Capítulo 7

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S/n onn--

Aproximadamente meio-dia.

Aquela tempestade me pegou de um jeito que não imaginava.
Confesso que Satoru me ajudou muito, se não fosse pela insistência dele, acho que meus braços não iriam funcionar tão bem por conta da dor dos cortes.

....

- Bom dia, princesa das matas! - Gojo me abordou, com um sorriso radiante, como se não fizesse ideia de que dormimos juntos por minha causa.

- Boa tarde, eu acho. - Respondi, meio cabisbaixa.

- Que desânimo é esse? - Ele inclinou o pescoço. - Já sei do que precisa. De um docinho! Que tal?

- Valeu, tô sem fome. Vou só tomar um café e treinar.

Ele me acompanhou com os olhos enquanto eu andava pela cozinha.

- Têm certeza de que está bem, Srta? - Perguntou a velhinha que cozinhava. - Parece cansada demais pra treinar, principalmente quando acabara de acordar.

- Estou bem. - Forçei um sorriso. - Não precisam se preocupar, eu apenas não consegui dormir direito. Peguei no sono tarde da noite.

Satoru me olhou de canto, ele sabe que eu não vou contar, não vou mesmo. É vergonhoso.

- A tempestade fez muito barulho, né? - Continuou a senhora. - Eu também quase não dormi depois da meia-noite.

- Não sei do que estão falando. Eu dormi que nem um bebê. - Ele sorriu de forma sarcástica pra mim, depois deu uma piscadela. - Enfim, vou colocar o pé no ginásio e ver meus alunos apanhando pro pandão. Até mais! - Ele saiu com as mãos nos bolsos da calça, assobiando alguma música que só faz sentido na cabeça dele.

- Coma uns pãozinhos, anjinho, vai ser bom pra você. -  a senhora levantou uma bandeja de torradinhas recheadas de queijo e presunto, com orégano em cima.

- Só pra não fazer desfeita, a senhora é uma fofa. - Eu sorri pra ela, pegando três torradas e pondo no meu prato.

- Aqui. - Ela pôs uma rosquinha de chocolate ao lado dos pães. - Trate de comer tudinho, viu?

- Obrigada, dona...

- Me chame de Soray, querida.

- Certo. Obrigada, Sra Soray.

Me dirigi até o ginásio, também queria ver a pancadaria, talvez aquilo me animasse um pouco.

- Firme mais os pés no chão, Itadori! Movimenta o quadril pra dar um soco mais forte! - Gojo gritava.

Eu cheguei mais pra perto dele.

- Não era você que estava sem fome?

- A fofura da cozinheira me comoveu. - Respodo, me sentando no banco e comendo um pedaço de pão.
Que delícia... Ainda bem que esse povo é insistente, eu me arrependeria de não ter pegado essas torradas.

- Se sente melhor? - Ele perguntou depois de se sentar junto a mim.

- Mais ou menos. Ainda sinto receio de... Tudo isso.

- Se precisar de um ombro pra dormir de novo, pode contar comigo. - Ele brinca.

- Cala a boca. - Empurrei seu braço em meio a risadas leves.

- Uma risada! Finalmente. - Ele apontou, batendo palmas, depois erguendo os braços em forma de comemorar sua "vitória".

- Palhaço. - Eu voltei a prestar atenção nos garotos.

O Amor É Uma Maldição - SATORU GOJO Onde histórias criam vida. Descubra agora