. Escolhi este estilo de vida, Srta. Thronicke , e nos últimos quatro anos aprendi que é a melhor maneira de viver.

— Quer dizer, a mais fácil.

— Nada é fácil para mim, Senhorita.

— E quanto a sua filha? Ela espera encontrar a outra mãe. Precisa de carinho e conforto. Perdeu um das mães.

O peito de Simone apertou-se ao pensar na tristeza de Charllote, e como gostaria de confortá-la.

— Foi por isso que a contratei Srta. Thronicke .

— E não se importa com ela?

Como podia dizer a Soraya que soube da existência da filha, poucas semanas atrás, sentira raiva da outra mãe de Charllote, por abandoná-la, carregando no ventre o bebê que era delas, por não lhe dar uma chance de conhecer a criança, antes de lhe tirar tudo que tinha. O amor pela mulher desaparecera quando ela partira, abandonando-a quando ela mais precisava, condenando-a a prisão e ao isolamento. Como podia esquecer o passado?

— Eu me importo. Muito. Mas mal tive tempo de me acostumar com a ideia de que sou mãe. - Ela começou a andar para a garagem.

— É bom se acostumar. - Disparou Soraya, enquanto ela se afastava. — Depois de amanhã ela estará aqui, querendo vê-la, e como poderei explicar que a mãe não quer encontrá-la?

— Diga a verdade. - Respondeu ela, sem parar de andar. — Que a mãe não quer ser mais uma fonte de pesadelos para ela.

A resposta deixou-a sem ação, e antes que pudesse pensar no que dizer, ela tinha desaparecido. Virando-se, ela fitou Tom.

— Acho que as coisas não correram muito bem, não é? - Tom observou-a atentamente, como se estivesse avaliando cada detalhe, e Soraya não saberia dizer qual fora a impressão do homem, já que sua expressão continuava impenetrável.

— Não, madame.

— Sou Soraya Thronicke!

— A Sra. Tebet disse.

— E o que mais ela falou a meu respeito?

A expressão de Tom continuou impenetrável, e ele virou-se para arrumar as pilhas de madeira. Por certo precisariam delas para aquecer-se nas noites de tempestade, imaginou Soraya, pensando em como o castelo de pedra devia ser frio no inverno.

— Todos na cidade têm uma imagem errada dela. Mas já deve saber disso, não é? — Ela admirava o fato de o caseiro respeitar o segredo da Tebet, mesmo exposto à curiosidade de todos.

Tom arrumou mais uma pilha

— Simone. - Corrigiu ela, virando-se para a casa e acrescentando. — Estou esperando que entreguem as compras. Assim, acho melhor recolocar aquela expressão séria no rosto. Afinal, é o que todos esperam, não é mesmo?

Beauty And The Beast  ( Versão Simoraya )Onde histórias criam vida. Descubra agora