As lágrimas não são sempre tão tristes.

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Dois escravos trouxeram a carruagem, estava limpa, sua rica madeira negra polida até estar brilhante, os cavalos descansados e escovados, o cocheiro estava arrumado e mantinha seu olhar sereno

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Dois escravos trouxeram a carruagem, estava limpa, sua rica madeira negra polida até estar brilhante, os cavalos descansados e escovados, o cocheiro estava arrumado e mantinha seu olhar sereno.

-Eu enviei essa carruagem antes de vir para cá, um pouco antes e a deixei sob os cuidados dos escravos do Imperador, enviei alguns presentes e alguns pergaminhos e rolos de documentos, agora servirá para nos levar de volta a casa, não é muito confortável voltar a cavalo, a viagem é bem longa e cansativa. Mas não tenha medo de ladrões, uma destacamento de soldados do Imperador vai nos guiar pela estrada até os portões de minha casa, estaremos seguros e teremos passagem livre o caminho todo.

Essas palavras não importavam mais para o ômega, ele agora era um escravo, nada era importante, se sofreu tanto antes quando era um servo o que lhe aconteceria agora sendo um escravo? 

Louis sentia o vento que descia do vale acima, frio e úmido, uma tempestade estava chegando mas seus sentimentos estavam tão revoltos como o vento e a chuva que logo iria molhar a terra toda. Ele desejou se despedir de todos na comitiva da doutora, ele sentiria falta de todos, especialmente do pequenino ômega que considerava um irmãozinho, embora tenho sido por poucos meses foram para ele os únicos onde realmente foi feliz e aceito como era, jamais se esqueceria da bondade de todos eles.

-Louis? Está chovendo, vamos entrar na carruagem?

O ômega percebeu que não estava ouvindo o que seu mestre mandava e obedeceu subindo na grande carruagem enquanto o cocheiro vestia sua capa de chuva de couro para se proteger do vento e da água fria.

Harry se acomodou e abriu um baú dentro da carruagem, tirou uma manta quente e cobriu as pernas de Louis com cuidado.

-Para se manter aquecido no caminho de volta.

Louis sentiu uma gota de água escorrer por seu rosto e ela se uniu a uma lágrima que veio sem controle, ele abaixou a cabeça, sentindo que mesmo que lutasse muito ainda seria incapaz de não chorar, mas o faria em silêncio, como fazia na prisão onde qualquer choro mais alto era punido com severidade e crueldade.

Harry se aproximou e sentou ao seu lado, estava silencioso, pensativo, quase como se estivesse analisando como começar, enquanto lá fora o vento aumentava ruidosamente.

-Eu não vou maltrata-lo Louis. Eu não vou te ferir, nem vou permitir que seja injustiçado de novo, mas eu não posso voltar no tempo, todo o sofrimento que teve por minha culpa eu não posso apagar e nem posso mudar e sinto muito por isso.

Os olhos muito azuis se viraram para o alfa, a presença dele era forte ao seu lado, lhe dando calafrios e lhe deixando com medo até de respirar, ele se lembrava dos olhos deste alfa, do jeito como ele o olhou com raiva, desprezo e até nojo, como seria diferente?

-Meu senhor...

Harry esperou, mas Louis não continuou, ele queria perguntar muitas coisas mas...Como poderia? Um escravo não tem o direito de perguntar nada ao seu senhor, ele tem apenas que obedecer e permanecer obediente, não importa o que aconteça, essa é a única vida de um escravo.

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