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CAPÍTULO II

O sol mal acabava de se pôr e o calor opressivo do dia já abrandava sensivelmente na prisão. Passada uma hora, Wuxian  tiritava de frio.
Virou-se na enxerga dura e, numa tentativa vã de conciliar o sono, fechou os olhos. Inquieto, massageou o rosto. A pele da mão estava áspera e tão seca quanto o deserto de Qinshan. Tempos atrás, suas mãos eram macias, alvas e delicadas  como Cheng. as elogiava.
Ao pensar no marido, Wuxian  sorriu. Muitas vezes, os dois conjeturavam como agiriam quando a filhinha crescesse e começasse a despertar o interesse dos alfas. Riam da preocupação tola e prematura. Afinal, Yanli ainda era um bebê. Porém, ali na prisão, quando se deitava para dormir, o primeiro e último pensamento de Wuxian  eram preces pela felicidade da filha. Isso o ajudava a manter a sanidade mental.
Mais uma vez, o rosto de Cheng. surgiu-lhe na mente. Lembrou-se do casamento. O dia estava lindo e ele, tão feliz e alegre, ria por qualquer motivo. Dali em diante, passaria a assinar o sobrenome do marido e ele havia pronunciado os dois bem devagar:

- Jiang Wei Wuxian ... Ficou bonito, eu acho - Cheng. acrescentara sorrindo, o que realçava a covinha na face.

Yanli também teria covinha? Wuxian  tentou visualizar o rosto da filha, como as feições de bebê teriam mudado nesse período de separação.
Lembrava-se bem de como seus cabelos  prometiam adquirir reflexos azulados. Continuariam  ou brilhariam como o pôr-do-sol ?

Um sorriso curvou os lábios de Wuxian . Por uns poucos minutos, ele conseguiu esquecer o ambiente em que se encontrava. Embora não o pudesse fazer com o corpo cansado, elevou a mente acima da Boca do Inferno.
A filha continuaria linda, disso tinha certeza. E também seria uma dama fina e educada.

Ziyuan cuidaria dessa parte.
A sogra conseguiria livrar-se do ódio venenoso e dedicar-se à criação da neta? Ou a amargura provocada pela morte de Cheng . exerceria uma influência maléfica na vida de Yanli?

Mais intensa do que o frio noturno do deserto , a dúvida cruel provocou um tremor incontrolável em Wuxian .

Ziyuan seria capaz de amar a filha de um ômega condenado pela morte de dois maridos?

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A lua erguia-se no céu e sua luz penetrava pela cortina rendada do quarto de Yanli. Wangji tinha deixado a janela entreaberta enquanto a ajudava a trocar de roupa para dormir. Ela já estava deitada e o ouvia terminar a leitura de uma história.
- ...e a princesinha viveu feliz para sempre.

Wangji fechou o livro e o colocou na mesinha-de-cabeceira. Em seguida, beijou a menina na testa.
- Ai, essa história foi linda - Yanli comentou, sonolenta e bocejando.

- Você já me pediu tantas vezes para lê-Ia que já deve saber inteirinha de cor. Acho até que, amanhã, você poderá ler para mim - brincou ele.

- Ora, tio Wangji, eu não sei ler - Yanli disse, rindo.

- Não mesmo? Nesse caso, eu vou lê-Ia mais uma vez. Não esta noite, naturalmente, pois está na hora de você fazer sua oração e, depois, dormir.
Ele a ajudou a levantar e ajoelhar-se ao lado da cama, com as mãos unidas e a cabeça curvada.

- Senhor nosso Deus, abençoe a vovó, o tio Wangji e o cabritinho da Ziyi

Wangji reprimiu o riso. Mas imaginava que Deus se interessava pelo animal como por todos os seres vivos.
Yanli manteve-se calada por algum tempo. Depois, continuou:
- E por favor, meu Deus, abençoe o mamã. Se não for muito trabalho, Senhor, faça que ele volte para casa de lá onde teve de ir. Amém.

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