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Abaddon
Jacarezinho 📍

Na vida temos poucas escolhas, nem sempre as corretas leva a vida até a eternidade. O bagulho é viver a vida como se amanhã fosse o fim do mundo, cresci em meio a troca de tiro. Vi parceiros meus morrer, meus colegas das escolas se formando na escola. E as novinhas engravidando, crianças inocente morrendo. Tudo apenas em uma pequena eternidade.

Sonhei que ia ser pai, acordei e vi a realidade. Observei a mentira na minha cara, vi ela crescendo e se tornando uma obsessão. Uma barriga falsa, e o amor que nunca existiu. A vida que temos é uma chance só, trinta anos! Trinta anos carregando o mermo farto. Bandido. Cresci dentro de uma igreja católica, em frente ao altar Jesus Cristo. Me via, ali. Pedindo a proteção em época de missão.

– Manda ele descer, porra – Falo escutando o burburinho de conversar dentro da boca.

Pixel: Mandei Chefe, mas tu escuta? Porque ele não – Olho a esquina atravessando a rua movimentada do jacaré, me encostei na árvore me escondendo do sol olhando a carranca seria dele.

– Qual foi a ordem que eu dei filha da puta? – Pergunto cruzando os braços.

Pixel: Coloca ele pra fora do morro, mas porra chefe. O cara tem família, caralho – Ajeitei meu boné na cabeça, ajeitando a bermuda.

– Problema, tendo família ou não continua comprando, o bagulho é um só. Tem dinheiro compra e paga!  Não? Não compra. – Engoli saliva, cruzei os braços olhando ele.

Pixel: Cyclone desceu pra amenizar o movimento de lá – 

– Eu quero saber da patroa da casa. Primeiro, ela vem na boca pede ajuda com noiado. Depois ele está lá dentro da casa dela, comendo ela e a irmã. Qual vai ser? Meu morro não é bagunça, quer putaria tem que um cabaré depois da entrada pra isso – Falo sério olhando ele que nega com a cabeça coçando o pescoço.

Pixel: Vou resolver – Faço o toque com ele, vendo ele meter o pé.

Pixel tem o terço católico inteiro nas costas, a pele preta marcava a dor de ser negro. Pixel, sofreu. Foi escravo do patrão da mãe dele, mermo depois da épocas escravidão. Não era apenas trabalho infantil, era chicote nas costa de uma criança de sete anos. Até que uma vez ele cansou, mandou o cara dormindo. Descobriu que o homem que ele matou, era seu pai...

O assunto regente na boca era, a família psicótica. Era basicamente uma piranha de vinte sete anos e a irmã gêmea, a menorzinha. O meno revoltado e o pai drogado. As crianças apanha do pai quando não tem a cocaína pra descansar a mente, ou quando alguma vagabunda rejeita ele..

Uma hora o velho ia cansar, sempre a merma mulher ou a irmã. Uma hora ele ia querer algo novo, mas porque não uma pessoa quão nova ele podia pensa? Logo a pessoa em que ele meteu no mundo covarde, ele logo trouxe a dor e a revolta pra mina. Abusou da filha de quatro anos de idade, menina inocente. Via o mundo como conto de fadas, mas que um dia se tornou tão sombrio... Como o conto de medos..

Cyclone: Fala tu meu gostoso – Aparece na esquina, Reviro os olhos me aproximando dele.

– Resolveu? – Cerro meus olhos na direção da loirinha que descia pra casa  brincando com o Ravi, o vestido curto subia mostrando as coxas grossas e a beirada da virilha. Mesmo sem querer chamar atenção, ela tem toda a minha atenção. Enrolei meia hora ali, pra tempo dela chegar em casa.

Cyclone: Tô falando contigo – Estala os dedos na minha direção, pego meu maço de cigarro de maconha. Tirando um baseado, acendi o baseado desviando meu olhar de seus olhos brilhantes tão chamativos.

– Tendi, mas o cara meteu o pé? Se eu desce lá eu meto bala em geral – Ameaço. Nem sei o que ele falou, e porra. Tô pouco me fodendo, a vadia teve oportunidade de se livrar de uma praga.

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