Dodói

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Stenio e Helô estavam dormindo de conchinha quando ele acordou ao ouvir choramingos.

— Mamãe...— Gustavo disse tentando acordar Helô.

— Hummm Guto...— Stenio acordou antes dela. — O que foi?

— Dicupa....— Ele falou entre choramingos.

Stenio ligou o abajur do lado dele. — Você vômito?

— Foi sem queler....— Ele choramingava.

— Tudo, vamos lá trocar de roupa...— Stenio disse se levantando. Helô de fato estava tão cansada que não acordou com toda aquela conversa.

Stenio trocou a roupa de Gustavo, acalmando o menino que estava envergonhado. Além disso, Gustavo estava resmungando de dor na barriga, então Stenio ficou um tempo massageando a barriga do menino sem muito sucesso de alívio. Gustavo vômitou mais duas vezes e Stenio deu o remédio para ele.

— Tudo bem? — Helô disse entrando na sala. Stenio estava com o menino no colo balançando de um lado para o outro acalentando a criança.

— Acho que a comida não fez bem para ele...— Stenio disse.

— Que foi filhote? — Helô perguntou tirando o cabelo do rosto do menino.

— Minha baliguinha dói mamãe...— O menino disse com vozinha de choro.

— Vai ficar bem tá! — Helô deu um beijo na cabeça dele. — Você podia ter me chamado.....

— Você estava tão cansada que achei melhor deixar você dormir....— Ele disse.

— Obrigada... — Ela sorriu pra ele. — Eu assumo daqui....

— Não, tudo bem....— Ele falou. — Você trabalha de manhã...

— Tio Stenio....— Stenio tentou virar ele mas não deu tempo, ele acabou vomitando em cima de Stenio, mas só tinha água que Stenio tinha conseguido fazer ele tomar. — Diculpaaaaa...

— Tudo bem....— Stenio disse calmo. — Helô, acho que ele tá ficando com febre....

Helô colocou a mão na testa do filho e concordou com Stenio. Então a noite interminável se iniciou. Mesmo depois do remédio, a febre de Gustavo parecia só aumentar. Para ajudar, abaixar, Stenio entrou com Gustavo na água fria e foi um escândalo só.

— E então? — Stenio perguntou pra Helô enquanto secava o cabelo com a toalha já com um novo pijama.

Depois do banho o menino tinha pego no sono. Ele estava deitado na cama de Stenio.

— Abaixou....— Ela disse aliviada olhando no termômetro.

— Desculpa por isso, é melhor eu ir para casa....— Helô falou para ele.

— Como se eu fosse deixar você sair a essa hora perambulando com ele né Heloísa....— Stenio disse bufando. — Ainda mais com ele nesse estado....

— Obrigada! — Ela disse com um sorriso tímido, geralmente quando acontecia algo assim com Marcelo ou ele ia para casa dele ou levava ela para a dela e a deixava sozinha.

— Dorme um pouco, eu fico de olho nele...— Stenio sugeriu beijando o topo da cabeça dela. — Qualquer coisa eu te chamo!

Ela queria dizer não, mas o corpo dela gritou por sim e ela concordou. Para dar mais espaço para eles, Stenio pegou uma cadeira e colocou ao lado da cama dele e ficou vendo Helô e Gustavo dormir. A melancolia tomou conta dele com o pensamento do que teria acontecido se ele não tivesse pedido o divórcio. Na manhã seguinte quando Helô acordou, Stenio terminava de preparar o café da manhã.

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