Capítulo 18 - Aşk...

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YILDIZ
Eu estava tão sofrida, nos últimos dias. Voltar para casa e andar pelas ruas do bairro me trazia tantas lembranças, que chegava a doer. Eu vivia uma dualidade, pois queria tanto ver Hakan e ao mesmo tempo, agradecia por ele estar longe, para eu poder resistir...
Nos últimos três finais de semana e, em alguns dias da semana, eu tenho ido à casa dele cuidar das plantas e andar pela casa, pelo seu quarto...
Naquele dia, parecia que a saudade estava mais forte e nada podia ameniza-la. Chorei, falei com Yalin e Kyraz, sem conseguir diminuir o aperto no meu peito. Deitei na cama dele olhando nossa foto, agarrada ao seu travesseiro e a camiseta... Quando acordei dei de cara com ele e fiquei me questionando, se era sonho, ou realidade.
Diante do questionamento dele, sobre a minha presença ali, dei uma desculpa esfarrapada qualquer e logo notei sua frustração. Então, confessei que estava com muitas saudades e o abracei. Ele demorou, mas retribuiu o abraço. Em seguida, me questionou sobre minhas expectativas em relação a nós, me intimando a tomar uma decisão. Ele se mostrou frio e definitivo, o que me cortou por dentro.

Fui embora abalada e com o coração partido. Era tão fácil assim? Se eu dissesse não, ele aceitaria e ponto? - Chegando em casa, meus pais estavam de saída e mamãe avisou, que havia algo para mim na sala de jantar.
Fui até a cozinha tomei um copo d'água e fiquei por algum tempo respirando no jardim. Comi uns doces, desejando ir para o meu quarto, tomar um banho e ler um livro, para organizar os meus pensamentos. Já que minha mente estava inquieta...
Tomei um banho demorado, lavei os cabelos, sequei, coloquei um conjunto de moletom e pensei em andar no calçadão. Olhar para o Bósforo me acalmava, especialmente num dia bonito, como hoje. Quem sabe não iluminaria a escuridão, que eu venho trazendo dentro de mim?!
Quando estava saindo, lembrei da tal encomenda e passei pela sala de jantar, me deparando com um lindo cachepô de orquídeas brancas. Eis a tal encomenda, que mamãe havia comentado! Mas, quem a teria enviado? Olhei em volta e vi um envelope, com uma letra linda, que eu conhecia muito bem. Meu coração acelerou... Hakan!
Abri o envelope apressada e comecei a ler o poema de um dos meus poetas favoritos. Eu adorava aquele poema... No final, ele escreveu: "esse poema descreve exatamente, como eu me encontro agora. Então, se você sentir, que já não é possível desistir de mim, de nós... simplesmente venha. Eu vou estar te esperando ansioso, sempre. Porque, para mim nada faz sentido sem você. E caso nada disso tenha mais valor, para você, desconsidere..." H

Fiquei atordoada e com o coração aos pulos. O que eu faço agora?! Será que ele ainda está em casa? Eu demorei tanto para ver as flores...
Respirei fundo, olhei no espelho sobre o aparador, constatando a minha aparência abatida e o rosto inchado, passei um batom nude e saí decidida em direção a casa dele. Toquei a campainha e aguardei, ele demorou e eu já estava desistindo, desanimada...
...
H: Yildiz?! - Entrei rapidamente, olhando em seus olhos, por alguns segundos. Então, pulei em seu pescoço e ele me suspendeu, para que eu enlaçasse as pernas em seus quadris.
Y: Desistir nunca foi uma opção, aqui dentro. - Falei apontando meu peito. - Eu te amo demais... - Seus olhos ficaram marejados e eu acariciei o seu rosto.
Ficamos nos encarando com a respiração alterada. Ele virou, me encostando na parede e tomou os meus lábios com urgência. Ficamos ali nos devorando, por alguns minutos. Então, ele encostou a testa na minha, fechou os olhos e falou...
H: Eu te amo... Você não sabe o alívio, que eu estou sentindo. - Confessou. - Preciso tanto de você no meu mundo. - Ele me colocou no chão, segurou minhas mãos. - Casa comigo? - Eu assenti. - Vem...
Ele me conduziu para o quarto, me beijando, acariciando. Nós estávamos tão afoitos, que eu não sei como não rasgamos nossas roupas pelo caminho...
Chegamos lá, apenas com nossas roupas íntimas. Ele me virou de costas, para ele e de frente para um espelho, onde era possível nos vermos de corpo inteiro. Ele afastou meus cabelos, beijando meu pescoço, abriu meu sutiã, deslizando-o pelos meus braços e acariciando meus seios. Distribuiu uma série de beijos descendo pelas minhas costas, tirou minha calcinha e beijou o meu bumbum. Depois ficou de pé, me abraçou e eu senti sua ereção pressionando minhas costas. Tentei me virar, mas ele me deteve, acariciando todo o meu corpo. Senti suas mãos em todos os lugares, me atiçando, me excitando... Eu estava mole e completamente entregue às suas carícias. Em algum momento, ele tirou a boxer e me inclinou, me penetrando firme e forte. Minhas pernas fraquejaram e eu me segurei na parede, enquanto ele me segurava pela cintura. Assim que gozamos, ele me envolveu em seus braços, beijando minha nuca e meus cabelos.
H: Eu estou com muitas saudades, vai demorar para compensar esse tempo, que eu fiquei sem você.... - Falou com a voz rouca no meu ouvido. Eu levantei o braço e acariciei o seu rosto.
Y: Eu também! - Ele me pegou no colo e me jogou na cama e veio, para cima de mim, que nem um felino. Eu ri e ficamos brincando, fazendo cócegas um no outro... Quando sossegamos, ele deitou com a cabeça na minha barriga e eu fiquei acariciando seus cabelos. - Eu sempre fico impressionada, como você me levanta com a maior facilidade, ou me joga na cama como se eu fosse uma boneca...
H: Mas, você é uma boneca. A minha boneca. - Beijou minha barriga.
Y: Eu quis dizer, que parece que eu sou super leve! - Completei.
H: E você é! - Reforçou.
Ficamos nos curtindo em silêncio, por um tempo.
H: Yidiz, eu falei sério quando eu te pedi em casamento. - Ele levantou a cabeça, para olhar nos meus olhos. - Eu quero falar com seus pais, o mais breve possível e vou pedir para os meus virem fazer o pedido... - Fiquei encarando-o com um frio na barriga. - Você não vai me dizer nada?
Y: Não é como se eu estivesse desesperada para casar, mas se você considera imprescindível neste momento... - Expliquei, dando de ombros.
H: Como assim? Só eu quero isso? - Questionou.
Y: Não! Não é isso, mas sinto uma urgência em suas palavras.
H: Eu não quero mais um relacionamento clandestino, quero que todos saibam, que estamos definitivamente juntos. - Falou me encarando. - Sei também, que não teremos mais, tanta liberdade, depois disso e eu, quero dormir e acordar com você, sentindo seu cheiro em mim, todos os dias. Quero voltar para casa, sabendo que você vai estar comigo sempre... Eu a quero para mim, na minha casa, na minha vida o tempo todo. Entende?! - Eu assenti.
...

Eu não podia estar mais feliz, mas ainda tinha um frio na barriga...
Naquele dia, ele queria me levar em casa, mas eu achei melhor conversar com meus pais antes. Ele ficou um pouco contrariado e acabou concordando.
Chegando em casa, meus pais estavam jantando e eu me sentei com eles.
...
E: Onde você estava filha? - Perguntou me olhando despretensiosamente.
Y: Eu estava com Hakan. - Respondi sem enrolação.
E: Quando ele voltou? - Indagou, soltando os talheres.
Y: Hoje! Na verdade, foi ele quem mandou as flores...
E: Hum! E você já foi correndo atrás dele?! - Falou em tom de acusação.
Y: Mamãe, antes que você se arrependa do que vai dizer, deixa eu terminar de falar...
E: Filha, eu gosto muito dele, Zeynep e de toda a família, mas não vou permitir, que ninguém machuque minha filha e...
Y: Mamãe?! - Eu a encarei advertindo. - Nós nos amamos e sofremos muito com a separação. Ele queria vir falar com vocês hoje, mas eu achei melhor, eu conversar antes. - Ela fez uma careta.
E: Tem certeza? - Revirei os olhos. - Eu torci muito, para que vocês dessem certo. Mas, depois de tudo, tenho minhas dúvidas. - Questionou.
O: Emine, ela já tem idade suficiente para saber o que é melhor para ela. Eu, particularmente, faço muito gosto. Nós o conhecemos desde garoto, temos amizade com a família, ele estudou, tem uma profissão e, se ele ama minha filha, não vejo porque ir contra. - Ele segurou minha mão e sorriu, me incentivando.
E: Porque você não sabe da reza a metade... - Soltou.
Y: Mamãe! - Eu à repreendi.
O: Você é quem pensa. Você acha que eu sou surdo?! - Argumentou. - Posso não saber de tudo, mas sei de muita coisa, que escuto das conversas de vocês pelos cantos.
Y: Bem, isso não tem importância. Eu gostaria, que vocês o tratassem bem, como sempre e, espero que vocês compreendam, que o que houve entre nós, já foi resolvido.
O: Pode trazê-lo. - Acariciou o meu rosto. - Emine, o importante é que nossos filhos sejam felizes e esse garoto é como se fosse nosso filho, também!
E: Está bem! - Respondeu meio ranzinza. - Yildiz, o que vocês estão pensando.
Y: Ele quer oficializar nossa relação, perante vocês e, depois, vir com os pais dele fazer o pedido oficialmente.
E: Já que vocês estão com tanta pressa, podemos convida-lo para o almoço amanhã, afinal é domingo.
Y: Ok! Vou combinar com ele...
...

Conversei com Hakan e ele gostou da proposta do almoço.
Ajudei a mamãe na cozinha e, como o dia estava ensolarado, preparamos a mesa no jardim.
Hakan chegou e eu percebi, que ele estava nervoso, mas não comentei nada.
Nos almoçamos, falando sobre assuntos genéricos, após a sobremesa mamãe ofereceu chá e café.
...
E: E então Hakan? Yildiz disse que você queria conversar conosco. - Falou em tom de cobrança.
H: Sim! Eu... - Respirou fundo e papai colocou a mão em seu braço, o incentivando. - Eu amo muito sua filha, nós nos amamos e eu queria que vocês soubessem, que estamos juntos. Eu queria pedir a benção de vocês?! - Ele fez uma pausa, como se escolhesse as palavras. - Na verdade, eu quero casar com Yildiz e combinar com vocês, quando poderia falar com meus pais, para virem oficializar aqui nossa relação! - Papai sorriu e deu um tapinha na mão de Hakan.
O: Sim filho, você tem nossa benção! Nós o conhecemos desde menino e fazemos muito gosto. Seus pais já sabem?! - Indagou.
H: Eu conversei com papai hoje pela manhã e ele ficou muito feliz... Ainda não falei com a mamãe, mas tenho certeza, que ela vai gostar muito também. - Respondeu, olhando para mamãe. - E a senhora?!
E: Eu sempre o achei um excelente rapaz, inteligente, esforçado, trabalhador e muito bonito. Enfim, o genro perfeito. Mas fiquei reticente, depois de saber de algumas coisas, que aconteceram...
Y: Mamãe?! - Eu a repreendi.
E: Por tudo o que eu sei de você até hoje, eu vou te dar esse voto de confiança e, espero, que você não nos decepcione. - Continuou e Hakan baixou a cabeça.
O: Emine! - Papai a advertiu.
H: Ela têm razão! Mas garanto que eu farei o meu melhor, para fazer sua filha feliz, que nós seremos muito felizes. - Falou me olhando com carinho e eu sorri. - Acreditem! Eu a amo muito e ela é muito importante para mim. - Segurou minha mão e a beijou.
Falamos com os pais de Hakan e marcamos o pedido para o próximo final de semana. Mamãe conversou com a mãe dele, combinando os detalhes. E, claro, que passou a fazer marcação serrada, com nossas saídas...

Naquele dia à noite, Hakan me convidou para jantar, num restaurante lindo com vista para o Bósforo, próximo à Boğaziçi Köprüsü (ponte do Bósforo) e fez o pedido, com um lindo anel.
...
H: Yildiz, eu demorei para te reconhecer, mas hoje eu sei, que você é a mulher da minha vida, meu único e verdadeiro amor. Longe de você não consigo viver... Então, benimle evlenir misin? (Você aceita casar comigo?) - Perguntou olhando nos meus olhos.
Y: Evet (sim)! - Ele colocou o anel no meu dedo e o beijou. - Meu coração ficou acelerado.
H: Você me faz o homem mais feliz do mundo...

Conhecendo o amor verdadeiro - A história de Hakan & YildizOnde histórias criam vida. Descubra agora