Em uma determinada manhã no início do outono desperta em seu grande, belo e organziado lar, uma habilidosa maga chamada Eülariél, de pele negra, e olhos âmbar tão brilhantes quanto o sol, tinha em contraste aos seus olhos seus longos cabelos crespos, que eram tão escuros quanto a noite. Após se levantar de sua confortável cama e iniciar o seu dia com um longo e merecido café da manhã, a adorável mulher se aprontou para iniciar uma de suas pequenas e nescessárias jornadas em busca de suprimentos, que usaria posteriormente em algumas de suas poções e feitiços.
Saiu de sua tranquila e ornamentada casa andando em direção ao portão de sua bem trabalhada cerca de madeira, a qual rodeava suas terras. Diante do portão olhando para trás surpirou com um sorriso confiante em seu rosto enquanto fitava sua casa, logo após parou os olhos em sua torre que ficava um tanto distante da grande moradia, e entre ambas observou sua ponte passando sobre um córrego de águas tranquilas, que descia dos rios mui distantes em terras além das florestas por trás de seus terrenos. Voltou novamente a olhar para frente, agarrou firme seu cajado, organizou sua bolsa ao lado da cintura, e adentrou sua jornada deixando suas terras e jardins, seguindo em direção a um lugar que muito poucas vezes costumava ir, cavernas que ficavam em uma parte mais afastada e escura da floresta onde pequenos morros e montanhas se erguiam. Não demorou bastante tempo até que a Maga se viu na nescessidade de escalar um grande morro de rochas com dificuldade, para que pudesse alcançar uma caverna que ficava no sopé de uma pequena montanha.
Quase havia desistido quando finalmente chegou a caverna, parou por um momento e respirou fundo, estava questionando se precisava tanto assim de raízes que nasciam especificamente naquele lugar, mas como havia ido lá outras vezes e tinha conhecimento que apesar de tenebrosa a caverna era segura e vazia, decidiu seguir em frente ascendendo um feixe de luz sob seu cajado com magia, e erguendo o cajado andou adentro da caverna até que finalmente achou suas preciosas raízes, mas quando abaixou-se para pegá-las ouviu um ruído que tomou sua atenção e a fez olhar para frente.
- Eu não posso crer... - disse ela com os seus olhos e rosto horrorizados fitando o que havia não muito distante de si. Diante dela estavam dois grandes corpos Orcs, uma fêmea e um macho, tombados em sangue, mas havia algo a mais dentro de todo aquele horror e odor mortífero.
- O que são... Aquilo ? - indagou para si mesma, enquanto estreitava seus olhos, e então tomou coragem e se aproximou lentamente com o máximo de cuidado que conseguia empenhar em meio ao nervosismo, mas quanto mais se aproximava maior se tornava o horror daquela cena.
A luz de seu cajado revelou que haviam 4 bebês Orcs entre o casal sobre o sangue. A Maga gritou de horror derrubando seu cajado ao chão, acordando um dos bebês que a fitou com seus pequenos olhos brilhantes.
- Então ao menos os pequenos estão vivos... - suspirou ela em alívio.
Não demorou para que a razão retomasse sua mente após o olhar curioso do pequeno ser de pele verdosa, e logo expulsando o enjôo que o cheiro da morte havia imposto, começou a checar se cada um deles estava bem, entretanto para a agonia e tristeza dela apenas os bebês haviam sido poupados. O grande par de Orcs mortos estavam cortados e perfurados profundamente em diversas partes dos corpos, pelo formato das mutilações e furos, a Maga analisou que haviam sido feitos por humanos, uma grande quantidade deles imaginou, mas também percebeu pelo cheiro do sangue empoçado no chão que aqueles Orcs haviam sido envenenados muito antes de qualquer ataque e ferimento por armas, mas ela conhecia muito pouco sobre venenos que poderiam fazer efeito em um Orc, e não conseguia dizer com exatidão qual poderia ter sido usado.
- Pelo visto agora somos só eu e vocês, pequenos... - disse ela enquanto começava a enrolar os bebês em tecidos que levava em sua bolsa, os que carregava em caso de precisar fazer curativos. Conseguiu enrolar todos os 4 quase que perfeitamente, já que não eram muito maiores que bebês humanos, apesar de terem peles verdosas e orelhas pontudas.
- Fluthuvós ! - afirmou Eülariél fazendo seu cajado flutuar a sua frente com o feitiço, enquanto segurava firme dois dos pesados bebês em cada braço. E então seguiu em frente para fora da caverna, deixando os pobres imensos corpos deitados de forma fúnebre, com as mãos sobre o abdômen, do jeito que a Maga se esforçou para deixar-los mesmo tendo que lidar com todo o peso dos enormes membros.
Após grandes esforços para sair da caverna, descer o sopé da montanha, e trilhar a floresta com os 4 bebês em seus braços. Finalmente ela havia chegado em suas terras, confortáveis e cercadas. Adentrou apressada e cansada para seu lar pois já estava anoitecendo, e então depositou os bebês com grande presteza em ninhos feitos com lençóis e almofadas, pois era tudo o que possuía a seu alcance para tentar forjar 4 berços as pressas.
A Bondosa mulher alimentou cada um dos pequenos, e então correu para banha-los, e os livrar de todo aquele sangue escurecido e viscoso o qual estava provavelmente envenenado.
Após limpar os pequenos, lavar, alimentar, e vestir adequadamente, e finalmente por último ter conseguido colocar os 4 para dormir. Ela foi então atrás de um dos poucos livros que possuía sobre Orcs, sobre suas alimentações e doenças, e tudo o que poderia machuca-los, entretanto não havia nada de realmente relevante ali, com excessão do capítulo sobre alimentação, esse capítulo em específico foi de excelente serventia para a nobre Eülariél, que o estudou cuidadosamente... Durante bons anos que vieram.
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A Jornada Dos Quatro Orcs
FantasyQuatro irmãos Orcs e seus companheiros saem numa jornada mítica em busca de seus próprios caminhos e lares, marchando por terras onde nunca haviam ido, desenvolvendo seus interesses pessoais e passando por desafios em suas tragetórias, descobrindo s...