! cellbit está indignado.

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Cellbit andava em direção a base da Ordo, novamente. Estava nervoso com o que Roier queria conversar consigo, pois tinha certeza de que o mexicano não havia ficado muito feliz com a cena que havia presenciado na cafeteria.

Não que ele se importasse com a opinião de Roier, é claro. Não que ele se importasse com o fato de que talvez Roier agora pensasse que ele estava interessado em Quackity.

De qualquer forma, ele tinha coisas a resolver com Roier também. Para começar, quem era aquela garota que estava acompanhando ele? Por um acaso Roier namorava? Resolveu deixar seus pensamentos de lado enquanto descia as escadas, percebendo que diferentemente de mais cedo, agora a Ordo estava deserta.

Era possível ver Ivete brincando com sua gatinha, enquanto Agatha estava sentada anotando coisas de forma furiosa em uma folha. Olhou ao redor mas, novamente, não encontrou Roier. No entanto, não se preocupou muito com isso, pois logo sentiu uma aproximação por trás.

Ao se virar, se deparou com Roier, e instantaneamente, sentiu o ar lhe faltar. Roier estava vestido com uma jaqueta de couro preta, uma regata da mesma cor e calças verde escuro. Seu cabelo estava bagunçado enquanto tinha sua casual faixa azul.

— Me esperando, Gatinho? — perguntou, arrogante.

Cellbit se recompôs, tentando evitar a vermelhidão que ele sabia que provavelmente estaria subindo por seu corpo.

— Você me chama e eu que tenho que esperar. — bufou, cruzando os braços. — O que você quer?

Roier sorriu enquanto andava em direção a sala de pesquisa, logo sendo seguido por um Cellbit confuso.

— Acho que nós dois vamos querer um local mais privado para falar sobre o que estou prestes a abordar. — ele respondeu as perguntas não ditas do brasileiro.

O brasileiro em si arqueou a sobrancelha, se preocupando com o assunto da conversa. O que seria tão importante assim para que exigisse um lugar mais privado?

Ambos adentraram o local pouco iluminado e logo seguiram em direção à mesa de Cellbit, que estava uma completa bagunça. Manchas de café e uma xícara eram observadas ali, junto a diversos papéis e post-its coloridos espalhados. O brasileiro coçou a nuca envergonhado por Roier estar o pegando no flagra com um local de trabalho tão bagunçado.

Roier, no entanto, não pareceu se preocupar muito, apenas se virando para o brasileiro que agora estava com as costas contra a mesa.

— Você e Quackity, hein? — exigiu, com os braços cruzados à altura do peito.

Ah, então era sobre isso? Cellbit bufou indignado mentalmente, sem acreditar que Roier havia feito um alvoroço para nada.

Cellbit se inclinou para trás, apoiando seus cotovelos na mesa enquanto olhava para Roier de forma divertida.

— Por quê? Ciúmes? — perguntou arrogante. Ao ver que Roier não responderia, continuou. — Eu e Quackity não temos nada além de amizade. Ele me chamou para sair porque somos melhores amigos e queríamos uma pausa desse mundo maluco. Apenas passar um tempo com um de seus amigos é bom, sabia?

Roier sorriu enquanto arqueava a sobrancelha, se aproximando impossivelmente mais do brasileiro, que instantaneamente arregalou os olhos com a aproximação repentina. Roier colou seus corpos enquanto apoiava o seu próprio com suas mãos na mesa atrás de Cellbit, que havia claramente engatado sua respiração naquele movimento do mexicano.

Ele riu, inclinando a cabeça para o lado. Cellbit estava completamente congelado enquanto sentia a respiração de Roier bater contra seu rosto.

— Você tem certeza? Porque eu acho que as intenções de Quackity vão bem além da amizade.

Cellbit arregalou os olhos, agora bravo, colocando suas mãos no peito de Roier enquanto o empurrava para longe de si

— De qualquer forma, por que você se importaria com isso?! Isso não tem nada haver com você, Roier. — seu tom era amargo, mas então, ele suspirou. Estava sendo muito grosso com Roier ultimamente, e por mais que não gostasse muito do mexicano, teria que ser mais tolerante com ele. Afinal, eles eram parceiros de missão. — Digo, isso é algo que tenha que ser tratado entre mim e Quackity, apenas. Sinto muito por ter sido rude com você aquele dia na vila e agora.

Roier arqueou as sobrancelhas, surpreso com o pedido de desculpas repentino.

— Agora eu preciso ir, se é só isso que você queria me dizer. — começou a caminhar em direção a porta, mas logo foi impedido por um aperto em seu pulso.

— Não era isso o que eu queria falar. — o tom de Roier agora era mais tranquilo, relaxado. — Eu queria te avisar que a Mia me contatou mais cedo com uma missão para nós dois. Como uma dupla.

Lentamente, Cellbit foi se virando em direção a Roier, com uma expressão de puro choque e descrença.

— Você tá falando sério?

Roier apenas deu de ombros, ostentando seu sorriso indolente.

[🌾]

Cellbit corria desesperadamente pela floresta, sentindo seu pulmão arder e queimar a cada respiração acelerada. Estava de noite, o lugar estava um completo breu, e as únicas fontes possíveis de iluminação ali eram os postes com luzes avermelhadas. O único som presente naquele ambiente era o de seus pés batendo fortemente contra o chão, rasgando folhas e quebrando galhos. No entanto, não muito longe de si, sons idênticos aos seus eram possíveis de ser escutados.

As árvores tinham folhas avermelhadas, o que deixava o ambiente cada vez mais sinistro. Também era possível escutar o som de corvos cantando, o que não acalmava o brasileiro de forma alguma. Suas pernas doíam e ameaçavam ceder a todo momento.

O brasileiro não sabia até quando conseguiria fugir.

Cellbit rapidamente pegou seu celular do bolso, enquanto olhava para trás, se certificando de que a criatura não estava o seguindo. Se jogou para o lado onde tinha uma grande árvore caída no chão, e a usou de esconderijo. Discou o número de Forever rapidamente, escutando o barulho da chamada sendo realizada.

Implorou para tudo que seu melhor amigo o atendesse logo, e como água para um sedento em meio a um deserto, Cellbit logo ouviu a voz de Forever.

— Cellbo, o que aconteceu cara? São duas e treze da manhã. — sua voz soava sonolenta e lenta.

— Forever, ele voltou. — sua voz pingava apreensão e horror.

— Ele?! Você tá falando do-

Antes que Cellbit conseguisse ouvir o que Forever diria, deixou o celular cair no chão ao avistar a criatura bem na sua frente. Seus olhos se arregalaram impossivelmente, sua respiração parou.

A razão de seus pesadelos mais frequentes estava bem a sua frente, pronta para atacá-lo e devorá-lo, não deixando nada para trás.

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