𝟒𝟒. 𝐂𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐦𝐚́𝐪𝐮𝐢𝐧𝐚 𝐝𝐞 𝐥𝐚𝐯𝐚𝐫.

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Um ano transcorreu desde a retomada da Muralha Maria, e a humanidade alcançou mais uma vitória: o extermínio de todos os titãs que habitavam Paradis, resultando em uma terra livre deles. Finalmente, conquistaram a liberdade para percorrer toda a ilha sem o temor dessas criaturas. Ao descobrirem o mar, ficaram maravilhados com a sua grandiosidade. Em comemoração a esse significativo avanço na libertação dos eldianos de Paradis, Historia anunciou a realização de um grandioso festival na capital, convidando todos os residentes das outras muralhas. Todos se regozijaram com essa conquista, após anos de sofrimento e confinamento. Finalmente, tiveram a oportunidade de desfrutar plenamente da ilha, sem a ameaça dos titãs.

Apesar da grande alegria decorrente desse avanço, um certo indivíduo ainda carregava tristeza no coração. Embora tentasse ocultar seus sentimentos, seus amigos eram cientes de sua melancolia, mas respeitavam sua relutância em compartilhar. Jade sorria o máximo que podia, esforçando-se para irradiar um pouco da felicidade que ainda residia em seu interior, mesmo que estivesse profundamente desgastada para continuar com essa fachada.

A garota estava bebendo um pouco de vinho que havia sido distribuído durante o festival, um pouco distante dos demais convidados, estando próxima de uma barraquinha de comida. Vez ou outra, trocava algumas palavras com a doce senhora daquele pequeno estabelecimento, contando para a mesma sobre os diferentes tipos de comida que havia experimentado enquanto estava em Marley, deixando aquela idosa encantada com tantas coisas peculiares que o povo do outro lado ingeria. Jean, vendo sua amiga ali, sozinha, apenas batendo papo como uma "velha", resolveu ir até ela, para conversar um pouco. A Fleury atendeu seu chamado e foi junto dele até o jardim do palácio, ficando a sós.

- Até quando você pretende continuar fingindo que está tudo bem? - indagou o rapaz de cabelos castanhos, apoiando seu cotovelo sobre o ombro dela.

- Até que todos acreditem nisso. - respondeu ela, fazendo um gesto de "ok" com uma de suas mãos.

- Entendo que estes últimos anos tenham sido extremamente difíceis para todos nós, mas você precisa superar isso. Vamos, dê a si mesma uma oportunidade de encontrar a felicidade e deixe o passado para trás.

- Apesar de você ser um tanto irritante, adoro sua companhia, Cara de Cavalo. - retrucou a garota mais baixa, esboçando um sorriso discreto.

- Se eu sou um cavalo, então monte em mim, sua dentuça de merda. - disse o jovem, arregalando os olhos ao perceber o que havia dito.

Os dois permaneceram se fitando, ambos enrubescidos com a declaração do indivíduo de cabelos castanhos, que estava mais ruborizado do que o batom que adornava os lábios da jovem a seu lado. Jean era um jovem reservado quando se tratava de desenvolver afeições românticas por alguém, direcionando alguns de seus flertes apenas a Mikasa, que os ignorava, apesar dos breves sorrisos que ocasionalmente concedia ao ouvi-los. Não se podia negar que Kirstein era atraente e possuía charme, entretanto, nunca havia passado pela mente de Jade que um dia pudesse surgir algo entre os dois jovens. No entanto, caso algo viesse a acontecer, seria viável ou se resumiria a uma mera aventura? Essa era uma curiosidade que despertava entre eles.

Fleury não poderia negar a atração que sentira por seu melhor amigo em algum momento, embora essa atração nunca tenha ultrapassado o âmbito do desejo físico. Ela não desejava utilizá-lo simplesmente para satisfazer seus impulsos carnais, que haviam crescido desde a partida de Reiner. No entanto, sabia que, da mesma forma que ela, Jean não nutria sentimentos amorosos por ela, mas sim por Mikasa. Talvez não houvesse problema se ambos se envolvessem apenas para saciar seus desejos, afinal, como a famosa filósofa Pabllo Vittar afirmou: "melhor se arrepender do que passar vontade".

- Você quer ir para o meu quarto? Acredito que a rainha não se incomodaria se fôssemos para lá, afinal, ela nos concedeu hospedagem no palácio com esse propósito... Este local está bastante barulhento, e poderíamos manter uma conversa mais tranquila lá. - sugeriu a pessoa mais velha, exibindo um discreto sorriso nos lábios, embora fosse evidente seu nervosismo e timidez.

❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.Onde histórias criam vida. Descubra agora