— Boa noite. — Ele disse acendendo o abajur quando Helô entrou no quarto.
— Stenio, que susto. — Ela disse.
— O que? Pensou que chegar em casa de madrugada pra me evitar funcionaria novamente? — Ele disse saindo da cama.
— Que te evitando, bebeu foi? — Ela perguntou sentando na cama de costas para ele.
— Helô, o que tá acontecendo??? — Ele perguntou ficando em frente a esposa.
— Nada só um caso complicado. — Ela disse indo pra o banheiro e ele atrás.
— Não é só isso, é algo pessoal, eu te conheço como ninguém Heloísa, me fala qual o problema? — Ele perguntou.
— Já disse, não é nada, será que eu posso tomar banho? — Ela perguntou irritada.
— Tudo bem, não quer dizer, não diga, mas você prometeu que não ia deixar seu trabalho ficar entre a gente. — Ele reclamou.
— E eu não tô, é você que está me fazendo um interrogatório as duas horas da manhã! — Ela esbravejou.
— Claro, porque desde que você saiu sábado de Angra, foi a única forma que eu consegui pra falar com você. — Ele retrucou.
— E o que você quer? Já disse que não posso dizer. — Ela falou.
— Eu entenderia, se você não estivesse se fechando para mim novamente. — Stenio disse.
— Eu não tô, eu juro....— Ela amoleceu. — Olha, realmente é um caso complicado, não posso dizer, mas eu prometo que está quase acabando, você vai precisar confiar em mim....
— Helô....— Ele suspirou quando ela colocou as mãos na cintura dele e começou a cheirar o pescoço dele. — Não, você não vai me comprar assim não. — Ele se afastou dela.
Ela bufou irritada. — Então o que você quer Stenio? Já disse que não posso te contar.
— Não pode ou não quer? Se você realmente não pudesse não estaria fugindo de mim. — Ele disse, conhecia a mulher como a palma de sua mão. — Você está de licença da delegacia.
— Você está me investigando??? — Ela perguntou irritada.
— Não, eu fui na delegacia pra te chamar pra ir comprar o carrinho do Guto e para minha surpresa, você está de licença por tempo indeterminado. — Ele disse em uma mistura de mágoa, tristeza e raiva. — Então o que você tem feito?
— Stenio eu.... Desculpa...— Ela chorou.
— Helô fala comigo, por favor, qual é o problema?? — Ele perguntou agoniado.
— Eu simplesmente não posso. — Ela falou entrando no banheiro e fechando a porta.
Quando ela saiu novamente, ele já tinha apagado a luz e estava deitado de costas para o lado dela. Ela tentou abraçar ele mas Stenio se afastou do abraço dela e ela suspirou frustrada, mas estava tão cansada que logo a exaustão tomou conta do corpo dela.
Na manhã seguinte ela acordou atrasada, Stenio já havia se levantado a muito tempo, o lado da cama dele estava vazio e frio, mas ela estava tão atrasada que nem teve tempo de se lamentar.
— Bom dia...— Ela falou, mas Stenio não respondeu, continuou bebendo o café dele.
— Ah não Stenio, quantos anos você tem em? Voto de silêncio? — Ela falou colocando café na caneca.
— Ah, desculpa não tinha ouvido, bom dia. — Ele respondeu com sarcasmo.
— Tô atrasada mas quando eu chegar a gente conversa ok? — Ela pediu.
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Desencontros
RomanceUma nova versão do que poderia ter acontecido em Travessia. Será que Stenio e Helô ainda consegue acertar suas diferenças e superar as mágoas em nome do amor que sentem um pelo outro?