Louis, Harry e todos os medos juntos.

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-Você está lindo Louis. Disse Nari sorrindo.

A doutora ajeitou a roupa do jovem ômega e amarrou o último laço, depois deu uma olhada melhor e concordou, a blusa era branca, as fitas também, a manga cobria até seu pulso mas era larga e macia, a calça era de um tecido muito leve e na cor do trigo, calçava sandálias marrons simples mas confortáveis, o couro muito macio não lhe causava desconforto, era como andar em nuvens e nunca em toda a sua vida usou algo tão confortável.

-Verdade, vestido assim parece um herdeiro, mas falta uma coisa apenas.

Louis a encarou curioso, ter roupas novas já parecia ser algo além de suas expectativas mais ousadas, ainda teria mais?

A mulher pegou uma caixinha e a abriu, tirou de dentro uma fina corrente de ouro com um pingente de cristal muito delicado, com suavidade colocou no pescoço do jovem e o deixou a mostra sobre a roupa branca, a pedra cintilava na luz, era linda e delicada.

Jin entrou e parou analisando o ômega.

Um mês e meio havia se passado, os curativos não existiam mais, a pele possuía algum brilho, embora ainda estivesse muito pálida e o corpo antes que parecia ser feito apenas de ossos demonstrava um pouco mais de formas, leves e tímidas mas já era algo bom.

-Mãe? Eu quero ir junto! Por favorzinho!!

A alfa riu e bagunçou o cabelo do filho caçula.

-Essa viagem é muito longa, não posso arriscar levar meu lindo filho caçula junto, os empregados vão cuidar bem de você, seja bonzinho, entendeu?

Nari concordou ainda a contragosto.

-Mas não pode deixar o Louis comigo?

Jin saiu de seu estado quase catatônico e foi até o irmãozinho se ajoelhando na frente dele.

-Louis é a razão da viagem, o Imperador vai querer ver ele, não podemos deixa-lo em casa, eu sinto muito.

A alfa deu as últimas ordens, beijou seu menininho e partiram, infelizmente a viagem era longa e o caminho podia ser perigoso, principalmente para um ômega tão pequeno como Nari, mesmo com os guardas que levavam as estradas fora das cidades podiam ter caçadores de escravos, uma criança ômega sempre era uma tentação. A segurança da casa era o melhor para o caçula, ela deixou muitos guardas, além de alguns seguranças somente para vigiar o menino, além disso os vizinhos estavam cientes de sua partida e ajudariam a manter tudo em ordem até seu retorno.

Uma mulher, mesmo sendo uma alfa precisava provar que era capaz de cuidar de suas terras e seus bens, sem escravos mas com empregados leais ela se sentia muito bem e segura para partir.

-Nari, eu vou contar ao Imperador que você é um bom menino.

Nari sorriu e abraçou Louis, em tão pouco tempo os dois se tornaram como irmãos.

Lídia suspirou e encarou o filho alfa que os aguardava paciente, hora de partir, a estrada era longa.

Do lado de fora, escondido no bosque Harry analisava a movimentação da casa, ele prometeu a si mesmo que deixaria Louis em paz, mas após descobrir a inocência do menino não conseguia parar de ir até a casa, observar de longe, tentar ver o menor ao menos de relance, as vezes passava dias nessa vigília auto imposta. Em sua bolsa de viagem ele mantinha o documento de servo de Louis, no final das contas ele não rasgou ou anulou o papel e para todos os efeitos legais o menor ainda era de sua inteira responsabilidade, perante a lei ele poderia exigir que Louis retornasse para sua casa, em sua companhia.

Os anciões de sua família já estavam cientes do ocorrido e enviaram um mensageiro ao próprio Imperador, afinal essa questão era grande demais para ser tratada pelo governo interno da cidade, a família de Harry era secular em Hai-Cheng e o seu tio Yan Ming era além de um homem conhecido no círculo de negócios alguém influente, alguém que já negociou até com o assistente do Imperador em certa ocasião. Sua prisão seria decretada pelo próprio Imperador que tinha o poder de limpar o nome do ômega que foi servo na casa de Harry e lhe entregar uma compensação...Muito provavelmente sua liberdade e um dote generoso para que ele pudesse viver bem durante toda a sua vida.

O orfãoOnde histórias criam vida. Descubra agora