Era uma história de época? Não. Era um tempo de reis e rainhas? Também não. Era um tempo próprio, uma realidade alternativa. Moderno, porém retrógrado. Aqui é o mundo da imaginação, então, fanfiqueiros como eu têm total permissão para inventar.
Quando o dia amanheceu, Macau era oficialmente um homem casado. Ele girava a aliança no dedo como se fosse um estranho objeto de outro planeta. Suas malas estavam todas arrumadas pelas mãos habilidosas de Chay. Para a ocasião, Macau escolheu a pior roupa que tinha no armário, uma camisa xadrez desbotada e uma calça jeans surrada.
No horário combinado para partir, todos ficaram surpresos com a audácia do ômega.
- Macau, que roupas são essas? - perguntou o pai, com um olhar de desaprovação.
- Gostou? É para combinar com meu humor - respondeu Macau, com um sorriso irônico no rosto.
O pai apenas balançou a cabeça, pensando que era uma sorte esse menino estar casado.
- Eu adorei. Bem estilo Cinderela antes do baile - disse a ômega, com um sorriso malicioso.
Vegas não conseguiu se conter e caiu na risada. Macau fechou a cara, mas logo também estava rindo. A despedida foi triste, mas Macau tentou se manter alegre na frente do irmão.
Na caminhada, Nany, a ômega, lançava olhares curiosos para Macau. Ela estava ansiosa para ver a reação do amigo quando chegasse na nova casa. Mas, em sua mente, ela sorriu. Talvez Macau fosse a cor que aquele homem sombrio precisava.
Quando chegaram, Macau ficou animado. A casa era linda, aconchegante.
- Essa não é sua casa. É a minha. A sua é aquela - disse Nany, apontando para o lado.
E lá estava a derrota. O sorriso de Macau desapareceu na hora.
- Não quero morar na casa do Drácula 2000. Quero morar aqui - protestou Macau.
- Eu deixo você me visitar - respondeu Nany, tentando amenizar a situação.
- É claro que deixa - retrucou Macau, sarcástico.
Quando chegou no portão, Macau respirou fundo. Ao entrar, não encontrou ninguém.
- Não tem ninguém aqui ou meu marido já ficou tanto tempo trancado que virou um móvel? - perguntou Macau, olhando em volta.
Nany olhou para ele, preocupada. Ela achava que Tay sairia do quarto pelo menos para receber o marido. Mas, disfarçou em tom de brincadeira.
- Não foi você que disse que era a casa do Drácula 2000? Talvez ele só saia à noite para beber o sangue de ômegas inocentes.
- Pois se eu for esse ômega inocente que vai alimentá-lo... lamento. Ele vai morrer de fome - respondeu Macau, com um sorriso maroto.
- Você sempre tem uma resposta para tudo? - perguntou Nany, impressionada.
Macau pegou as malas com força.
- Enquanto eu estiver respondendo, está tudo bem. O problema é quando eu ficar calado - disse ele, com um olhar sério.
Já no quarto, ele se surpreendeu. Era lindo. Rústico, mas lindo. A cama tinha um perfume de erva doce. Sinal que pelo menos tudo tinha sido preparado para a chegada dele. Tomou um longo banho e ficou sentado olhando aquela aliança em seu dedo.Macau estava em uma batalha constante consigo mesmo. Se ele simplesmente aceitasse as regras que a sociedade impunha aos ômegas, sua vida seria muito mais fácil. Mas toda vez que ouvia "ômega não faz isso", "ômega não faz aquilo", algo dentro dele se rebelava. Ele decidiu que seria o ômega perfeito por um ano. Um ano seria suficiente para ter um bebê. Depois disso, ele voltaria para a casa dos pais, usando a desculpa de precisar de uma rede de apoio para educar o herdeiro. O alfa, se quisesse, poderia ficar naquela mansão sombria com suas concubinas.
Depois dessa reflexão, Macau adormeceu. Estava exausto.
*****
No quarto de Tay
Ela entrou no quarto como um furacão. Tay estava deitado na cama, parecendo alheio a tudo.
- A menos que suas pernas estejam quebradas ou arrancadas, não vejo motivo para você não descer para receber seu marido - disse ela, com um tom de repreensão na voz.
- Nenhuma das duas opções - respondeu Tay, sem se mover. - Eu simplesmente não quis descer.
- Tay... você passou muito tempo longe da realidade, mas para gerar uma criança, as duas partes ainda precisam ter contato físico - disse ela, tentando fazer com que ele entendesse a importância da situação.
Tay suspirou, impaciente.
- Eu estou casado até que a morte nos separe. Então, não se preocupe, teremos tempo - disse ele, com uma indiferença que a irritou.
Ela não disse nada, não queria discutir. Mas enquanto fechava a porta, falou baixinho para si mesma:
- Se depender desse ômega, sua morte pode ser bem rapidinha.
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MEU ÔMEGA DIVERGENTE
FanfictionABO Tay e Macau sempre! "Uma escolha complexa, um Ômega desafiador e um Alfa exemplar se entrelaçam nesta trama intensa e emocionante. Adentre nesta história repleta de paixões ardentes, reviravoltas inesperadas e um amor que desafia todas as conve...