Simone riu, agarrando-a por trás quando passava com um prato de bacon. Soraya colocou o prato sobre a mesa, e Simone enterrou o rosto no pescoço macio de Soraya.— Você cheira tão bem.
— Deve ser a gordura do bacon. Dá um toque de mistério. - Simone riu, virando-a e beijando-a bem devagar.
O corpo de Soraya reagiu de imediato e ela puxou-a, acariciando as costas cobertas pela camiseta azul. Ao afastar-se estava sem fôlego, e meio zonza de desejo, e afastou os cabelos dela do rosto.
— Se quiser, posso cortar seus cabelos.
— Não gosta do estilo roqueiro? - Provocou ela.
— É bonita demais para se esconder atrás dos cabelos. - Simone sorriu. Toda vez que Soraya dizia que era bonita, queria acreditar.
— Hoje à noite, então. - Ela beijou-a de leve, e afastaram-se para preparar o café.
Mastigando uma fatia de bacon, Simone colocou pão na torradeira, enquanto Soraya pegava pratos e talheres no armário, arrumando quatro lugares. Tom aparecia toda manhã para tomar café, mas Charllote ainda ia dormir pelo menos mais uma hora. Simone abriu a geladeira para pegar a manteiga, e ao fechá-la viu Soraya imóvel, fitando a porta. Franzindo a testa, acompanhou o olhar dela. Charllote estava parada ali, os cabelos despenteados pelo sono, o ursinho pendurado numa das mãos.
O pânico a envolveu. Oh, Deus! Ela veria as cicatrizes.
O olhar dela voltou-se para Soraya, e ela reconheceu o pedido de socorro. Uma coisa era ela aceitá-la, sem restrições. Mas uma criança de quatro anos era diferente.
— Bom dia, Charllote. - Disse Soraya, e só Simone notou o tremor na voz.
Ela estendeu Simone com a mão, segurando a onde estava ao perceber que daria as costas à filha. Charllote esfregou os olhos e bocejou.
— Bom dia, Soraya. Bom dia, mama. - Ela subiu na cadeira, colocando o urso na cadeira ao lado, olhando para os adultos. — Vai tomar café conosco, mama?
Charllote a olhava, ansiosa. Cheia de inocência e confiança. Sem medo.
Simone pigarreou antes de conseguir falar.
— Vou, princesa.
— Que bom! - Disse Charllote, pegando uma fatia de bacon e começando a comer, enquanto Soraya se inclinava sobre o balcão para lhe servir suco.
Soraya olhou para Simone, que parecia congelada, fitando a filha com os olhos cheios de lágrimas. Esquecendo a jarra, aproximou-se. Simone não tirava os olhos de Charllote.
— Ela nem notou - Disse, num tom rouco. Soraya sorriu.
— Mais uma mulher que você subestimou, não é? - Provocou, acariciando o rosto dela com a ponta dos dedos.
— Sim. - Ela riu, segurando-lhe a mão, e Soraya sentiu o coração se encher de alegria.
Simone virou-se para Charllote, mas Soraya colocou a mão em seu braço.
— Vá com calma.
Ela assentiu, sem querer assustá-la, e quando a torrada saltou, virou-se para o balcão para cobri-la de manteiga.
— Gosta de geleia, Charllote? - A menina riu feliz.
— Amora é minha favorita.
— Sei - Disse Soraya. — Ontem era uva, anteontem, pêssego. - Ela beijou a menina no rosto, enquanto Simone colocava o prato na frente da filha. Então, sentou-se ao lado de Soraya, vendo a filha tomar o café da manhã.
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Beauty And The Beast ( Versão Simoraya )
FanfictionConvocada como se fosse para servir a Rainha, Soraya Thronicke foi contratada para trabalhar como babá da filha de Simone Tebet. Mas o coração de Simone estava tão despedaçado quanto seu rosto. Para Simone, a linda e doce Soraya era uma tentação e u...