Codinome Beija-Flor - Cazuza
"Eu protegi teu nome por amor."Any
O dia anterior havia sido perfeito. Após assistirmos Hamilton, voltamos ao apartamento e ainda conversamos por mais 2 horas. A chegada de Noah ajudou em minha relação com Josh. Eu sentia que estávamos cada vez mais próximos.
No outro dia, decidimos fazer um tour de compras para a festa, que descobri ser na verdade, um baile. Um baile de máscaras.
Minha escolha foi um vestido azul e uma máscara da mesma cor. Naquele momento, no banheiro da festa, mirava a minha imagem no espelho e sentia orgulho do que estava em minha frente.
Deixei o Rossini em minhas mãos no balcão da pia e catei meu batom vermelho na bolsa azul. Retoquei-o e assim, me preparei para encarar aquela multidão mascarada novamente.
Gostava de festas, sim, mas aquela 1 hora no meio de tanta gente deixara-me levemente desnorteada.
Ao abrir a porta do banheiro, esbarrei com alguém mais alto. Precisei inclinar um pouco o meu pescoço para cima, e assim, descobrir de quem se tratava. Sorri.
O indivíduo claramente percebeu a minha atordoação.
– Você tá bem? – ele perguntou, encarando-me com sua máscara laranja. Reparei que a combinação da cor com seus olhos azuis evidenciou seu olhar escandalosamente.
– Na verdade, estou me sentindo meio sufocada. Está muito quente, há muitas pessoas e... preciso tomar um ar – ri ao confessar.
Josh riu e concordou:
– Sinceramente, eu também. Vamos andar pelo jardim principal?
Assenti e assim caminhamos até a parte externa. Respirei com alívio ao chegarmos.
Um silêncio desconfortável se instaurava a cada passo que dava naquele jardim. Percebi que fazia tempo que não ficávamos sozinhos no mesmo ambiente.
– Essa é a hora que devíamos quebrar o gelo entre nós, não? – Josh perguntou com um sorriso. Então ele também concordava...
Eu caminhava com as mãos para trás, enquanto o loiro tinha as suas bem firmes em seus bolsos.
– Pode começar – ele falou, lançando-me um olhar esperançoso. Fui sincera:
– Mas... eu não tenho nada a dizer.
Josh pensou um pouco. Então, sugeriu:
– Vamos fazer o seguinte: podemos fingir que não nos conhecemos e tentar recomeçar a nossa relação, que é um tanto quanto conturbada, não acha?
Eu ri e assenti, arrumando minhas roupas e a máscara. Josh limpou sua garganta e se apresentou, como se fóssemos dois estranhos se conhecendo em um baile um tanto quanto sofisticado:
– Olá. Eu sou Beauchamp. Poderia me conceder a honra de saber o seu nome?
Tentei conter as gargalhadas e respondi:
– Eu sou Gabrielly. Muito prazer, sr. Beauchamp.
— Você está muito elegante esta noite, srta. Gabrielly.
Aquela foi a oportunidade perfeita para eu reparar em sua roupa. Josh usava um terno claro, digno de um verdadeiro homem sofisticado. Nunca vira ele usar nada parecido antes, já que sempre andava com camisetas de séries e artistas e o que parecia ser a mesma calça jeans todos os os dias.
– Você está... aceitável – menti.
– Aceitável? Hm, ok... melhor que nada. Já eu, acho que você está mais do que aceitável. Está bonita, Gabrielly.
Encarei-o surpresa com o elogio. Consegui reparar em diversos detalhes de seu rosto que, por conta dos conflitos, nunca tinha prestado atenção. Nunca notara que seus cabelos loiros formavam cachos, que seus lábios eram perfeitamente desenhados e que mesmo seus olhos, que chamavam tanta a atenção, tinham particularidades escondidas. Era como um quebra-cabeças onde as peças se encaixavam perfeitamente.
Então, Josh lentamente pegou a minha mão e depositou nela um beijo.
Não consegui fazer nada além de cair nas risadas.
– O que foi? – disse ele, rindo também. – Você estragou a cena!
– É que eu não sabia que era capaz de ser tão cavalheiro, Josh.
O silêncio naquele momento estava longe de ser desconfortável. Era sutil e ideal.
Beauchamp respirou mais fundo e confessou:
– E eu não sabia que por baixo de toda esta carranca, havia uma garota doce como você.
– O futuro é sempre incerto, senhor Beauchamp.
Eu o mirava com graciosidade, constatando todos seus traços inigualáveis. Josh parecia fazer a mesma coisa e... honestamente, eu esperava que ele o fizesse. Queria que estivesse reparando em mim da mesma forma em que reparava nele.
Logo, o garoto tirou a minha máscara, tomando o primeiro passo.
– A srta. Gabrielly é até que legal – revelou. – Mas eu prefiro você, Any.
Assim, eu tirei sua máscara laranja e respondi:
– Então... vamos ser apenas Any e Josh.
Quando meu cabelo estava quase sendo levado pela brisa, ele o ajeitou e disse:
– Aceita ser meu par de dança, Any?
A música de dentro do salão ainda estava sendo escutada por nós. Não seria uma má ideia dançar aqui fora, pensei.
– Eu aceito. – Josh sorriu ao ouvir minha resposta. – Mas se pisar no meu pé, se considere um homem morto!
– Eu assumo o risco.
Então, ele pôs sua mão em minha cintura e eu em seu ombro. Nossos pés se movimentavam com a batida de "Perfect" e a cada passo errado, ríamos loucamente. Em um dado momento, pareciamos ter nos acostumado e a nossa coreografia nem estava tão ruim assim.
Quando não precisava mais olhar para os nossos pés, direcionei meu olhar ao garoto em minha frente e reparei que ele não conseguia parar de sorrir, o que me fez travar na mesma expressão.
Parecia haver algum tipo de ímã em nossas testas, visto que elas estavam se aproximando inconscientemente, até se encostarem por completo. Fechei meus olhos e aproveitei a brisa, a dança e a companhia.
Josh parecia estar pronto para o próximo passo. E eu também.
Assim, descolou nossas testas e o ímã pareceu se transferir para nossos lábios. Quando estavam praticamente colados, porém, um grito surgiu do outro lado do jardim, o que causou nosso afastamento.
– Any! Josh! Venham ver! Sina acabou de beijar Heyoon!
Era Noah gritando.
Desligamos-nos do transe e rimos. Sabíamos que o clima não iria se restabelecer tão rápido, então nos encaramos e corremos até o salão, como se quiséssemos dizer: "fica para a próxima".

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Room 369 | Beauany
Fanfic𝐁𝐄𝐀𝐔𝐀𝐍𝐘+ │ Any Gabrielly é, aparentemente, apenas uma garota rica nova-iorquina. Com seu futuro traçado e uma vaga garantida em uma faculdade de Direito na França, nada pode dar errado em sua vida. Aparentemente. Em Room 369, a garota perceb...