41

57 7 0
                                    

Jackson Wang

Os lábios de Kiara se juntam ao meu desesperadamente e meu corpo começa queimar assim que entrarmos no apartamento, com toda a ansiedade acumulada entre nós desde que deixamos a lanchonete.

Toco seu rosto em ânsia, minha língua pedindo passagem pela dela, que cede tão facilmente, corresponde-me de volta tão selvagem e a sugo lhe provocando, enquanto nossos passos desordenados vão até a sala e desabamos no sofá.

Por baixo de mim, ela tem a respiração ofegante e sorri ao desfazermos o contato pele a pele. Seu corpo sedento deitado no sofá sedutoramente e fitando meu rosto, aguardando pela continuação daquele momento. Até que o celular toca, e a expressão dela se transforma em preocupação.

— Não atenda — imploro, distribuindo beijos pelo seu rosto que descem para o pescoço na tentativa de relaxá-la e pauso na entrada dos seus seios volumosos. — Apenas desligue o telefone e ignore completamente, seja lá quem for.

Apesar do seu corpo demonstrar me querer, Kiara me afasta suavemente, sentando-se no sofá e retira o aparelho do bolso. Sua reação negativa piora ainda mais ao ver quem era.

— É a minha mãe — avisa, enquanto o som ecoa entre nós. — Ela normalmente tenta entrar em contato comigo uma ou duas vezes na semana, sempre procurando por dinheiro, mas de uns dias para cá... as ligações aumentaram. É estranho.

Tento manter o rosto inexpressivo diante a situação, embora já saiba a razão daquele ato. Estavam desesperados, completamente e inteiramente aflitos, mas não por ela, a filha primogênita deles, e sim por si próprios. Egoístas do caralho.

— Quer falar com ela agora ou prefere lidar com isso mais tarde? — questiono, mostrando preocupação em meu olhar.

Seu semblante tem resquícios de irritação e ansiedade. Kiara suspira, olhando para o telefone em suas mãos.

— Sei que eles foram péssimos pais e estou ciente que o modo como me criaram desde que nasci deixou a desejar em vários aspectos, além do fato que nunca me amaram, e juro com todas as minhas forças, queria ser capaz de ignorá-los para sempre, mas... — ela mexe um pouco no cabelo. — Fazem apenas alguns meses que me afastei por completo deles e querendo ou não, ainda me preocupo. São minha família.

Poderíamos ser diferentes, mas aquele aspecto em especial de nossas vidas, era um tanto similar. A família de merda e em pedaços, toda a culpa acumulada por abandonar os laços sanguíneos.

— Eu sou sua família agora — corrijo, e continuo: — E talvez seja útil estabelecer limites, meu amor. Deixar claro e expressar suas necessidades de uma maneira mais... séria.

Ela parece deslumbrada com minhas primeiras palavras. Seu rosto encantado, antes de falar:

— Eu tentei, Jackson. Faço isso desde que me entendo por gente, e é sempre inútil — suspira, encarando-me. — O que você acha que devo fazer?

— Se achar que atender agora é a melhor opção, vá em frente, estarei aqui para apoiar. Mas se não se sentir preparada, talvez seja melhor lidar com a situação mais tarde. Ou pode simplesmente me passar o telefone. Eu mesmo falo com ela.

Ela revira os olhos e um sorriso quase invisível surge.

— E falar o quê, capitão? Que ela errou de número?

"Parem de ligar para a minha mulher, estão incomodando e ela não quer falar mais com nenhum de vocês, porra".

— Certo, e então eles vão me acusar de ter saído da cidade atrás de um homem e invalidar todo o meu esforço para entrar em uma boa universidade — provoca, e solta, como um desabafo: — Ainda não consigo. Falar com eles, quero dizer. Não por telefone.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Deathless - Jackson WangOnde histórias criam vida. Descubra agora