18. Noite sem estrelas.

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A casa azul, ficava a uns trinta e cinco minutos de distância do centro da vila, que fora batizada em homenagem aos primeiros Sanches que se mudaram e povoaram a vila, após o nascimento de Henrique, a vila passou a se chamar Henrique Sanches, para chegar à vila ou sair dela, era necessário usar a estrada de terra. A casa azul era o lar e herança de família dos Sanches, um lindo casarão azul, com telhas vermelhas, um jardim repleto de árvores e uma grama bem cuidada, havia uma varanda que cercava toda a casa, portas e janelas pintadas de branco, lindos vasos de roseiras decorava o pé da escada, e uma estradinha de pedra que se estendia do portão de entrada da fazenda até a varanda.

 A casa azul era o lar e herança de família dos Sanches, um lindo casarão azul, com telhas vermelhas, um jardim repleto de árvores e uma grama bem cuidada, havia uma varanda que cercava toda a casa, portas e janelas pintadas de branco, lindos vaso...

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- Não vá, muito longe. - gritou sua mãe. - Você pode se perder, Henrique.

A fazenda dos Sanches era enorme, mas as terras que cercavam a casa azul, eram maiores, a perder-se de vista, um verdadeiro patrimônio de família. Enquanto o pequeno Henrique corria livremente pelos jardins, alguns empregados passavam apressados, cada um cuidando de suas tarefas. Mauricio Sanches, não possuía escravos e não era por bondade, mas porque para ele a maioria dos bruxos eram os negros, que segundo a sua ideia, os pretos trouxeram o maligno e o espalhou entre os brancos, e por causa deles não era mais possível saber quem era bruxo ou inocente.

- Papai! - gritou com sua voz de criança, ao ver seu pai, Heitor. - Quero brincar no rio.

- Temos que pedir a sua mãe, rapazinho. - disse pegando seu filho no colo ao descer de seu cavalo e dando um beijo em Frida. - Você deixa, querida?

- Não sem mim! - disse dando um sorriso.

O rio era propriedade dos Sanches e ficava dentro da fazenda, suas águas cristalinas eram de uma beleza natural, um orgulho da casa azul. A maioria das tardes, Henrique e seus pais iam banhar-se lá, Heitor, estava lhe ensinando a nadar, eram dias alegres e divertidos até a noite sem estrelas.

Os moradores da vila estavam apavorados, havia uma ameaça, as bruxas da floresta iriam atacar a qualquer momento, segundo caçadores que estavam caçando a duas noites antes.

Uma criança, uma senhora e uma idosa. Elas eram bruxas que assombravam a floresta.

O susto foi tão grande, que os caçadores desistiram de entrar na floresta e outros foram embora levando suas famílias consigo. Além do comércio, plantio e pescar, caçar era uma forma natural de sobrevivência, sem esse trabalho a vila decairia e logo seria abandonada, Mauricio e outros membros da inquisição, com a permissão da igreja, decidiram iniciar uma caça às bruxas, para salvarem a vila e suas famílias.
A floresta Sanches, cercava toda a vila, se não fosse pela estrada de terra, a floresta se fecharia em sua volta. Ouve uma caçada terrível, mulheres inocentes foram presas, algumas bruxas também.
Mauricio, seus amigos e alguns moradores revoltados e armados invadiram casas, e, por fim, entraram na floresta, perseguindo algumas curandeiras que fugiram para ela, todas eram arrastadas, machucadas e sofriam violências bárbaras, eram trancafiadas dentro da cadeia que por ser muito pequena, foi necessário a soltura de alguns criminosos perigosos, todas foram acorrentadas depois de sofrerem torturas inimagináveis.

Jessie Blasthy - Um Conto De BruxasOnde histórias criam vida. Descubra agora