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   CAPÍTULO XI

Numa voz seca e ríspida, Wangji avisou: - Não vamos conseguir chegar à cabana Nie para passar a noite. Temos de acampar aqui e, amanhã, ir até Millville a fim de comprar um cavalo para você.

No instante seguinte, puxava as rédeas.
Wuxian ficou mais do que satisfeito com a perspectiva de desmontar e de passar algumas horas longe de Wangji. Assim que pôde, escorregou da garupa para o chão. Haviam parado perto de umas rochas e ele não o perdeu de vista enquanto se dirigia para o abrigo rústico.

Num silêncio opressivo, arrumaram o acampamento, fizeram uma refeição fria, embora Wangji houvesse acendido uma fogueira, e deitaram-se bem afastados um do outro.

Com os olhos fixos nas chamas, Wuxian se indagava se, deitado ali sozinho, o seu corpo não clamaria por carícias. Ele não sonharia com os lábios firmes e sensuais de Wangji nos seus? O sangue não latejaria com o desejo de sentir o corpo dele sobre o seu e invadindo-o outra vez?

Ou o pesadelo voltaria a atormentá-lo agora que Wangji não estava mais disposto a acalmá-lo?

Observou-o pelo canto dos olhos e se sentiu invadido por uma onda de tristeza. Ele contava com o amor e o respeito da sua filha e, agora, possuía uma parte sua que Wuxian não tinha forças para reivindicar.

- O que você resolveu a respeito da Yiling? - ele se surpreendeu perguntando abruptamente.
Wuxian gostaria muito de não notar como a camisa de couro de gamo esticava-se sobre os ombros largos de Wangji. Ou como as mãos firmes dele ajeitavam, de vez em quando, a sela que servia de travesseiro.

Wangji dirigiu-lhe um olhar causticante.
- Não resolvi - respondeu, lacônico.

Não tinha importância, disse Wuxian a si mesma. Aliás, Wangji só tinha entrado na mina por uns minutos a fim de guardar a sela de Trooper lá dentro. Wuxian duvidava que, mesmo com aquele olhar vivo, ele pudesse ter visto sinais de minério de cobre. Caso ainda restasse algum. Portanto, ele ainda não estava apto para tomar uma decisão.

Tinha sido uma idéia tola, Wuxian concluiu. Um sonho efêmero de que a mina pudesse ser reaberta, levando as pessoas a esquecer o seu passado e a perdoá-lo.

Wuxian lamentava muitíssimo haver tocado nessa questão com o alfa, pois não era da sua conta. Mas isso só havia descoberto depois de consultar Guo Cheng. E também desejava não o ter acompanhado. Mas então uma ponta de medo o perturbou. E se ele tivesse vindo sozinho, recebido um tiro e morrido?

A lembrança do corpo grande e musculoso sobre o seu veio-lhe à mente, expulsando os pensamentos pessimistas.

Fechou os olhos e deixou que a imagem apaixonante e deliciosa o empolgasse. Agora, tinha outra recordação para povoar-lhe os sonhos. E ao oposto da que guardava de Haiukan e da noite de núpcias, não era deprimente e não o faria sofrer.

Decidido a não pensar em nada, Wuxian fechou os olhos. Estava determinado a dormir a noite inteira sem ser perturbado com os pesadelos da prisão ou dos fantasmas do seu passado.

Wangji jogou fora o cigarro apagado e, pelo canto dos olhos, observou Wuxian. Sentia um nó no estômago desde o momento em que lhe tomara a espingarda.

Wuxian havia tentado matá-lo.
A idéia consumia-lhe a mente como uma besta desenfreada. Não queria acreditar nisso, mas a evidência...

Mesmo assim, algo nessa questão o importunava. Havia uma expressão nos seus olhos cinzas que lhe proclamava a inocência. Ele a reconhecia porque já a tinha visto antes muitas vezes. E também a de culpa.

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