capítulo 19.

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Voltei galera, tô adorando os comentários de vocês nos outros capítulos...

Espero que gostem, enjoy :)

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"É ela". Essas foram as duas primeiras palavras que vieram na mente de Camila. Era Dayane. O tempo todo ela. Dayane. Sua "rival" era aquela que sempre julgou ser a grande confidente dentro da família. "Como começou? Quando? De quem foi a iniciativa?". Todas essas perguntas giravam em torno de sua cabeça. O estômago embrulhou como se provasse um xarope amargo e ao mesmo tempo a garganta se fechou. Dayane. Mario era muito, muito, muito mais sujo do que conseguia imaginar.

— Mila... — Dayane disse em um tom aflito. — Você está com uma cara estranha, está sentindo alguma coisa?

A mulher mais velha não respondeu. Em um movimento suave capturou o batom das mãos de Dayane que a observava atentamente. Sem pressa alguma, Camila girou o bastão colorido até o fim, vermelho vivo. A cara de Dayane. Ela adorava essa cor. Camila sempre soube disso e mesmo assim não levantou a hipótese do batom encontrado por Stefano ser dela. Pobre Stefano. De certa forma enxergava quem era Dayane de verdade e todos o julgavam como louco, surtado. Talvez fosse o mais sensato daquele lugar.

Calmamente Camila pegou um espelho em sua bolsa, pelo reflexo do objeto conseguia visualizar a interrogação na sua, agora, ex amiga. Passou o batom sobre seus lábios e sem seguida contornou com os dedos para retirar qualquer excesso. Fechou o punho direito, sua mão de apoio. A intenção que tinha era pegar Dayane de surpresa. Já se virar e soltar o punho com tudo em seu rosto, sem dó, entretanto teve que mudar os planos por conta de um chamado.

— É seu celular... — Dayane lhe avisou. Olhou para o visor de relance. — Número desconhecido.

— Desconhecido?

Camila logo se apressou em atender. Sentiu o estômago queimar e uma aflição súbita. "Jennifer", pensou.

— Alô?

— Camila? — Uma voz masculina perguntou do outro lado.

— É ela. Quem fala?

— A senhora não sabe quem eu sou. Meu nome é Anderson, estou emprestando meu celular para uma menina que é conhecida sua... Vou passar para ela.

Camila esperou por alguns segundos. O presságio agora estava mais forte.

— Alô?

— O-oi... — O nome estava entalado na garganta de Camila, mas não falou pois Dayane estava ao seu lado. — Oi... Tudo bem? — ... — O que aconteceu? — ... — Nossa! — ... — Onde você está? Estou indo aí! — ... — Não, não vou ficar aqui... Por favor, me passa o endereço. — ... — Sei... Sei... Só colocar uma roupa e estou aí... — ... — Pede para a pessoa que está com você ficar aí até eu chegar, qualquer coisa ligo para o celular dele... — ... — Beijo. Me espera. — Desligou. — Day, coloca tudo na minha bolsa, vou ter que sair.

— O que aconteceu, Mila?! Eu posso ajudar? Quem era?

— Meu irmão foi assaltado, levaram tudo. Vou encontrar com ele...

— Que horror! — Dayane disse em choque. — Nossa, parece que o mundo resolveu cair em cima de você hoje. Eu vou com você...

— NÃO! — Reagiu de imediato. Dayane a fitou sem entender. — Eu posso me virar... Seus filhos vão ficar assustados de ver nós duas saindo. Eu mando notícias.

— Tem certeza, Mila?

— Tenho, Day... Prefiro assim.

Camila não levou quinze minutos entre colocar uma roupa confortável e calçar o tênis. Dayane a acompanhou até a garagem e a viu sair de carro pelos portões da mansão. A chuva prendeu o paulistano em casa. Não viu quase ninguém nas ruas. Agradeceu por ter escolhido um carro alto, caso contrário, estaria arriscada a fica presa na água, já que as vias começavam a alagar. Fez o trajeto Jardins-Caraíbas em tempo recorde. Dezoito minutos. Não se debateu muito para encontrar o ponto de encontro. 

Jauregui | Adaptação CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora