𝟎𝟖. 𝐂𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐨𝐬 𝐩𝐫𝐢𝐧𝐜𝐢́𝐩𝐢𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐆𝐮𝐞𝐫𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨.

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Algumas semanas haviam se passado, e Jade sentia-se cada dia mais só do que antes, mesmo com a presença de Annie. Raramente falava com Reiner, o que doía mais do que qualquer coisa que pudesse feri-la. De vez em quando, tentava se aproximar do rapaz, mas ele sempre a evitava ou ignorava, deixando-a de lado. Seu coração estava despedaçado; afinal, ela sentia falta dele mais do que de qualquer outra pessoa. Ninguém poderia ser como ele, ninguém conseguiria compreendê-la ou fazê-la sentir-se bem como ele fazia.

- Ele me odeia, não é? Você é amiga dele, deve saber de alguma coisa. – questionou Jade, apoiando seu queixo no ombro de Leonhart.

- Sei lá, Jade. Aliás, o que você viu naquele imbecil? O Reiner é tão... Reiner. – Annie respondeu de maneira debochada, ridicularizando o amigo.

- O Reiner é uma boa pessoa, ele nunca faria mal a ninguém. Ele tem um bom coração, é carismático, forte e o sorriso dele... Oh, Annie! Por que eu fui dizer aquelas coisas horríveis para ele!? Eu sou uma pessoa deprimente. – disse ela, agarrando o corpo da amiga por trás, afundando o rosto no pescoço da mesma.

- Já tentou pedir desculpas? Idiota do jeito que o Reiner é, ele vai aceitar e esquecer rapidinho que você feriu a autoestima dele. – falou a loira, virando-se para Jade e afastando-a dela.

- Mas eu já pedi...

- E ele, por acaso, te desculpou? – indagou a garota mais velha, cruzando os braços.

Sem dizer nada, Jade apenas balançou a cabeça de forma negativa, indicando que não, Reiner não a havia desculpado por ter sido rude com ele e, provavelmente, por isso nunca voltaram a se falar desde então.

- Você é a pessoa mais problemática que eu conheço, Fleury. – disse Annie, levando sua mão até o topo da cabeça de Jade, logo acariciando o local.

[...]

Em um fim de tarde qualquer, Reiner e Bertholdt conversavam próximo uma colina que dava vista para um rio. Ambos estavam cansados depois de mais um dia de bastante treinamento pesado e finalmente puderam ter um tempo para descansar antes do jantar. Enquanto o moreno falava alegremente como se sentia em relação à Annie, a mente do Braun estava se dividindo em duas, com o loiro afim de ir até Jade e pedí-la para que ficasse ao lado dele, e com outra parte o fazendo se segurar para não se entregar àqueles sentimentos que sentia pela moça.

Não poderia mais negar, sentia falta dela. Sentia falta da forma como ela sorria, do som de sua risada e de como suas narinas faziam um barulho engraçado quando a jovem ria, sentia falta principalmente da maneira como ela o olhava. Sempre que seus olhares se cruzavam, Reiner podia sentir e ver o tamanho do amor que Jade sentia por ele, apesar da mesma nunca confessado para o mesmo. Seus toques sempre eram gentis e a garota estava o tempo todo por perto para animá-lo quando se sentia triste, sua voz doce e ao mesmo tempo firme o deixava viciado em ouví-la sempre que pudesse, principalmente quando Jade estava se exibindo. Apesar do loiro achar aquilo irritante, era admirável a maneira como ela se sentia orgulhosa de si mesma, sempre afim de cumprir seus objetivos.

Cabisbaixo e com os pensamentos à mil, Reiner sequer pôde prestar atenção no que seu amigo dizia e Bertholdt, ao perceber a inquietação do rapaz, tocou seu ombro e levou a atenção do mesmo para si.

- Perdão, você disse alguma coisa? – perguntou Reiner, com uma expressão confusa.

- Disse, mas não era nada de importante, então não se preocupe. – respondeu o moreno, sorrindo gentilmente.

O loiro apenas assentiu com sua cabeça e voltou com seus pensamentos sobre a moça dos cabelos claros que tanto lhe fazia sentir um turbilhão de emoções e, também, consegui lhe machucar com palavras. Desde aquela pequena discussão entre os dois, Reiner se perguntava se deveria se sentir mal pelo que Jade havia lhe dito, afinal, ela feriu seu ego ao dizer aquilo, enquanto ele a fez perder o único membro de sua família, Austin.

❛ 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋 𝐈𝐍 𝐃𝐈𝐒𝐆𝐔𝐈𝐒𝐄﹔₍ 𝕽𝖊𝖎𝖓𝖊𝖗 𝕭𝖗𝖆𝖚𝖓 ₎.Onde histórias criam vida. Descubra agora