— E então, estamos prontos? — Roier gritou da sala de estar de Cellbit. — Você ainda não me disse o porquê precisa tanto ir para essa festa!
O brasileiro respirou fundo antes de ajeitar sua gravata uma última vez, arrumando sua roupa para se livrar de qualquer ruga ou poeira indesejada. Provavelmente estava sendo apenas muito paranóico, mas não conseguia evitar seu subconsciente de sentir como se algo em si estivesse terrivelmente errado. Aquelas roupas formais, caras e elegantes… definitivamente não eram para ele. Tivera que também tampar suas tatuagens, o que era estranho para si. Forever, no entanto, insistiu para que deixasse suas mechas amarelas a mostra, um charme que complementaria seu visual, de acordo com o loiro.
Respirou fundo uma última vez, saindo de seu quarto e indo até Roier, que esperava pacientemente na sala.
— Gatinho, finalmente você- — se interrompeu ao levantar a cabeça e encarar Cellbit.
O brasileiro parecia lindo de uma forma que não deveria ser certo. Tão inalcançável para si. Como poderia aquele homem simplesmente ser uma das pessoas mais atraentes do mundo sem fazer esforço algum?
E aquelas mechas amarelas? Da última vez que Roier havia visto o brasileiro, tinha certeza de que elas ainda não existiam. Então, durante o tempo em que ambos ficaram separados, Cellbit provavelmente havia aproveitado para transcender.
Roier se viu hipnotizado pela forma com que a camisa branca social abraçava os grandes músculos de Cellbit, realçando cada detalhe injustamente atraente de seus braços. Suas cicatrizes, então? Roier queria beijar cada uma delas.
O mexicano se viu desperto de seu topor ao ouvir Cellbit coçar sua garganta desajeitadamente.
— Então, vamos? — o brasileiro estava obviamente afetado pela forma com que Roier o encarou, se suas bochechas rosadas e seu olhar envergonhado fossem algum indício.
Roier se levantou, pegando o braço de Cellbit e entrelaçando com o seu.
— É claro, Gatinho. Vamos.
[🌾]
Era suposto que Cellbit se concentrasse em sua missão na festa de Melissa. Avistar seu alvo, envolver-se com ele de alguma forma e conseguir o máximo de informações possíveis. Mas então, veio Roier.Roier era como uma força da natureza; viria da maneira mais imprevisível possível, em um momento completamente inesperado, e levaria tudo de você consigo.
De alguma forma, Roier e Cellbit sempre acabavam da mesma forma desde que haviam se conhecido. E Cellbit odiava coincidências, então, para si, isso não passava de uma obra arteira do destino que tanto gostava de brincar consigo. Que outra razão haveria? Não era como se Roier tivesse algo na órbita ao seu redor que consistia em atrair Cellbit. Claro que não.
E o mexicano naquela noite estava simplesmente lindo. Cellbit nunca havia conhecido alguém tão lindo como Roier, e duvidava que algum dia conheceria alguém que poderia competir. A verdade era que, não importa o quanto o brasileiro quisesse negar, Roier estava o destruindo para qualquer outra pessoa. Com tão pouco, Roier conseguiu trazer coisas novas e diferentes para a vida de Cellbit, sensações e sentimentos dos quais ele nunca sonharia em sentir algum dia.
Mas isso não era algo que precisava ser reconhecido, ou pelo menos, não naquele momento.
Roier apertou a mão de Cellbit contra a sua, sorrindo reconfortante para ele ao notar seu nervosismo. O brasileiro retribuiu o sorriso, seu olhar voltando para a multidão. Ao longe, conseguiu reconhecer seu alvo.
ElQuackity.
O mexicano seguiu o olhar de Cellbit, arregalando os olhos ao ver ElQuackity parado, conversando com outras pessoas. O que ele estava fazendo ali, na festa de sua prima? O quão influente ele era para conseguir estar ali, acima de tudo?
Certo, Cellbit ainda não o havia dito qual era o motivo por precisar tanto ir até aquela festa, mas agora vendo a atenção do brasileiro ter sido totalmente desviada para ElQuackity, Roier poderia dizer que tinha pelo menos uma noção do que aquilo tudo poderia se tratar. Bem, de toda forma, não é como se Roier estivesse com ciúmes por Cellbit não prestar mais atenção em si.
— Priminho! — ouviu-se a voz de Melissa presente no ambiente, se aproximando da dupla. A mulher se parecia assustadoramente com Roier, alguns diziam até que ela era sua versão feminina. Com um vestido vermelho e saltos da mesma cor, ela facilmente roubava a atenção por onde passava. — Esse é o seu companheiro, estou certa?
— Deixarei você a sós com sua prima, sim, Guapito? — se despediu, dando um selinho nos lábios de Roier, que ficou surpreso, mas que ainda sorriu carinhoso. Cellbit se virou para Melissa e sorriu educado, aproveitando aquela deixa para se aproximar do outro mexicano que agora já estava isolado.
Cellbit pegou uma taça de vinho que era servida por um dos garçons, tomando um gole ao se aproximar de ElQuackity. O mexicano, percebendo a súbita presença atrás de si, se virou com um sorriso arrogante no rosto.
— Cellbit, quão bom é ver você aqui! — ele exclamou, seu sorriso não sendo nada além de malicioso.
Cellbit tomou mais um gole de seu vinhoz encarando ElQuackity de maneira fria.
— Você não realmente trabalha para eles, não é? — indagou.
As sobrancelhas de ElQuackity se levantaram, evidenciando sua surpresa. O mexicano riu, colocando uma mão na cintura e encarando Cellbit com um brilho novo de interesse.
— Estamos pulando as formalidades e cumprimentos, então. — bebericou da taça de champagne que estava em sua mão. — O que você acha, Cellbit?
— Cucurucho não sabia que você estava lá em Alcatraz, você foi por conta própria. Ou por conta de outra pessoa. De qualquer forma, foi algo inesperado para ele, por isso você logo foi retirado de lá. — ele soltou, encarando firmemente o olhar penetrante do outro. — Eu pensei que vocês estavam trabalhando juntos e por isso você havia conseguido sair de lá assim que tudo havia sido concluído, mas eu estava completamente errado.
ElQuackity sorriu, quase com satisfação em suas feições.
— Cucurucho tem um plano, e precisa de você. No entanto, você não faz parte da Federação. Pelo menos, não até onde ele saiba.
— Bingo! — ElQuackity exclamou, e Cellbit poderia arriscar dizer que o mexicano estava feliz ao ver que o brasileiro havia conseguido chegar naquela conclusão. — E qual será seu próximo passo, então, detetive? — se aproximou do brasileiro, aproximando seus rostos.
Cellbit engoliu em seco.
— Eu preciso me infiltrar na Federação.
ElQuackity sorriu com curiosidade, levemente virando a cabeça para o lado.
— E como você pretende fazer isso, então?
— Você não vai me ajudar. — falou aquilo, firme. — Mas também não vai me atrapalhar. Eu darei meu jeito.
— E o que te garante que eu não vá contar isso ao Cucurucho?
Agora, foi a vez de Cellbit sorrir arrogante e malicioso.
— Você não vai. — colocou um dedo no peito do mexicano. — Você gosta de mim.
E pela primeira vez, Cellbit observou com satisfação a expressão de ElQuackity vacilar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
partners. • guapoduo
FanfictionCellbit é um apenas um simples agente da Ordo Realitas que apenas quer desvendar seus enigmas e mistérios em paz. No entanto, Roier é um agente não tão simples da Ordo Realitas que realmente gosta de tirar um certo brasileiro do sério. Arte da capa...