Afterglow - Taylor Swift
"Me diga que ainda é minha
Me diga que ficaremos bem
Mesmo quando eu perder a cabeça
Preciso dizer
Me diga que a culpa não é minha"Josh
Minha cabeça estava uma bagunça.
Sabia que fizera a escolha certa: abrir o jogo para Any era o justo a se fazer, e estava ciente também que ela me agradeceria no futuro por não ter esperado ainda mais.
Entretanto, tinha que estar a parte das consequências da mesma forma: Any precisava de um tempo. Algo que, infelizmente, eu não tinha.
Naquele momento, só conseguia suplicar à uma força maior qualquer que me deixasse ali por mais tempo. Eu precisava de alguns meses a mais com Gabrielly, e daquela vez, sem segredos, inseguranças ou qualquer outra coisa ou alguém para nos impedir. Seria apenas Any e eu — mas agora aquilo não dependia apenas de mim, o que era angustiante.
Além disso, o Spring Break oficialmente chegou ao seu fim. Era o último dia das longas férias, e eu não tinha certeza se estava pronto para me despedir delas. Com seu fim, Noah teria de voltar para Toulouse, e... bom, não sabia como iria lidar com as situações complicadas em que me coloquei sem meu principal confidente ao meu lado. Iria ter que descobrir sozinho.
Meu amigo, naquele momento, estava fechando suas malas depois de um longo processo de arrumação. Não era nada organizado, então precisou de muito tempo para juntar seus pertences espalhados pelo 369 – e alguns no quarto de Shivani.
– Vou tentar não demorar para voltar – confessou Noah, mesmo não tendo tanta certeza assim. – Talvez perder algumas aulas e passar algum final de semana aqui. Não quero ficar mais tempo longe.
Suspirei fundo e aproximei-me.
– Cara, você tem que se acostumar.
Noah piscou em confusão e balançou a cabeça em negação.
– Eu sei, mas... ainda há tempo.
– Você não sabe disso – falei, e tentei confortá-lo com um aperto em sua mão. – Quero me despedir direito, pois esta pode ser sim a última vez que realmente nos vemos.
Noah, assim como eu, também convivia com o câncer a muito tempo. Claro, apenas indiretamente, mas mesmo assim fora afetado. Sabia que podia ser difícil no início, mas tinha certeza de que ele lidaria bem com o luto.
– Sabe, tenho me preparado a vida toda pra isso acontecer – ele confessou. – Mas não sei se vai sair tudo como planejado. Talvez eu fique um pouco perdido.
Noah falava sobre a doença com muita normalidade e essa era uma das razões pela qual o amava tanto. Os diálogos não precisavam ser melancólicos ou destruidores, mas sim, esclarecedores e... simplesmente comuns.
– Não, não, você vai permanecer bem forte – avisei com um leve sorriso. – Minha família vai precisar, cara, e tenho certeza que você vai ajudá-los.
Meus pais e irmãos tinham Noah como um parente desde sempre, então tinha certeza de que ele seria um bom consolo para eles quando eu... bom, não estivesse mais lá para eles.
– Ok, eu vou tentar! Mas não fique achando que eu vou desistir de vir para Nova York neste meio tempo. Se eu tiver uma oportunidade, vou aparecer aqui e você não vai me impedir – disse. – Também não pare de atender minhas ligações, você sabe que eu não desisto até que me atenda.
Era verdade. Noah era capaz de ligar infinitas vezes se fosse necessário.
Um silêncio se instaurou, mas era confortável. Noah me abraçou, e eu logo perguntei:
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Room 369 | Beauany
Fanfiction𝐁𝐄𝐀𝐔𝐀𝐍𝐘+ │ Any Gabrielly é, aparentemente, apenas uma garota rica nova-iorquina. Com seu futuro traçado e uma vaga garantida em uma faculdade de Direito na França, nada pode dar errado em sua vida. Aparentemente. Em Room 369, a garota perceb...