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     CAPÍTULO VI

- Depois de eu levar sua valise e a minha lá para dentro, poderemos ir buscar Yanli na casa de Ziyuan - Wangji  avisou sem fitá-lo.

Wuxian  retorceu as mãos e obrigou-se a olhar para ele. Mas a aba do chapéu sombreava-lhe o rosto, deixando-o com um aspecto mais severo ainda.
- Talvez fosse bom você aproveitar e arrumar sua bagagem toda. Tenho certeza de que, depois de conversar com Ziyuan, ela criará bom senso e mandará mudar os papéis da tutela - Wuxian  explicou e teve coragem suficiente para sorrir-lhe.

Em silêncio, Wangji  virou um pouco a cabeça e fitou-o, mas era impossível ler a expressão dele.
- Não vou levar mais do que um minuto - ele disse ao apanhar as malas e subir a escada em direção à porta da frente.

Wuxian  achou que Wangji  a abria com a familiaridade de alguém que se julgasse dono da casa - o que ele teria de mudar.

A idéia fez Wuxian  estremecer de raiva. E então, para surpresa sua, ele virou-se para trás e dirigiu-lhe um olhar contundente antes de entrar.

- Eu o odeio - Wuxian resmungou. - Do fundo da minha alma, eu o odeio, Lan Wangji  .

Durante o trajeto todo para a casa de Ziyuan, do outro lado da cidade, Wangji  discutiu consigo mesmo. Uma parte dele queria parar a charrete, sacudir Wuxian  pelos ombros e dizer-lhe umas verdades. Mas uma outra não queria ser, novamente, o mensageiro de notícias ruins.

Ele realmente acreditava que Ziyuan o receberia bem. Tolice, ele sabia, porém, não queria ver a mágoa estampar-se outra vez nos olhos cinzas de Wuxian.
Algo na maneira com que Wuxian mordia o lábio inferior e mantinha o corpo ereto o fazia se sentir pior do que quando ele o ofendia e o xingava de maldito.

Mas ainda havia uma parte dele que achava necessário informá-lo sobre os derrames de Ziyuan.

E também do fato de ela, como o próprio Wuxian , ignorar o conteúdo da carta que havia convencido o juiz a soltar o genro.

Contudo, os dois estavam amarrados um ao outro e nada mudaria isso.
Se ao menos Wuxian  acreditasse na possibilidade de uma coexistência pacífica, entenderia como a situação era e permaneceria irrevogável.

Não, mesmo se lhe explicasse tudo nesse momento, ele não acreditaria. Não confiava nele e a prudência  aconselhava Wuxian a verificar tudo pessoalmente. Não importava o que dissesse, o ômega acharia tratar-se de uma mentira.

A perspectiva não o agradava.
E o que Wuxian  faria ao ver que a situação de ambos era permanente? Ficaria, ou seu ódio por ele o afastaria de Yunmeng e de Yanli?

Centenas de indagações o afligiam, porém, ele não encontrava resposta satisfatória para nenhuma. A questão estava se tornando mais complicada do que ele calculara. Jurava que a solucionaria - pelo bem de Yanli - e, por isso, encheu-se de determinação e concentrou-se em dirigir a charrete pelas ruas desertas.

O estômago de Wuxian  contraiu-se quando Wangji  passou sob o arco do portão e seguiu pela longa alameda que atravessava o jardim e levava à porta da casa de Jiang Ziyuan. A cada volta das rodas, seu coração enchia-se de mágoa e de raiva impotente.
Três anos de sua vida tinham sido desperdiçados.
Não importava. Isso pertencia ao passado. Pretendia raciocinar com Ziyuan e reaver a filha. Caso isso não desse certo, abriria um processo contra a sogra e Lan Wangji. Se fosse necessário, faria uma petição ao governador do território, ou qualquer outra coisa a fim de poder recomeçar a vida com a filha.

Um cavalo relinchou e Wangji  viu a charrete de Meng Yao em frente da casa. A presença dele poderia facilitar um pouco as coisas.

- Você vai encontrar Ziyuan um tanto mudada - Wangji  se ouviu dizendo.

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