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           CAPÍTULO V 


Parado no topo da escada, com o olhar perdido no vestíbulo, Wuxian  tentou controlar o tremor das pernas. 

Deus  do céu, era tão difícil. 

Todos os sonhos de retornar à vida normal, de entrar na sala de jantar do hotel e escolher uma refeição como qualquer pessoa, desfaziam-se como o orvalho sob os raios do sol. 

As pessoas levantavam a cabeça e o observavam. Algumas, sem o menor constrangimento, o apontavam e cochichavam com expressão maldosa. Elas o reconheciam, lembravam-se das histórias horrorosas publicadas pelos Chronical  e Epitaph  a seu respeito. Ele significava furos de reportagem - o Ômega Assassino, Wei Assassino - 

o ômega que, por dinheiro, havia enterrado dois maridos. 

Seu julgamento tinha sido um dos maiores acontecimentos do território. Apenas a rendição subseqüente de Xue Yang havia provocado mais artigos nos jornais locais. Ômegas que cometiam assassinato despertavam quase tanto interesse quanto os saqueadores e Wuxian  realizara o sonho ambicioso dos jornalistas. Não só ele era  mais novo do que Jiang Cheng  como também tinha um passado. 

Ninguém jamais se dera ao trabalho de refletir sobre a possibilidade de ele não ter matado Jiang Cheng , ou de que, no passado, cometera o crime horroroso por não ter escolha. 

Ele havia sido condenado por causa do lugar onde nascera e pela aparência invejada. Aliás, o júri tinha chegado ao veredito antes de Lan Wangji  haver mostrado os cartazes de Procura-se. 

Os apelidos perversos o tinham acompanhado à Cidade sem Noite e o faziam agora na volta. 

Não era justo. 

Deus misericordioso, faça com que meus pés se mexam. Não me deixe ficar petrificado aqui enquanto todos me espezinham com seus olhares e murmúrios. 

Wuxian  foi dominado por uma amargura imensa. Porém, não podia permitir que Wangji  o derrotasse porque era fraco demais para desafiá-lo. Se não tomasse uma posição, jamais voltaria a ver sua filhinha. 

Como se fosse por conta própria, seus pés começaram a mover-se. Não porque o pavor houvesse passado - pois ele persistia - mas porque não suportaria perder a filha pela segunda vez. Especialmente para alguém do tipo de Lan Wangji . 


Wangji  observou Wuxian  por sobre a borda do copo de Jose Cuervo.  Raramente bebia tequila, mas nessa noite, permitia-se saborear uma dose. Talvez fosse por causa do zunir constante dos murmúrios às costas dele, ou pelo desdém nos olhos de Wuxian . Qualquer que fosse o motivo, tomou mais um gole da bebida forte e fechou os olhos ao senti-la queimar-lhe as entranhas. 

Ao abri-los, viu um rapaz, com a barba por fazer, passar pela mesa e sorrir para Wuxian . Embora acanhado, ele retribuiu o gesto. Nova onda de  murmúrios indignados elevou-se ao ar. 

- Acho que devo me acostumar a isto - ele comentou ao baixar a cabeça a fim de pôr mais um pedaço de filé na boca. 

Wangji  recusava-se terminantemente a falar sobre Yanli antes de terminarem de comer. Não tinha bem certeza por que fazia isso. Talvez porque Wuxian  estivesse magérrimo e ele não conseguisse pensar em outro estratagema para forçá-lo a se alimentar. 

Disfarçadamente, Wangji  o observou. Continuava lindo e, por fora, exibia calma. Mas ao falar, um momento atrás, a voz trêmula o traíra.

 Os comentários a seu respeito o perturbavam, sem dúvida. 

Entre o amor e a Lei Onde histórias criam vida. Descubra agora