• Desconhecido Invasor

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Mais uma vez, o Sol se pôs. Anahí deixou Valentina para trás e voltou para casa, onde sabia que ninguém poderia saber sobre a garota. Ainda assim, a jovem filha de Iara estava quase completamente despreocupada de que em algum momento alguém fique sabendo a respeito da loura.

Provavelmente chegou em casa apenas alguns minutos depois de Mawé, que era consideravelmente mais lenta do que ela.

Diferente dos outros dias, não havia toda aquela falação que as sereias causam; todas elas estavam ali, em absoluto silêncio. Questionado o que estava acontecendo, Anahí olhou para Mawé, que a chamou para junto dela na multidão.

— O que houve? — Anahí pergunta, mas apenas obtém um sinal de silêncio como resposta.

De repente todos os olharem se voltam para Aiyra, que nada com um ar melancólico em frente a todas e se propõe a falar.

— Esta é uma noite de tragédia, pois lamentamos a perda de uma das nossas. Iúna, forte guerreira, que a Mãe D'água trate de seu espírito gentil.

— Mas Iúna não morreu em vão! — diz Amanara, que sai da plateia e se junta à sua líder — Nossa irmã deu a vida para me salvar de uma ameaça recente que pode atingir a todas nós se não tomarmos cuidado!

Aiyra pos a mão sobre o ombro de Amanara, e educadamente pediu licença para poder voltar a falar e tomar as rédeas da situação.

— Não faz tanto tempo. — a líder fez aquilo de passar as mãos em seu cabelo curto buscando mais conforto para falar algo que talvez não quisesse — Duas noites atrás, Amanara me trouxe a flecha de um soldado caído... mas sua morte não foi como imaginávamos.

Desta vez, Amanara quem pôs a mão em seu ombro em busca de acalmar a irmã. A mão da guerreira desceu até encontrar os dedos de Aiyra, que firmemente seguraram os dela, a dando forças para falar.

— Nosso território está sob ataque de um ser diferente de tudo que já vimos antes — continuou Aiyra.

— Um homem... — Amanara prosseguiu — diferente, de pele branca. Destruidor. Que mata uso que vê pela frente. Eles infestam as aldeias como uma praga, deixando rastros de sangue por onde passam.

— Um passarinho me contou que vieram de longe — Aiyra continua— Que trazem doenças consigo, e invadem as terras com o objetivo de moldar tudo e todos à sua imagem... ou pior. É u estilo de vida tenebroso. Que fique bem claro, irmã nenhuma deve se aproximar ou tentar encantar estes seres.

— Já se manifestaram com muito mais intensidade longe daqui, não queremos que o mesmo aconteça conosco.

— São mais perigosos do que parecem, e se alguma de nós entrar em qualquer tipo de contato, ou ao menos ser vista estará causando a própria destruição. Assim, esperamos que os dias de luta não se aproximem mais de nosso povo.

Aquilo foi mais do que o suficiente para os cochichos começarem. Metade das sereias estavam devastadas pela morte de Iúna, a outra metade não conseguia se decidir entre pavor ou raiva. Independente disso, as conversas sobre este assunto dentro daquele povo ainda estavam prestes a começar.

Enquanto todas especulavam,  Anahí só conseguia pensar em suas interações com uma certa humana de cabelos dourados; agora acreditando que não muito diferente dos invasores que tiraram a vida de uma de suas irmãs.

ENTRE O CÉU E ÁGUAS ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora