13. ESPETÁCULOS

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The Story of  Tonight - Hamilton
"E quando nossos filhos contarem nossa história
Eles contarão a história desta noite."

Josh

— Então... como vocês dois se conheceram? — disse Any na mesa posta do jantar. Pedimos diversas pizzas e, por mais que eu achasse exagero, Noah falava sério quando o assunto era comida.

— Somos amigos desde pequenos — ele começou. — Joshua decidiu ser simpático comigo no primeiro dia de aula do primário, e agora... bom, não nos desgrudamos.

— Eu me arrependo — brinquei.

Noah levantou sua sobrancelha esquerda como sempre fazia e disse:

— Nem você acredita nisso.

Any explodiu em risadas, já que pareciamos estar de volta ao pré com aquela pequena discussão.

Um tempo se passou enquanto contávamos histórias sobre a infância. Eu e Noah tínhamos histórias legais, mas Any tinha as melhores. Sua infância e adolescência em um colégio apenas para meninas em Nova Iorque havia rendido diversas aventuras que, francamente, nunca imaginei que Any, a garota exemplar, estaria envolvida.

— Sabe, Noah... — falei, logo após a cacheada contar uma história sobre as festas nova iorquinas. — Vai ter uma festa aqui na Juilliard amanhã. Acho que poderíamos ir todos juntos.

— O quê? Festa? — ele arregalou os olhos. — Você acabou de cair desmaiado aqui e quer ir pra uma festa? Você precisa descansar.

Any também dividia essa mesma opinião.

É claro que meus amigos iriam discordar. Mas, honestamente, ficar deitado na cama por mais dias não iria me fazer sentir melhor. Ir àquela festa, sim.

– Ah, me poupem! – bufei. – Se vocês não quiserem ir, ok, mas eu vou. Não tenho tempo a perder.

A menina revirou seus olhos. Já o outro garoto parecia preocupado.

– Como você é complicado! – disse Any. – Mas... tá bom. Eu vou.

– Eu até posso ir – Noah cedeu –, mas saiba que se você passar mal lá, não vai ser eu quem vai te ajudar.

Ali, percebi a oportunidade perfeita para o imitar:

– Nem você acredita nisso!

Noah e Any riram, porque francamente, sabíamos que o garoto sempre estaria ali para mim e eu faria o mesmo com ele. Era apenas teimosia.

Passamos mais algum tempo em silêncio para deliciar as pizzas, que ainda estavam longe de acabarem, mas Noah ainda estava em seus primeiros pratos. De repente, uma ideia brilhou em minha mente.

– Acabei de ter uma ideia um pouco doida.

Noah largou seus talheres e mirou-me, dizendo:

– Não começa.

– Ah, não – falou Any. – Não vai dizer que quer nos levar para pular de paraquedas com você.

– Isso seria uma boa ideia! – exclamei. – Mas não conheço lugares confiáveis em Nova York... mas se quiserem fazer um pulo clandestino, eu tô dentro.

– Vai sonhando. Fala logo a sua ideia.

– É simples. Vamos assistir a um espetáculo da Broadway.

Os dois pareceram gostar da sugestão. Any perguntou após mastigar um pedaço de sua pizza:

– Que demais! Quando?

– Agora – respondi como se aquilo fosse muito banal.

Noah sempre embarcava comigo em minhas ideias e obviamente disse:

– Bom, se tiverem ingressos disponíveis, eu topo! Nada perigoso, já que iremos ficar sentados, sem risco de morrermos em uma queda livre...

Ao terminar de escutar o checklist de segurança do meu amigo, levantei da mesa junto aos outros e nos preparamos: rumo à Broadway!

...

Urrea conseguiu ingressos de última hora no meio do caminho. Entretanto, ao chegarmos no teatro e encontrarmos nossas cadeiras, me deparei com algo inesperado.

– Noah, você comprou os assentos mais caros? – indaguei furioso. – Eu não acredito. Pode devolve-los agora.

— Não. Se vamos assistir Hamilton, que seja na primeira fileira!

Sabia que meu melhor amigo tinha condições de comprar o teatro inteiro se desejasse. Em contrapartida, eu já havia torrado quase todas as minhas economias na minha mudança para Nova York. Estava esperando assentos na última fila, já que estes eram os únicos possíveis no meu orçamento.

Por outro lado, Any estava suspirando de alegria:

– Meu sonho sempre foi assistir esse musical aqui! E na primeira fileira é ainda melhor!

– A Any só está tranquila porque ela tem dinheiro de sobra pra pagar esse ingresso, mas eu não! Não acredito que me meteu nessa dívida, Noah...

O garoto olhou para mim e afirmou com certeza:

– É claro que eu não vou te cobrar! Agora cala a sua boca e assiste. Sempre foi seu sonho.

Então, tirei o caderninho azul do meu bolso e o mostrei para ele, recebendo uma piscadinha em resposta. Concluí mais um dos itens.

...

NOTA DA AUTORA: Mais uma vez, capítulo extra!

O que estão achando da fanfic até agora?

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