you're not scary

one

Era apenas mais um dia normal na Toman.

Estando em mais uma de suas reuniões diárias, com algumas estratégias de luta, diversos adolescentes se divertindo, zoando, sendo o puro caos de sempre. Enquanto Takemichi, mais uma vez, estava junto a Sanzu, tentando começar uma conversa e fazer amizade com o mesmo, ignorando Mikey que o agarrava fortemente, tendo Draken brigando consigo e tentando fazê-lo soltar Takemichi.

Takemichi não sabia da pequena queda na qual o sub-capitão da divisão tinha por ele, e se for depender do de cabelos brancos, ele nunca saberia. Até porque, era o que ele menos queria que acontecesse, numa ideia impregnada em sua cabeça que ninguém conseguiria o amar de volta, principalmente com as cicatrizes em sua boca.

Nunca entendera de onde essa paixão veio, por sua imensa vontade de conseguir fazer amizade com ele? Provavelmente, mas também nunca admitiria, se mantendo em um posição irritada, fazendo de tudo para que o de cabelos loiros se cansasse dele e, talvez, depois de um tempo a paixonite de Sanzu pelo Hanagaki se cessasse.

- Mikey! — Takemichi exclamou  irritado depois de muito tempo de birra do menor — por favor tome logo o seu remédio e deixe Draken em paz! — o menor o olha revoltado enquanto solta suas pernas.

- obrigada Michy! — falava o maior pegando-o rapidamente e o levando a Mitsuya que segurava uma seringa com um remédio colorido, enquanto o outro soltava alguns palavrões de forma revoltada.

- me desculpe por eles. Bom, você já os conhece né, sabe como eles são. — fala desconcertado enquanto tentava se explicar — bem, o que você acha de sairmos algum dia desses? Abriu uma nova sorveteria que parece ser muito boa, estava pensando em ir lá com alguém.

Silêncio novamente, claro, não era nenhuma surpresa para Takemichi, até porque eram poucas as vezes que tentara falar com Sanzu fora respondido de volta, podendo contar nas mãos, mas isso não o desanimava, e com certeza não iria parar de tentar.

- qual é Sanzu responde o menino. — Mutō falava já cansado do drama adolescente que estava ocorrendo a meses, sendo o único a saber sobre a paixão secreta do albino.

- pode ser. — fala finalmente fazendo com que o loiro morra de felicidade, enquanto o albino ainda estava apreensivo sobre o "encontro" que teria com o loiro.

- legal!  podemos ir amanhã então! Você pode ir dormir lá em casa. Quer dizer, se você quiser. Lá é bem perto da sorveteria, então pensei que poderíamos ficar por lá mesmo.. — estava completamente vermelho e, quanto mais tentava se explicar mais corado ficava, cortando suas próprias frases com outras ainda mais emboladas.

Se não estivesse com sua máscara no rosto Sanzu também estaria completamente vermelho, e agradecia mentalmente por sua máscara ter conseguido secar a tempo.

- tanto faz — fala tentando parecer o mais neutro possível, mesmo que por dentro seu coração batia a milhões.

- ótimo. Vou me despedir dos outros então, já que, aparentemente, não vamos ter mais nada nessa reunião.

Então ele sai sem deixar mais ninguém se pronunciar.

- olha, acho que você finalmente consegue em. — Mutō brinca com o mesmo recebendo um olhar irritado.

- ele nunca gostaria de alguém como eu Mutō.Não sei porque você se deu o trabalho de o responder. — retirava rapidamente sua máscara passando a mão ajeitando seus cabelos.

- você que aceitou o convite afinal, eu não falei nada demais.

- claro, você sabe minha situação e, por mais que eu ache que nunca vá acontecer nada entre a gente, por algum motivo eu só não consigo abandonar esse sentimento.

- você sabe que um dia você terá de aceitar seu sentimento não? Já passou da hora de você só falar. Qual é, dizer o que sente não é tão difícil.

- claro, quando você é hetero e a garota que você gosta já se confessou para você fica realmente fácil. — reclama o lembrando das diferentes situações que eles se encontravam — eu me assumi ontem para minha família e fui expulso de casa, esse foi o único motivo por ter aceitado. Amanhã vejo com mais calma onde ficar.

-  você quem sabe então — dá de ombros — se não achar outro lugar minha casa está livre.

- obrigada Mutō — botava sua máscara rapidamente ao ver o loiro se aproximando novamente.

- estou aqui para isso, somos amigos afinal. Até a próxima. — se despede e por fim ficamos apenas os dois.

- vamos? — pergunta depois de um tempo que eles apenas se encaravam, sem saber o que fazer a seguir, tirando o albino de seu pequeno transe. 

Seus cabelos bagunçados e pele rosada pela correria simplesmente o fazia ficar louco, então com um simples sorriso de olhos concordou.

Andaram para o estacionamento do templo, parando em frente a moto pertencente a Sanzu. O albino liga a moto e sobe rapidamente, tendo o loiro agarrando sua cintura assim que sobe.

Sanzu dirige devagar, com medo de poder derrapar na rua, ainda molhada da chuva, na qual a pouco tempo tivera. Tomando todo o cuidado para que o loiro não se assustasse com a velocidade e piorasse a situação.

Seguindo os comandos calmos do outro, Sanzu estaciona na frente do prédio que Hanagaki mora. Desliga a moto e, depois de a travar e ligar o alarme, vão para o pequeno apartamento do loiro.

sem nem ao menos perceber, enquanto entrava no apartamento do menor tratava de o analizae calmamente, prestando atenção até nos mínimos detalhes.

- me desculpe, a casa está uma zona e — para de falar olhando maravilhado para a janela. — mas que sorte — fala se sentando no espaço sob a janela. — está nevando, chegamos bem a tempo.

- realmente... — faao chegando por trás, também apreciando a vista, enquanto pequenos flocos caem de maneira lenta dos céus.

Dezembro é um mês lindo, sendo todos presenteados com o quanto neva. O melhor dos presentes de natal. E bom, não era de ficar surpresos. Já estava perto do final do ano e também estavam nas férias de inverno, não demoraria muito para que a temporada de neve finalmente comecasse.

- vou fazer um chocolate quente para a gente. — os tira do transe e antes que pudesse negar o loiro já havia saído.

"Merda!! No que estava pensando?" Era a coisa que mais se repetia na cabeça de Sanzu, enquanto pensava na coragem, não existente, que precisaría ter para retirar a máscara.

Ir para a casa do garoto que gosta já era doideira demais para ele, ainda aceitar sair para comer com ele? Mostrar seu ponto fraco, seu defeito. Estava com medo do que ele poderia pensar, podendo falar que estava a beira do desespero, já que ter a pessoa na qual você gosta com medo do quão horripilante você é, era a coisa na qual menos queria.

Respirou fundo, tentando tirar todos esses pensamentos ruins da cabeça e se sentou no sofá. (para quem não entendeu são aquelas  janelas que aparecem bastante em filmes americanos e tem meio que um sofá embutido para se sentar. O nome é bay window se eu não me engano.) Continuou a apreciar a vista, com seus pensamentos surgindo de maneira turbulenta e quando menos percebeu o loiro se senta ao seu lado, trazendo consigo duas canecas grandes, com chocolate quente e marshmallows boiando no líquido.