capítulo 23.

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Voltei, galera. Espero que estejam preparados pra emoções que vem por aí...

Enjoy :)

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— E se a mamãe não acordar? — Levi perguntou a Stefano. — Você tem certeza que ela está bem?

— Claro que eu tenho. Filho, muitas vezes, quando a pessoa está muito nervosa, os médicos fazem isso. Eles passam um remedinho que faz a pessoa dormir por algumas horas e quando acorda, ela fica bem de novo. — Stefano explicava pacientemente ao garoto enquanto o colocava para dormir. — Você soube do vídeo, não soube?

Sem graça, Levi fez um gesto afirmativo. Por puro azar, foi o primeiro da casa que viu. Um colega da escola, mais velho, mandou prints da gravação zombando de sua cara. Não tinha ideia com que cara apareceria no colégio. Lucas ainda era muito novo, mas ele já entendia um pouco o que acontecia. Se pudesse não voltaria mais a escola.

— Pois é... Foi muito chato tudo que aconteceu, ela ficou muito nervosa e triste. E com razão. — Fez uma pausa. — O que aconteceu foi muito errado.

— Se você acha isso... Por que você postou aquilo?

— Não postei, filho... — Stefano garantiu. — O que aconteceu foi um engano. Eu achei que tinha alguém invadindo o meu quarto e coloquei as câmeras para gravar. A sua mãe entrou no quarto e a gente acabou... Acabou namorando. Eu esqueci das câmeras.

— Que nem no Big Brother, é?

Stefano riu.

- É... Mais ou menos como o Big Brother. Só que quando eu vi que as câmeras pegaram a gente namorando, eu destruí as filmagens. A pessoa que deixou o vídeo vazar conseguiu o arquivo, não sei como. — Fez uma pausa. — Sua mãe e eu não estamos nos entendendo direito, mas eu não ia fazer isso com ela e nem com pessoa nenhuma. Porque isso é errado e é crime. — Levi fez um gesto afirmativo. — Você é tão novinho e pegando cada coisa complicada... Você deve estar com a cabeça confusa, né?

— Um pouco. — Levi admitiu e logo emendou. — Se você e a mamãe não se entendem mais, por que vocês estavam namorando no vídeo?

O pai do garoto coçou a cabeça, não era apenas Levi que se sentia confuso. Respirou fundo, não podia deixar o menino sem resposta.

— Porque às vezes essas coisas acontecem... A nossa cabeça, o nosso coração entendem uma coisa, mas o corpo é meio burro e não entende. Quando você for um pouco maior e gostar de uma menina, ou de sei lá... Um menino, você vai entender.

Levi encarou Stefano curioso.

— Você já namorou algum menino?

Ele negou com um gesto de cabeça.

— Não... Seu pai gosta de mulheres. Mas tem homens que gostam de meninos, tem mulheres que gostam de meninas e tem gente que gosta de pessoas, independente de ser menino ou menina.

— 'Tô ligado. Minha prima Lauren gosta de meninas, né?

— Talvez até mais que eu. — Stefano brincou e em seguida voltou a falar mais sério. — Ela gosta sim. E não tem nada demais nisso, as pessoas são diferentes. — Levi sentou na cama ao lado do pai e o abraçou surpreendendo Stefano. — Que foi, cara?

— É legal pra caramba quando você está assim, sem aquelas coisas. — Levi disse se sentando no colo de Stefano e enterrando a cabeça em seu peito. Emocionado, Stefano o apertou nos braços com carinho. — Te amo, pai, mas não gosto quando você fica bêbado.

A mão de Levi foi acolhida com carinho pela mão maior. Apesar de toda a loucura que foi seu dia, fazia muito tempo que Stefano não se sentia assim, em paz consigo. Simplesmente pleno. Enterrou o nariz sobre os cabelos castanhos do garoto e sentiu um leve cheiro de melão, provavelmente do xampu infantil que os filhos utilizavam nos cabelos. Beijou o alto da testa de Levi e silenciosamente fez mais uma vez a promessa de nunca mais ingerir bebidas e muito menos drogas.

Jauregui | Adaptação CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora