08. PRETEXTOS

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champagne problems - Taylor Swift
"O amor escorregou além de seus alcances."

Josh

No meio de um jantar com Sina no melhor restaurante do campus, minha amiga fez uma confissão nada inesperada.

— Eu... estou interessada na Heyoon.

Tentei disfarçar, mas era perceptível que eu já esperava tal revelação.

— A Heyoon? — indaguei, com um sorriso formando-se em meus lábios. — A colega de quarto de Shivani?

Sina assentiu, com seu rosto se avermelhando.

— Eu sabia! — exclamei.

— Sabia? — disse ela arregalando os olhos. —  Eu deixei tão óbvio assim?

Lembrei-me das vezes em que peguei alguns olhares cativados da loira para Heyoon durante a aula e afirmei:

— Digamos que você não é muito discreta. Você já deve saber que eu vou te encorajar a ir em frente, né? Já sabe como vai chamar a atenção dela?

Sina remexeu em seu prato de comida e pensou um pouco.

— Hm... estou pensando em chamá-la para a festa que vai rolar. O baile de máscaras.

A festa iria acontecer durante o Spring Break e praticamente a escola inteira iria comparecer.

— Eu acho uma ótima ideia — falei enquanto dava uma garfada no prato. — Espero que dê tudo certo, Sina. Vocês iriam formar um ótimo casal.

Percebi os olhos de minha amiga brilhando.

— Obrigada pelo apoio, Josh — ela agradeceu. — Sei que pode parecer exagero, mas você é uma das coisas mais incríveis que a faculdade me deu. Parece que somos amigos há anos.

Concordava. Falava com Sina a tão pouco tempo, mas conseguimos chegar em um nível de intimidade que só conseguira com poucas pessoas.

— É verdade... temos tanta coisa em comum  — enunciei, sorrindo. — E eu digo o mesmo para você. Conte com a minha amizade.

Sina manda uma piscadinha para Josh e ele sorri. Pretensiosamente, ela passa a falar:

— Já que temos uma amizade incrível e sempre confiaremos um no outro, acho que está na hora de você me contar algo, né?

Fiquei confuso, pois realmente não sabia do que ela estava falando. Minha expressão facial demonstrou isso e minha amiga percebeu.

— Ah, Josh... — Sina exprimiu. — Acha que não percebi você defendendo Any hoje mais cedo? Eu sei que você já negou, mas tem certeza de que não sente nada por ela?

A pergunta me pegou de surpresa. Da mesma forma que Sina não sabia que seu interesse por Heyoon era claro, eu não sabia que meus sentimentos por Any estavam transparecendo de uma forma equivocada. Eu só a queria como amiga, e nada mais. Ao menos achava isso.

—  Sim, Sina. Eu tenho certeza de que não existe nada aqui dentro — expus. — Quer dizer... eu realmente a acho extraordinária, sabe. Ela é super talentosa e tudo mais, e eu gostaria sim de ser seu amigo. Mas acho que eu preciso parar de insistir. Ela me odeia.

A loira pensou um pouco enquanto bebericava o vinho branco.

— Sabe que eu acho que não? — enunciou. — Ela implica com você, mas ainda vejo um potencial para se darem bem... ou até mais.

— Sina... você viu o jeito que ela me tratou no fim da aula?

— É, vi... — Ergueu as sobrancelhas. — Mas talvez ela só está tendo um dia ruim e decidiu descontar tudo em você. Tenta conversar com ela.

O problema é que já tentara. Inúmeras vezes.

— De novo? — exclamei.

— Sim, só tenta de novo. Tenho certeza de que vai valer a pena.

...

Eram duas e meia da manhã e eu não conseguia dormir.  Minha cabeça pulsava com uma dor aguda e irritante que me impedia de descansar.

Estava no sofá da sala e não conseguia me mexer para ir até o quarto. Any não estava no apartamento e eu não tinha forças para me preocupar. Apenas queria que aquela dor passasse.

Já tarde demais, e logo a porta se abriu e a garota apareceu cambaleando no lugar. Mais uma vez, provavelmente embriagada.

Levantei-me, pois mesmo que estivesse exausto, não queria que ela causasse um acidente ao tentar chegar a cama.

— Oi, Josh — disse ela com suas palavras embaralhadas.

– Oi — respondi. — Onde você estava? São duas da manhã. Está tudo bem?

Acabei soando um pouco mais preocupado do que pretendia.

— Comigo está sim — Any falou e eu obviamente não acreditei. — Mas com você não, né Josh? Desculpa. Eu te tratei muito mal hoje...

Eu não estava mal por causa das suas atitudes, mas sim por causa da dor ardente. Tentei explicar:

— Não, é qu-

— Desculpe — disse ela em um tom duvidoso. Me perguntava quanto ela havia bebido. — Eu ando sendo tão babaca com você ultimamente. Me perdoa.

— Ah, claro — respondi. — Any, vamos deitar. Já está tarde.

Tentei puxá-la para cama e relembrei o dia em que fiz a mesma coisa após a festa. Desconfiava que quando Any se sentia mal, ela bebia demais e isso era definitivamente um problema.

Percebi que a garota passou a lançar alguns olhares estranhos no meio do caminho. Gargalhei involuntariamente.

— Você fica tão lindo sorrindo.

Meu coração pulsou por uns segundos.

Não, Any está bêbada e não sabe do que está falando, disse minha voz interior, interrompendo qualquer tipo de sentimento.

— Obrigado? — agradeci incerto.

Any começou a se aproximar e de repente, senti um calor perto da minha mão esquerda. Ela estava tentando segurá-la. Recuei.

— Any, pare com isso. — falei com rispidez. — Tenho certeza de que esteve bebendo. Não faça isso agora.

Ela piscou rapidamente.

— E-e-eu... — Ela tentou terminar a frase, mas a embriaguez a impediu. — Eu não estava bebendo.

Ri ironicamente.

— Ah, sim. E eu sou o papa.

Any estourou em gargalhadas, e ergui minhas sobrancelhas quando a cacheada falou:

— No fundo, eu gosto desse seu jeito, Josh. Seu senso de humor me irrita, mas tem sido a única coisa que me deixa com a mente ocupada.

Esperava que aquelas palavras tinham sido sinceras, e não só causadas pelo álcool.

Não respondi e apenas terminei de colocá-la na cama, enrolando-a no cobertor. Encarei-a por alguns segundos, analisando cada detalhe de seu rosto.

— Boa noite — disse num sussurro. Quando percebi que estava lá há muito tempo, finalmente me levantei.

...

NOTA DA AUTORA: O que estão achando da história até agora? A opinião de vocês é muito importante para o desenvolvimento da fanfic!

Até semana que vem!

Room 369 | BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora