𝔸𝕞𝕠𝕣 𝔼𝕟𝕧𝕠𝕝𝕥𝕠 𝕕𝕖 𝔽𝕠𝕘𝕠 𝕖 𝕄𝕠𝕣𝕥𝕖 [𝕃𝕌ℂ𝔼𝕄𝕆ℕ𝔻]

ℂ𝔸ℙ𝕀𝕋𝕌𝕃𝕆 - 𝕏𝕏𝕀

               
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Lucerys andava de um lado para o outro na biblioteca, resmungando irritado.

- Porque ela não me disse nada!?

- Ophelia simplesmente decidiu que não devia confiar em mim! Aquela...Aquela cretina!

- Uma hipócrita egoísta! Diz para lhe contar tudo, mas quando é a vez dela, ela ignora!

- Ei! Você pelo menos esta me ouvindo?

Aemond suspirou, fechando o livro que estava lendo. O príncipe mais velho cruzou as pernas, um olhar penetrante seguindo cada movimento de Lucerys.

- Pare de se mexer sem parar, vai acabar se machucando.

Luke bufou irritado, indo a contra gosto se sentar na poltrona a frente de Aemond. O garoto possuía um bico adorável, as bochechas infladas, e os braços cruzados, feito uma criança birrenta. O vinco em sua testa, em conjunto com as bochechas gordas e o bico, não o ajudava em nada a parecer sério.

Aemond adotou um sorriso zombeteiro no rosto.

- Parece uma criança mimada.

Os olhos do príncipe se arregalaram de indignação. Lucerys se levantou ainda mais irritado e se aproximou de Aemond, estendendo os braços para ambos os lados da poltrona e aprisionando-o por completo. O rosto do mais jovem se aproximou tanto que estavam quase colados, a ponto de, se Aemond se inclinasse um pouco para frente, poderia beijar os lábios do sobrinho.

- Eu. Falo. Sério - disse pausadamente, os dentes rangendo com fúria.

- Eu também. - zombou.

Luke encarou o único olho de seu tio. Aemond sustentava seu olhar, possuindo um brilho divertido e sarcástico.

Lucerys resmungou irritado, voltando a se sentar na sua poltrona com os braços cruzados, virando o rosto para não olhar Aemond.

O mais velho suspirou.

- Não significa que Ophelia não confie em você por apenas esconder seu passado.Luke se virou.

- "Por apenas esconder seu passado" - desdenhou - Ela praticamente escondeu TUDO!

A boca de Aemond se tornou uma linha fina. Ele abaixou a coluna, colocando os braços nos joelhos, seu único olho perdido em algum ponto no chão

- Tem coisas do passado que simplesmente queremos apagar. Ou por medo, ou por vergonha. Eu reconheci o olhar de desespero quando Ophelia contou a verdade, é o mesmo olhar quando me vejo no espelho e me lembro de tudo que fiz e passei.

Os ombros de Lucerys encolheram-se, seu queixo tremeu, e, de repente, não soube o que dizer. Ele apenas sentia a angústia no tom de Aemond.

- Sinto muito, não pensei por esse lado.

Aemond ergueu a cabeça, e Luke se sentiu aliviado por ver a expressão rotineira de seu tio. O rosto sério, e um meio sorriso sarcástico, como se provocasse alguém, esperando por uma luta.

- Lucerys, você sabe o que fazer.

- Vou conversar com Ophelia.

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Lucerys hesitou ao entrar no quarto de sua mestra. E a primeira coisa que reparou ao entrar foi uma trilha de penas vermelhas. Havia várias espalhadas pelo quarto, até mesmo na cama. O cenho do garoto se franziu.