Abaddon...
Morro do jaca 📍A vida tem momentos em que tu pensa que tu perdeu tudo na vida, e porra. Eu já ganhei tudo, é quem diz que o dinheiro não traz felicidade tá mentindo. Tua felicidade e não sentir a barriga doer de fome, ou tua vó dormi sem o remédio que pode levar ela a morte pô. O que traz a felicidade e o dinheiro, sem ele tu num tem nem o que comer. Não tem porra nenhuma, mas ele traz. Mas também mata, tudo tem o limite único.
Bolei um do fino é marolei traquilo, podem crítica meus metados, mas não meus resultados. Fui criado pela minha vó, nunca tive mãe, nem o amor merecido por ela. Minha vó me deu tudo, o melhor do possível. Meu coroa morreu quando eu tinha quatoze anos, são dezesseis anos sem ele comigo, é sinceramente acho que eu prefiro assim, pelo menos não daria o desgosto dele me ver sendo do tráfico.
Minha vida nunca foi fácil, sempre tive que trabalhar pra sustentar uma casa aonde meu pai tinha problema de pulmão, e minha vó de coluna não podendo trabalhar. Meu pai precisa de oxigênio para respirar melhor, mas o dinheiro da aposentadoria dona Carmem não cobria as metade dos custos. Cada dia mais ele piorava, aí veio a premunia.
Depois a falência do pulmão e foi assim que ele se foi, logo minha vó começou a piorar com a coluna e a aposentadoria e a pensão do meu pai não cobria pô. O remédio era caro, médico de quinze em quinze pra poder ver se conseguia uma vaga no SUS pra cirugia que nunca saiu. Tive que me virar como eu pude, eu trabalhava numa oficina do morro, mexia com moto bagulho que sempre entendi desde menorzinho.
Teve uma invasão no jacarezinho é os cana quebrou a oficina e matou o dono, papo reto? Não recebi nem meus direitos, tive que entrar pro movimento. Eu com quinze anos comecei como entregador, depois aviãozinho, quando vi eu tava de olheiro. Depois segurança do chefe e assim foi pô. Voltei a estudar de noite e finalizei a escola tempo depois pô.
Nem todos estão nessa porque quer, não, eu principalmente comecei pela necessidade e hoje sou dono desse morro inteiro. E me perguntam se eu quero sair? São anos de experiência, entrei nessa com quinze mesmo trabalhando na oficina, eu já tinha meu correr fora, só o dinheiro da oficina não pagava nem o aluguel, muito menos os remédios da minha vó.
- Aylon, vem cá pô. - Chamo ele que parace na porta segurando a cabeça do macaco de brinquedo completamente distruindo.
O Aylon é todo malhado, ele é treinado pra defender seu dono. Ele tem as orelhas cortadas, mas é por causa de briga que ele já envolveu e o cachorro agarrou na orelha dele. Aylon tem o porte forte, os pelos caramelo e as orelhas em pé pra tudo. Os olhos completamente cinzas e azuis no sol, igual o meu. Ele sempre foi meu companheiro, ele tem três anos que está comigo nessa..
Eu tinha uma fêmea a Nayla, era uma cadela lindona, chamava atenção de quem via na rua. Ela era dócil demais, não mordia mesmo sendo treinada pra morder Quando eu mandar. Sempre gostei dela porque ela me lembrava como é amar ainda, ela tinha sete anos comigo. Mataram minha cadela, na invasão do jacarezinho. Os cana invadiram minha casa mataram ela com sete tiro na cabeça na minha frente.
Carmem: Filho!? - Não respondo deixa ela entrar e logo o barulho da porta sendo batida com força - Toma no cu cacete, essa praga de menino não fica nessa buceta de casa - Dou um sorriso torto escutando a voz dela é mó desbocada mané.
- Tô aqui dona Carmem - Grito passando a mão no pelo do Aylon que rosna baixinho.
Carmem: Pra mim se tava na boca menino. Avisa aquele menino, que a próxima vez que ele meter a porra da mão suja na minha samambaia - Ela pausa colocando a mão na cintura - Eu juro de dedinho, que ele fica sem os outros três dedo restante, filha da puta.
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Amor Sombrio
Fanfiction" Se o amor for loucura: Perca o equilíbrio... Mas se o amor for a guerra, lutarei por ele, se a paz for teu sorriso te farei sorri, se a obsessão seu beijo, te beijarei, se o ódio for eu te farei me odiar sempre que precisar, só para tê-la sempre...