Jauregui | Adaptação Camren

capítulo 34.

Voltei, meu povo, vamos lá com mais um capítulo

Enjoy :)

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Apesar da festa de lançamento da nova coleção de joias Jauregui ocorrer apenas no período noturno, a cidade amanheceu já falando sobre o assunto. Famílias tradicionais de São Paulo faziam parte da lista de convidados da comemoração. Jornalistas de TV, do jornalismo impresso e diversos profissionais da mídia foram convidados e credenciados para cobrirem o evento. A camada mais popular, embora tivesse pouco acesso ao produto que a Jauregui fornecia, também acompanhava de longe os preparativos da celebração. Na TV e nos portais digitais de informação noticiava-se que o lançamento das joias seria uma das festas que marcariam o ano e prometia entrar para a história de São Paulo.

Francesco e Antônia não economizaram na cerimônia. A ideia de ostentação surgiu de um dos assessores de imprensa da Jauregui. O objetivo era que as pessoas comentassem sobre a festa, o valor e a beleza das joias e esquecessem dos episódios tristes das semanas anteriores que envolviam os nomes de Stefano, Dayane, Mario, Camila e demais membros dos Jauregui. O que Francesco e Antônia não contavam era que na mesma semana mais uma bomba cairia sobre seu núcleo familiar.

Um famoso deputado federal que estava sendo investigado em uma CPI parlamentar foi flagrado tentando corromper a relatora da ação com propina. Ao invés de dinheiro, o parlamentar tentou comprar o parecer favorável de sua colega com um anel da Jauregui que possuía o valor de um apartamento luxuoso. A relatora, indignada, denunciou seu colega nas redes sociais e logo as pessoas descobriram que o tal deputado tinha uma forte amizade com Mario e passaram a associar o nome Jauregui com corrupção e jocosamente a internet tratava a família com a alcunha de Jauregui-Corleone. A marca de joias não saía mais dos jornais.

Protestos contra corrupção passaram a surgir na porta do escritório de Francesco e da mansão da família. Keana estava na costureira, esperando suas encomendas ficarem prontas enquanto acompanhava uma matéria de TV que citava o nome dos Jauregui. O repórter entrevistava jovens que faziam parte de um grupo que se denominava como caçadores de corruptos. O líder dos jovens era um colega de classe de Jennifer. Seu nome era Gabriel Leonel, ele não poupava nas palavras.

— Nós vamos extinguir essa máfia de Corleones das joias que financiam esses ratos. Eles estão acabando com o nosso país. — O rapaz afirmava recebendo apoio da massa que se manifestava com aplausos. Abriu um jornal impresso que noticiava sobre a festa de lançamento das joias. — Esse dinheiro é meu, é seu, trabalhador!

E continuava com seu discurso feroz. Keana esperava sua vez de experimentar o vestido na loja. Na recepção do local, a reportagem era transmitida. A assistente da costureira assistia tudo atenta.

— Uns com tanto e outros com nada, vida injusta, né? Mas esses Corleones, todos vão parar na cadeia, se Deus quiser. Tem gente que acha que o Brasil é terra sem lei, mas esse país ainda tem jeito, você não acha?

Por sorte de Keana, a costureira logo a chamou e nem teve tempo de responder a mulher. Agradeceu aos céus. Não queria ficar discutindo sobre ética e política com uma desconhecida. Estava com pressa. Teria que levar o smoking para Stefano experimentar e tinha medo que precisasse de mais ajustes. A costureira fez Keana experimentar o vestido que ia usar e ainda fez umas correções. No final, as duas ficaram satisfeitas com o resultado.

— Esse foi um dos vestidos mais bonitos que vieram parar aqui. Você está linda com ele.

Keana se olhou no espelho do ateliê e gostou do resultado que viu. O vestido verde escuro parecia complementar com seus cabelos castanhos claros, contrastava com a pele clara e evidenciava suas singelas sardas naturais. Satisfeita, Keana agradeceu o trabalho da costureira, retirou o vestido, pagou e saiu da loja com a encomenda em mãos. Entrou em uma loja de roupas masculinas, pegou o smoking do namorado e saiu. Chegou no esconderijo de Stefano no horário de almoço.