Kiara Soulier
O final de semana passa voando. Tanto no sábado quanto no domingo, Jackson aparece na lanchonete com seus amigos e tenta falar comigo.
A presença dele é algo que não se passa despercebido. O líder do time de futebol tem consciência disso.
Quando ele aparece, independente do local, olhares são lançados em sua direção e é fácil se interessar, envolver-se naquelas órbitas, os sorrisos, as palavras. Só que ele não me enganava. E com isso, o ignorei ao máximo que pude.
Ainda estou dormindo no Poppys. Aproveitando que tenho as chaves reservas e que o fechamento da lanchonete é responsabilidade minha essa semana, para descansar, torcendo que ninguém me pegue no flagra.
Mas era desconfortável. O chão frio e toda aquela escuridão incomodava.
Às vezes, eu era acordada por sirenes policiais de madrugada e na virada do domingo para o dia de hoje, plena segunda-feira, pude jurar que vi um rosto escancarado do lado de fora das janelas, tentando bisbilhotar o local quando fui ao banheiro.
Aterrorizante. Eu precisava logo de um local para ficar.
— Quantas aulas você tem hoje? — Charlie pergunta, quando para ao armário ao meu lado esquerdo.
Estou com as costas encostadas na parede, os livros nas mãos, pressionados contra mim. Meu corpo todo está cansado e desejando descansar.
E não é que algumas noites mal dormidas podem acabar com a sanidade de alguém?
— Saio às quatro, é tudo que sei — respondo, pegando impulso para desencostar da parede.
— Uma hora mais tarde que o normal — ele nota. — Vai repor alguma aula?
— Sim. A da semana passada. Lembra que falei que meu professor cancelou na metade do caminho porque o filho ficou doente?
— Aquele careca? Que você odeia?
— Dalton. Acertou, ele mesmo.
Ainda é cedo. Talvez sete e vinte da manhã, pelo fluxo baixo de universitários dentro da faculdade, mas em geral, Charlie chegava cedo e eu não poderia continuar no Poppys depois das seis e meia, horário que os funcionários começavam a chegar.
— Ainda não entendo como você gosta de matemática — murmura em um tom de julgamento.
Dou de ombros e caminho até a lanchonete. Meu amigo vem atrás, guardando o caderno no bolso.
— Números são fáceis. Muito menos complicado que as pessoas.
— Talvez, mas contabilidade é uma merda.
— Você só diz isso porque prefere humanas.
— Também. E porque odeio matemática.
— Bobagem. Se me pagar eu posso te ensinar.
— Prefiro a morte — diz, em um drama divertido.
Reviro meus olhos, dobrando um corredor à direita.
Estava morrendo de fome, queria comer um pedaço grande de waffle e beber um copo de café gelado, mas não havia muita coisa aberta no momento, a não ser as máquinas instantâneas. E eu não tinha lá muito dinheiro para gastar, por isso evito ir até lá. Ficar com vontade não era muito saudável para o meu psicológico esses dias.
— Sabe, estou ouvindo umas conversas interessantes esses dias — meu amigo retorna a falar, enquanto caminhamos.
Ergo a sobrancelha com certo julgamento. Era raro as fofoquinhas que ele ouvia que realmente pareciam interessantes.
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Deathless - Jackson Wang
FanfictionKiara é uma estudante que chama bastante atenção pelo Campus. Digna de uma beleza estonteante, tudo o que deseja é passar despercebida até concluir o curso. Com a presença inesperada de Jackson Wang em sua vida, o garoto mais popular da universidade...