Jauregui | Adaptação Camren

capítulo 35.

Oi galera, sei que demorei (muito), mas aconteceram uns problemas pessoais que não pude voltar antes, porém prometo que recompenso vocês. Hoje mesmo já volto com outro capítulo.

Espero que gostem, enjoy :)

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"Eu sei de tudo". Essas foram as últimas palavras da garota antes de ela e Mario emergirem em um profundo e significativo silêncio. Lauren tinha passado horas, dias, meses planejando aquele exato momento, seu acerto de contas com Mario. Ali, na sua frente, as palavras sumiram de sua garganta. Parecia que alguém colocava uma corda em seu pescoço e apertava até sufocar.

O que dizer para o homem que estuprou sua mãe? Que, em cumplicidade com sua avó, fez o irmão assumir sua paternidade? Que a rejeitou durante toda a vida? Que escondeu sua irmã de sangue? Que enganou Camila por anos fazendo ela amar e se apegar em uma criança que era fruto de uma traição? Existia alguma palavra que traduzisse a intensidade de seu repúdio por Mario? Qualquer ofensa era pouco, não chegava perto do que Mario era de verdade. Ele a fitou por alguns segundos. Os olhos da garota pareciam marejados. Mario parecia mexido com a revelação da morena.

— É melhor você ir. — Foi o que ele conseguiu dizer tentando parecer frio, mas sua voz vacilante entregava seu estado. — Me deixa em paz.

— Não! Não! Você destrói a vida das pessoas! Você não merece ter paz! — Disse em um tom ríspido. — Você não é digno disso! Eu tenho direito de ter essa conversa. — Afirmou um tanto alterada. Ela também trazia muita perturbação em sua fala. — Eu tenho o direito de estar aqui, olhando para sua cara nojenta e perguntar: Por que você é assim? Por que estuprou minha mãe? Por que você foi tão ruim para Camila, para os seus irmãos e para a Jenni? — Questionou. — Ninguém age assim gratuitamente. Por que você tem que ser esse demônio?

— Não foi bem assim, sua mãe me deu mole e...

— MENTIRA! MENTIRA! — Lauren interrompeu descontrolada, avançando sobre Mario que tentava segurá-la enquanto ela soltava socos sobre seu peito e se debatia entre suas mãos. — O DETETIVE INVESTIGOU TUDO, EU SEI QUE É MENTIRA! SERÁ QUE UMA VEZ NA VIDA VOCÊ NÃO CONSEGUE SER LIMPO?! — Mario teve que empurrá-la para não se machucar. Lauren caiu sentada no chão. Apesar do empurrão, ele parecia assustado. Seu corpo tremia. O coração disparava alterando sua respiração. — UMA VEZ NA VIDA, SEJA HOMEM! — E mais uma vez cobrou. — POR QUE VOCÊ É ASSIM?

— O QUE VOCÊ QUER DE MIM? — Mario reagiu, a jovem se levantou do chão. — VOCÊ ACHA O QUE? QUE ESSA ALTURA DA VIDA EU DEVO TE ABRAÇAR, TE COLOCAR NO COLO E TE CHAMAR DE MINHA FILHA? QUE DEVEMOS SAIR JUNTOS PARA TOMAR UM SORVETE? COMEMORAR O DIA DOS PAIS? — Questionou. Os dois ficaram calados. Ele estava muito atordoado. — Você queria o que? Que a gente fique procurando semelhanças entre nós?

— Eu não tenho nada parecido com você! Graças a Deus!

— Tem! Pior que tem! — Afirmou. — Mais do que você pensa! Mais do que eu queria que tivesse! — Foi então que Lauren viu uma cena até então inédita. Desde pequena sempre imaginou que Mario fosse capaz de quase tudo, entretanto nunca passou por sua cabeça que um dia o veria chorar na sua frente. E ele, de uma forma dura, extravasava. Mario passou a mão no rosto tentando segurar as lágrimas que deslizavam por sua face. A voz entrecortada. — Meus pais chegaram na Itália recém-casados, minha mãe estava grávida...

— Eu sei. — Lauren disse. — Vovô vive falando que eles chegaram no Porto de Santos e...

— Não era dele.

Lauren precisou de alguns segundos para digerir aquela informação. Mario tinha soltado aquela frase muito rápido, como alguém que está com uma arma na mão, sem coragem para atirar.