Capítulo 33 - Parte III

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Pov: Amélia.

Fico desesperada, já fazia 1 horas que Marcus tinha saído. Olho da varanda a surpresa que preparei para ele na beira da praia, as coisas já começavam a voar e destruir pelo tempo.

Chorando, apoio a cabeça entre os braços. Como iria explicar para ele que seu pai me ameaçou e que recebo mensagens me intimidando desde sexta-feira.

Vou até meu telefone e ligo para Marcus de novo. Como ele não atende, deixo um recado.

-Oi, sou eu. Volta para casa, precisamos conversar.-Digo fungando.

~~~

2 horas depois...

Sento na areia e começo a recolher as coisas da surpresa. Paguei caríssimo para montar toda essa estrutura, e no final nem aproveitarmos. Não jantamos e muito menos cantamos parabéns.

Ouço passos atrás de mim, mas me recuso a virar para trás. Continuo recolhendo tudo, e fungo ao sentir mais uma onda de choro.

-Amélia, vamos conversar.-Ouço-o dizer tocando no meu ombro.

-Não toca em mim.-Digo rouca.

-Precisamos conversar.

-Precisávamos. Nós precisávamos conversar a 3 horas atrás, mas você foi infantil o suficiente e me largou aqui. Foi fazer o que? Comer umas putas?!-Grito apontando o dedo no seu peito.

-Para com isso, eu fui espairecer, não te trair.

-Amanhã conversamos, vou terminar de recolher as coisas do seu aniversário.-Digo.- Aliás, feliz aniversário. Tem bolo na geladeira.-Falo com raiva.

-Amélia! Vamos conversar hoje e agora.-Ele diz puxando meu braço.-Quem fez isso com você?

-Me solta! Eu não posso falar.-Grito chorando.-Eu não posso, não posso...-Sussurro em pânico.

-Amélia, você pode e deve falar! Quem foi o cretino que te machucou?!

-Foi seu pai! Foi ele que me machucou! E agora eu corro risco de morte por ter te contado.-Falo já entrando em crise de ansiedade.

Olho para Marcus que parece estático com a minha resposta.

-O-O que? Ele te machucou? Do que você está falando?!-Pergunta perdido.

-Não vai acreditar, não é?

-Não, Amélia. É claro que acredito em você. Me explica isso direito.

~~~

Pov: Marcus.

Amélia não me responde e senta na areia tremendo. Sei que está em crise pela sua cabeça distante de tudo.

O que aquele desgraçado fez com a minha mulher. Tenho certeza que tem dedo da Hanna nisso.

Sento do seu lado e a puxo para mim.

-Calma... Relaxa, eu to aqui.-Digo no seu ouvido.

Amélia me aperta em desespero.

~~~

Depois de acalma-la e lutar para que dormisse, Amélia estava apagada na cama.
Seu rosto vermelho se destacava pelas lágrimas. Encostada no meu colo, acaricio seu cabelo.

Pensativo, alternativas do que pode ter acontecido com ela surgem na minha cabeça. Fico chateado comigo mesmo, ela preparou uma grande surpresa e eu nem aqui estava.

Amélia só adormeceu depois de eu diluir um comprimido calmante em sua bebida. Levanto e ando pela casa, pensando, decido tomar uma providência.

Vou para fora da casa e pego meu telefone. Desbloqueio minha ex namorada e ligo para a mesma.

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