34. COMEMORAÇÕES

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Santa Tell Me - Ariana Grande
Papai Noel, se você realmente está aí
Não deixe que eu me apaixone de novo
Se ele não estiver aqui no ano que vem

Josh

Os preparativos para o Natal estavam à tona, já que a família Beauchamp levava o evento muito a sério. A nevasca caindo em Toulouse, algo relativamente raro, só deixava o feriado mais mágico.

Mais cedo, meu pai voltou do mercado com uma grande caixa de ingredientes para a ceia, a qual todos os integrantes da família ajudaram a preparar. Jaden fez um creme brulee, Jonah optou pelo tradicional peru, Ursula preparou o arroz com passas que sempre fazia (e que só os mais velhos comiam) e Ron se encarregou com o vin chaud, vinho caseiro que é tradição nos nossos natais. O cheiro era forte e me lembrava de todos os outros eventos anteriores, naquela mesma casa.

Eu decidi preparar um Bûche de Noel, doce francês que simula um tronco de árvore que aprendi a cozinhar antes mesmo de saber falar.

Any quis ajudar na decoração, então ficou responsável por decorar nossa grande árvore de natal com centenas de enfeites. Também ajeitou a entrada da casa com guirlandas e meias vermelhas, e pôs a mesa de jantar com um toalhas chiques que só eram utilizadas durante aquele evento.

Ursula chamou todos na sala no início da noite.

– Tenho algo para vocês! – exclamou. – Any, como você é visita, aqui está o seu. Espero que goste.

Minha mãe entregou-lhe um suéter azul, bordado com uma grande letra "A" no meio de cor mais clara. Any sorriu de orelha a orelha e agradeceu, logo vestindo o seu presente.

Ursula também tinha o seu roxo e meu pai ganhou um vermelho.

Eu recebi um verde, Jonah ganhou o amarelo e Jaden ficou com o marrom, todos bordados com a letra J.

— Marrom, mãe? — o caçula retrucou. – Já é o terceiro ano que eu fico com essa cor, fala sério!

— Vocês três podem trocar – apontou ela, referindo-se a todos sermos nomeados com um J. – Então não podem reclamar das cores!

— A do Jonah ainda é a mais bonita – decidi provocar. – Que favoritismo é esse, Ursula?

Ela sorriu, pois sabia que não estávamos realmente falando sério. Todo Natal era a mesma coisa, e isso também o fazia mais especial e divertido. Outra tradição muito divertida era o jogo mais esperado da noite: às 21h em ponto, todos nós jogávamos UNO na mesa da sala.

Antes do relógio apontar a fatídica hora, liguei para a casa de Noah, que era muito perto da minha.

– Surpresa! – exclamei. – Estou em Toulouse.

O garoto era tão dramático que faltou gritar. Disse que estava correndo para minha casa e que iria passar o Natal conosco, algo que também não era novidade.

– Não aguentou as saudades? – instigou ele após seu pequeno surto. – Nos despedimos há pouco mais de três dias!

Noah apareceu na porta com uma grande travessa de salmão defumado e alguns aspargos, contribuindo para a nossa ceia.

Pudemos finalmente iniciar o jogo, e com muita gritaria e competição, eu o venci como sempre.

– Você está roubando! – Any riu, quando percebeu que eu olhava todas as suas cartas.

– Melhor se acostumar, Any. Ele faz isso todas as vezes! – meu pai disse e todos concordaram.

– Isso é um motim contra mim, por acaso? – dramatizei.

Room 369 | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora