❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.

𝟎𝟗. 𝐅𝐚𝐥𝐬𝐚𝐬 𝐩𝐫𝐨𝐦𝐞𝐬𝐬𝐚𝐬.

Ao ouvir aquelas palavras saírem dos lábios do mais velho, Jade não pôde mais controlar o sorriso em seu rosto e sua ansiedade para beijá-lo novamente. Os olhos dourados de Reiner fitavam as orbes castanhas da garota. A lua, refletida no olhar de ambos, fazia com que seus olhos tivessem um brilho único e estivessem sintonizados um com o outro, tornando aquele momento bastante especial para os dois, perdendo apenas para a noite em que tiveram seu primeiro beijo. Reiner sorria enquanto observava cada detalhe do rosto de Jade, notando, pela primeira vez, as pequenas sardas que enfeitavam seu rosto, assim como as estrelas decoravam as noites.

- Se eu soubesse que você ficava tão linda dessa distância, eu teria feito isso antes. - disse ele, levando seus olhos até os lábios rosados da mais nova.

- Eu digo o mesmo sobre você... - respondeu a garota de cabelos claros, dando um sorriso de canto.

Novamente, Reiner depositou um beijo rápido nos lábios de Jade, fazendo-a corar com aquele simples ato e sorrir de forma boba por isso. Enquanto a garota sorria alegremente por estar novamente junto dele, Reiner sentia uma leve sensação de culpa por estar ali, ao lado dela. Por mais que gostasse de Jade, ele não se sentia seguro em relação a ela, mas não porque não confiasse nos sentimentos dela e sim porque não se achava digno de ter seu amor. Afinal, como Bertholdt havia lhe dito, ele era um dos culpados de ela ter perdido sua família e não sabia como ela poderia reagir quando soubesse de toda a verdade. Cabeça dura do jeito que Jade era, seria difícil convencê-la de que ele não era uma pessoa ruim, apesar do que fez, mas Reiner jurou a si mesmo que faria o possível e o impossível para levá-la junto com ele e dar a ela a vida perfeita que a moça merecia.

Marley, de fato, não era um lugar bom, e nunca iriam aceitar Jade como uma aliada, principalmente se tratando de uma eldiana de Paradis, que muitos diziam que seus habitantes eram, na verdade, demônios. Porém, depois de muita convivência ao lado daquelas pessoas, Reiner, Bertholdt e Annie sabiam que todas as coisas que lhes foram ensinadas eram falsas. O povo de Paradis não passava de pessoas que viviam suas vidas de maneira pacífica, apesar de não terem liberdade para explorar o restante da ilha, mas mesmo assim, se mantinham bem, mesmo que estivessem um pouco atrasados em questão de avanços da tecnologia, medicina, e outros.

Com um pouco de receio, Reiner levou suas mãos até as de Jade, entrelaçando seus dedos um no outro, e olhou fixamente nos olhos da garota, fazendo-a corar novamente. Não sabia exatamente o que diria a ela, mas gostaria de fazê-la se sentir feliz com sua presença e companhia, mesmo sabendo que ela já se sentia dessa forma, porém, ele queria mais. Engoliu em seco e deu um leve suspiro, fazendo Jade sorrir de forma confusa, curiosa com o que o rapaz iria lhe dizer a seguir.

- Um dia, nós conheceremos o mar. Faremos isso juntos, apenas nós dois. - depois de muito tempo calado, Reiner finalmente resolveu falar, surpreendendo a menor com suas palavras.

- Aquele lago de água salgada sobre o qual o Armin sempre enche o saco falando?

- Isso mesmo. - afirmou o loiro, sorrindo gentilmente.

- Você acha que esse tal de mar existe? Porque eu tenho minhas dúvidas... Imagine se os mercadores descobrissem a existência dele, ficariam loucos para retirar tanto sal. - contou Jade, tentando imaginar como seria o tal mar.

- Sim, eu acredito na existência dele e prometo que iremos vê-lo juntos. - após sua fala, Reiner sentiu um aperto em seu peito, como se tivesse dito algo idiota.

Jade sempre ouvia Armin falar sobre o mar e como ele era um imenso oceano de água salgada que ocupava 71% do espaço do planeta Terra, o lugar onde viviam. Claro, ela nunca havia dado tanta importância para o que o garoto dizia, pois achava que era tudo uma bobagem e que seria impossível aquilo ser real, mas depois de Reiner ter prometido que veriam o mar juntos, uma certa curiosidade despertou-se nela. Agora, ela também sentia vontade de conhecê-lo, e não porque estava curiosa para saber se era real ou falso, mas sim porque gostaria de presenciar tal experiência ao lado de Reiner, a pessoa que tanto lhe fazia sentir bem consigo mesma.