capítulo 28.

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Voltei, galerinha, espero que estejam bem.

Enjoy :)

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— Fala, Lauren, sem enrolação, por favor.

Lauren fez um sim. O telefonema a deixou tão chocada que nem conseguiu pensar em alguma forma de suavizar a informação que tinha em mãos. Foi direta.

— Aconteceu um acidente com um motociclista na rodovia dos Bandeirantes e o investigador acredita que o motociclista possa ser o tio Stefano. O cara está sem identificação. — Lauren explicou. — Ele quer que a gente vá reconhecer o corpo no IML de Guarulhos.

— Corpo, isso quer dizer que...

— Foi um acidente fatal, Keana. — Lauren disse. Fez uma pausa. — Tio Stefano pode estar morto. — Keana levou a mão na boca em choque. — Ke, calma. Não adianta a gente se desesperar antes da hora... A gente tem que reconhecer o corpo primeiro. Você consegue dirigir?

Keana respirou fundo. Lauren estava certa. Não podia perder a calma naquele momento. Com um gesto fez um sim. Ela e a morena bateram no GPS o endereço dado pelo investigador e logo o aparelho forneceu a rota que elas deveriam seguir.

Durante todo o caminho não trocaram uma palavra sequer. Não ligaram o rádio, o único ruído possível de se ouvir eram as respirações tensas e o motor do carro. Por sorte, Keana achou uma vaga bem ao lado do IML. O lugar era escuro e parecia cenário de um filme de terror. Uma mulher toda de branco veio atender as duas.

— O que desejam?

— Boa noite, eu sou sobrinha do Stefano Jauregui. — Lauren se apresentou. — Meu tio está desaparecido e o investigador Moura me avisou que encontraram um corpo sem identificação e trouxeram para cá...

A senhora de branco olhou para as duas jovens e teve pena delas, como tinha de todos que batiam ali para reconhecer o corpo de um desconhecido. A de cabelos castanho claro devia ser muito próxima do desconhecido, ela parecia não dormir há dias.

— Só um momento. Vou chamar alguém para acompanhar você. Eu preciso de um documento seu, com foto. — Lauren entregou seu documento de identificação italiano. A moça verificou. — Só pode ir uma pessoa.

— Tudo bem.

A mulher fez um telefonema solicitando um acompanhante e logo apareceram dois homens. Um rapaz da idade de Lauren e um sujeito mais velho, alguns fios grisalhos e barba por fazer. Ele se apresentou como investigador Moura. O mesmo homem que Lauren havia falado pelo celular.

— Por favor, por aqui...

Antes de seguir com os dois homens, Lauren e Keana trocaram um olhar e a morena percebeu que a amiga estava desesperada. Ela também estava, nunca pensou que algum dia na vida seria obrigada a passar por aquilo, mas procurava não deixar extravasar sua emoção para não abalar ainda mais os sentimentos de Keana. Deu um beijo no alto da testa da amiga e seguiu com os dois homens por um corredor ainda mais escuro que o resto do ambiente.

— Eles não demoram. — A mulher de branco tentou tranquilizar Keana. Em vão. 

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— Olha seu estado. — Antônia disse ao filho preocupada. — Eu vou mandar passar uma xícara de café.

— Não! Não quero café! — Mario insistia. — Estou bem. O que eu quero é o sangue daquela pirralha maldita! Cobrinha com cheiro de leite. Filhote de ratazana! Depois que eu ver o fim daquela bastardinha, aí eu vou me sentir ótimo!

Mario não estava nem perto de estar ótimo. Sua imagem dizia completamente o contrário. Ele estava descabelado. Em sua camisa ainda havia resquícios da saliva de Lauren e a manga estava suja de sangue por causa da garfada que levou de Camila. A boca estava machucada. Mario chegou em casa tão nervoso por conta da discussão que teve com Lauren e com Camila, que resolveu beber. Em duas horas consumiu uma garrafa de uísque inteira. Não havia ninguém acordado para lhe censurar. Estava tão bêbado que as pernas não obedeciam. Subiu as escadas, tropeçou e caiu. Cortou a boca na queda. Francesco e Antônia acordaram com a barulheira. Leandro e as empregadas também. Revoltado, Mario ordenou aos gritos que as empregadas voltassem aos aposentos, Francesco não deixou que Leandro fizesse o mesmo.

Jauregui | Adaptação CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora