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          CAPÍTULO VII 


Depois de lhe dar banho, de lhe contar uma história e de ajudá-Ia a fazer oração, Wuxian  cantou baixinho até que Yanli adormecesse. Porém, relutava em ir embora. A sensação maravilhosa de estar com ela, de ter voltado a ser  mamã, ainda era muito recente. 

As lembranças que havia guardado durante os anos de sofrimento em sua cela , eram as de um rostinho redondo de bebê. A menina que dormia sob o acolchoado macio havia muito que deixara de ser um. 

Sentiu um aperto no coração ao pensar nos seus aniversários, que havia perdido. E também nos dias em que teria passado ensinando a Yanli um sem-fim de coisas, além dos momentos preciosos de constatação de suas mudanças vagarosas. 

Havia perdido tantas coisas. Mas graças ao bom Deus, estava de volta e Yanli dormia sob seu olhar amoroso de mamã. Wuxian  concentrou-se nesse pensamento positivo enquanto se levantava para sair do quarto. 

A visita a Ziyuan tinha colocado tudo na perspectiva certa. Percebia agora, com clareza dolorosa, que poderia ter continuado a ser uma criatura amarga e vingativa em relação ao que acontecera, transformando-se numa pessoa seca como a sogra. Mas preferira erguer a cabeça e construir uma vida e um futuro para si mesmo e a filha. 

Wuxian  havia passado tempo suficiente preso na Cidade sem Noite e jurava que não carregaria o lugar em sua alma. 

Jamais voltaria a ser vítima. 

Yanli estava ali e isso era tudo que importava. E também começar o processo para arrancar a tutela de Wangji  . 

Tomando cuidado para não acordar a criança, curvou-se e a beijou na testa. Então, dirigiu-se à porta. 

Precisava dormir e descansar a fim de estar disposto para todas as atividades com que planejava se entreter com Yanli no dia seguinte. 

Com a lamparina na mão, Wuxian  saiu para o corredor. Sombras desenhavam-se na parede, confundindo-se com o desenho florido do papel, enquanto subia a escada, rumo à ala oeste da casa. Uma quietude sonolenta  envolvia tudo. Era como se a mansão não fosse perturbada havia muito tempo. Sem saber por que, ele intuía que esses degraus não tinham sido pisados desde a sua partida dali. 

Wuxian  não gostava de ficar tão longe de Yanli. Porém, não podia perturbar sua vida com uma mudança imediata de quarto. A situação já era bem delicada. Cada vez que tocava a filha, era dominado por um certo temor. Várias vezes, Yanli tinha perguntado a Wangji  - ao tio Wangji  - se o mamã podia lhe fazer isto ou aquilo. 

Embora Wuxian  detestasse admitir, ele estava sendo fantástico. Tratava Yanli com naturalidade e carinho. 

Não se mostrava aborrecido e nem levantava obstáculos à aproximação dos dois. Com um sorriso simpático, esclarecia as dúvidas da menina e a estimulava a deixar que o mamã a ajudasse. Na verdade, tratava-se de uma mudança drástica na vida da filha e Wuxian , temeroso, não queria se impor. 

Todavia, e muito a contragosto, ele achava que devia um agradecimento a Wangji. Não só por ele ter cuidado tão bem de Yanli todo esse tempo, o que era evidente, como também por ajudá-Ia a se adaptar a Wuxian, de quem não se lembrava. Sem dúvida, mais do que o suficiente para provocar sua gratidão, Wuxian  reconheceu ao se aproximar do seu antigo quarto. 

Abriu a porta e o leve ruído soou, a seus ouvidos, como um suspiro da casa. O silêncio era profundo, mas muito diferente do opressivo e aterrador que reinava na prisão. 

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